“Man Out” com… Lassana Indjai

Lassana Indjai (1.0) – 23 anos - conheceu o basquetebol em cadeira de rodas em 2016 e de imediato se lhe vaticinou um futuro risonho na modalidade pelas qualidades que exibia: facilidade na leitura de jogo, capacidade física e uma entrega sem limites. Na época 2018-2019 surpreendeu pela maturidade e desenvoltura demonstradas em campo, que aliou a uma evolução técnica igualmente assinalável, convertendo-se numa aposta consistente do técnico Fernando Lemos, no GDD Alcoitão. Não requer particular arrojo afirmar que será um dos jogadores de baixa pontuação mais importantes do BCR nacional na próxima década.

Atletas | Competições
16 JUN 2019

 

Eis o protagonista da rubrica “Man Out”.

 

Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas?

O que faria primeiro seria explicar às pessoas os benefícios da prática do BCR e da forma como mudou a minha vida. E, por fim, convidava-as a assistir um jogo, para terem alguma noção deste desporto espetacular.

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

Um jogador que eu admiro muito é o Ângelo Pereira. Apesar de muito novo, tem mostrado um grande nível de BCR e tenho certeza de que vai ser ainda melhor.

Ter uma limitação motora produz momentos humorísticos devido à reação das pessoas menos “familiarizadas” com o tema. Ter uma limitação motora e jogar BCR é uma mistura explosiva? Conta-nos um episódio contigo ou que presenciaste.

Estava uma vez a treinar lançamento num playground perto da minha casa e um senhor viu-me lá a jogar e disse: “lanças bem. Jogas?”. E eu disse que sim. E ele: "Mas o cesto é mais baixo? Jogam com alguém “normal”? Porque vocês não conseguem driblar”. Desatei-me a rir, porque normalmente ficam surpreendidos, mas nunca tinham feito perguntas como “jogam com alguém normal?”

Entre todas as maravilhas passíveis de pôr em prática numa cadeira de basquetebol, qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo predileto?

O meu momento favorito do jogo é quando faço “Man Out”, ao ponto da minha equipa chegar à área adversária com vantagem numérica. Também gosto muito dos contra-ataques, pois é um momento em que posso pôr a minha velocidade em prática.

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? Com sinceridade, vá lá!

O jogador a quem gostava, não, a quem quero fazer “Man Out” é o Marco Gonçalves, da minha equipa, pois é um jogador extremamente rápido e muito bom a defender. Certamente que vai ser um grande desafio, mas vou continuar a tentar até conseguir.

 

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O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

 

 

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16 JUN 2019

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