“Man Out” com… Sílvio Nogueira

O ecletismo desportivo anterior ao acidente que resultou na sua paraplegia espelha bem o caráter de competidor insaciável e o dinamismo que carateriza Sílvio Nogueira, protagonista da rubrica "Man Out".

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8 JUL 2019

Na terra natal, Açores (natural da Terceira, mas viveu também no Faial), iniciou-se no futebol, modalidade de eleição, onde passou pelo menos por sete equipas – se a memória não o trai -, seguindo-se o atletismo, no qual sobressaem nomes da craveira de Benfica e Sporting, ao lado de Lusitânia e Angrense. Já na nova condição e feita a reabilitação, deslumbra-o na Grécia, em 2004, a intensidade das modalidades adaptadas dos Jogos Paralímpicos de Atenas. Algum tempo depois, enquanto cursava Desenho e Medições em Vila Nova de Gaia, conheceu por intermédio de uma amiga o basquetebol em cadeira de rodas. Desde então, foram 14 anos pontuados pela conquista de cinco Campeonatos Nacionais, seis Taças de Portugal, cinco Supertaças, todos ao serviço da APD Braga, ainda que em anos iniciais da sua carreira tenha envergado igualmente as cores da APD Porto.

Aos 35 anos, Sílvio Nogueira (base/extremo 2.0 – APD Braga) é um dos estreantes na convocatória para o Campeonato da Europa C, que se realizará de 29 de julho a 4 de agosto em Sófia, Bulgária.

 

Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o Basquetebol em cadeira de rodas?

Uma imagem vale mais do que mil palavras!! Por palavras a descrever o que é BCR, és capaz de dar a entender alguma coisa, mas o melhor mesmo é fazer como fizeram comigo, convidar a ver e a praticar.

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

Prefiro falar do produto nacional, existem alguns jogadores que me fascinam. Márcio Dias (Mágico) é um deles, pela leitura de jogo, dedicação e liderança, e Zé Miguel (Zemas), pela delicadeza e calma no jogo, isto só para falar dalguns deles.

Ter uma limitação motora, entre outras coisas, produz momentos humorísticos devido à reação das pessoas menos “familiarizadas” com o tema. Ter uma limitação motora e jogar BCR é uma mistura explosiva? Conta-nos um episódio contigo ou que presenciaste.

Ui, tenho muitas. Perguntaram-me se eu dormia sentado ou deitado.

Entre todas as maravilhas possíveis de pôr em prática numa cadeira de basquetebol, qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito?

Adoro quando consigo efetuar um passe longo na perfeição, conseguindo colocar a bola na mão do meu colega que está rodeado por adversarios.

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? Com sinceridade, vá lá!

O Rocket (Filipe Carneiro).

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O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

 

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8 JUL 2019

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