Mário Palma em dificuldades

Competições | Treinadores
13 FEV 2010

O treinador português vive uma situação deveras complicada em Amã pois, a escassos meses de competir no Campeonato do Mundo da Turquia, o país está sem campeonato, em virtude de o comité olímpico ter dissolvido a federação alegando falta de contabilidade apropriada. Sem jogadores a competir o seleccionador refere nesta reportagem realizada pelo site FIBA.com que a presença da Jordânia no Mundial está em risco de não se realizar.No dia 16 de Agosto de 2009 a Jordânia ganhou a medalha de bronze no Campeonato FIBA Ásia. A equipa bateu o Líbano no jogo de apuramento para o terceiro lugar e qualificou-se, assim, para o Campeonato do Mundial. Mas a alegria de celebrar a maior conquista da Jordânia no basquetebol durou um tempo muito curto para o técnico Mário Palma… Foi um feito alcançado debaixo de circunstâncias atenuantes, uma vez que, seis semanas antes do torneio, o Comité Olímpico Jordânia dissolveu a Federação de Basquetebol, alegando que tinha “funcionado sem uma apropriada contabilidade”.A equipa nacional, no entanto, permaneceu intacta, voou para Tianjin e competiu. Mas desde que desceram do pódio é como se Palma e os seus jogadores fossem apanhados num vácuo, pois uma das consequências da dissolução da federação foi a suspensão do campeonato nacional. Isso fez com que todos, à excepção de um jogador jordano – Zaid Abbaas da equipa chinesa do Shangai – não tenham estado a competir internamente antes da realização Campeonato Mundial de Basquetebol. O Clube Zain, equipa que Mário Palma supostamente deveria estar a treinar, tem nove jogadores da equipa nacional da Jordânia. Recentemente ausentaram-se do país para participar no Torneio Internacional do Dubai, que terminaram em quinto lugar. No entanto, o treinador não os orientou em virtude da incerteza em curso no que respeita ao futuro do basquetebol jordano. “Eu não sei com quem falar, porque não há um corpo directivo para gerir o basquetebol na Jordânia”, disse Mário Palma à FIBA.com. “Estou impedido de trabalhar uma vez não existe basquetebol na Jordânia. Já se passaram sete meses desde que disputámos o nosso último (doméstico) jogo e os jogadores estão muito desapontados com a forma como as coisas estão a ser geridas.”E acrescentou: “Este feito alcançado com a conquista da medalha de bronze está a desmoronar-se. Há três anos tudo corria na perfeição. De repente, tudo se foi.“A Jordânia tem um grupo muito talentoso e o seu sucesso é, em grande parte, devido ao treinador Mário Palma, que no seu trabalho anterior liderou equipa nacional de Angola e pelo qual recebeu inúmeros elogios.Só que entrou em ruptura com Angola antes do Campeonato Mundial de 2006, acabando por receber uma oferta irrecusável da Jordânia. A principal frustração de Mário Palma é que os jogadores da selecção não estão a competir. “Eu sou um treinador profissional”, disse Palma. “Não posso estar envolvido em qualquer decisão da responsabilidade do poder político. Seja qual for a causa do problema, nada tem a ver com o nosso jogo.” E a participação no Mundial da Turquia pode estar em risco. “Nós não podemos ir para um Campeonato do Mundo com uma má preparação. Isso poderá denegrir o nome do país num evento com tamanha grandiosidade. A minha experiência diz-me que os jogadores devem permanecer na competição antes de um evento tão importante”, referiu. “Tenho em mente 14 ou 15 jogadores que poderia levar à Turquia de 2010, mas a situação chegou a um ponto desastroso. Se ninguém falar comigo, não há nada que eu possa fazer. É impossível trabalhar sob estas circunstâncias.” A Jordânia perdeu com o Irão (77-75) na meia-final do campeonato asiático do ano passado, mas derrotou o Líbano 80-66 terminar em terceiro. Palma acredita firmemente que na Turquia, iria colocar dentro de campo uma equipa competitiva, isto, claro, em condições mais normais. “Fomos, na minha opinião, a melhor equipa do (FIBA Ásia) Campeonato, apesar da derrota frente ao Irão.”Após a conquista da medalha de bronze em Tianjin, Palma apresentou uma proposta ao Comité Olímpico da Jordânia que, caso tivesse sido aceite, teria ajudado os jogadores da equipa nacional a prepararem-se para o Campeonato Mundial da FIBA, onde terá a Argentina, Sérvia, Angola, Alemanha e Austrália como adversários na Fase Preliminar. “Entreguei um projecto no dia 3 de Setembro do ano passado, ao qual não obtive qualquer tipo de resposta. É difícil manter uma equipa competitiva se não houver concorrência, avisou o técnico, que poderia ser perdoado caso decidisse abandonar o país, algo que não conta fazer. “Eu não posso falar sobre (outras) propostas de trabalho já que sou um profissional”, disse o sexagenário. “Eu ainda sou o treinador da Jordânia.” É tal o dilema de Mário Palma que confessa que levou o seu caso a um Tribunal do Trabalho. Afiança que algo precisa mudar e que a acontecer terá de ser rapidamente. “Como poderemos competir com as equipas do no nosso grupo (na Turquia), se elas se mantêm em competição ao contrário de nós?”, pergunta. “É um cenário desastroso para nós. Estamos inseridos no grupo mais difícil. Todas as equipas estão no top-12 do ranking mundial.”

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13 FEV 2010

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