Manuel Fernandes: “Revitalizar financeiramente os clubes é essencial”

O presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, Manuel Fernandes, em representação das federações de andebol, voleibol, patinagem e futebol, sublinhou a importância do desporto, em entrevistas a vários órgãos de Comunicação Social reproduzidas este fim-de-semana. O líder federativo lembrou os efeitos da pandemia de convid-19 no sector e mostrou estar convicto que o Governo vai olhar com sentido de responsabilidade para a área do desporto.

Estas entrevistas surgiram na sequência da audição pública promovida pelo Governo, sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), documento com 150 páginas e 14 mil milhões de euros concedidos pela UE que não fazia qualquer referência à atividade física e desportiva. Várias entidades desportivas, desde o Comité Olímpico de Portugal, passando por federações e associações – incluindo as cinco Federações dos desportos coletivos -, apresentaram ao Governo um conjunto de medidas para o sector.

“A opção política do governo, de não integrar o desporto no PRR, nem sequer segue as diretrizes da União Europeia, que tem apoiado o setor de diversas formas. Aliás, os portugueses nem iriam compreender que parte da ajuda económica da UE não fosse canalizada para o desporto, uma área muito importante para a sociedade, em todos os níveis, quer socialmente, quer economicamente. Combate, entre muitas outras coisas, o sedentarismo. Tem que ser considerado um bem público”, disse Manuel Fernandes, em entrevista ao jornal Record.

Para o presidente da FPB, “todas as medidas são importantes, mas se tivéssemos que determinar uma para colocar já em prática, essa teria que ser a revitalização financeira dos clubes e associações desportivas. Os clubes são um elemento essencial e é determinante que recuperem a prática desportiva, para, de algum modo, evitar a desmobilização dos praticantes. São eles que fazem desenvolver a prática do desporto nas comunidades, graças aos seus treinadores, jogadores. Mas volto a frisar que todas as propostas são importante, como é o caso da reabilitação e modernização das infraestruturas”.

Manuel Fernandes falou, também, ao jornal O Jogo (anexo), destacando que acredita que seria viável “ter um apoio na dimensão daquele que Espanha dá”, ou seja, a rondar um por cento do total, equivalente a uma verba de cerca de 139 milhões de euros e defendeu que “o Governo não pode desperdiçar esta suprema oportunidade de ter sustentabilidade no desporto”.

“Os portugueses não iriam entender que o maior pacote de medidas de sempre com o financiamento da União Europeia deixasse de fora o desporto. Isso causaria um enorme prejuízo ao país”, afirmou o presidente federativo, que acrescentou que espera que “o Governo adote um número significativo das medidas que as cinco federações propõem, pois o desporto tem um enorme valor social, combate a exclusão e contribui para a economia”.