«Não estou à espera de gratidões»

Na ocasião, Francisco Gomes, presidente do CAB, aludiu que a conquista do troféu se deveu «ao trabalho, dedicação e sacrifício» do clube, «numa caminhada que não foi fácil». Segundo o dirigente, a Taça tem ainda mais significado, porque representa «os valores do povo madeirense e o dignificam». «Muito obrigado por nos receber e pelo apoio que os sucessivos governos nos têm proporcionado, os quais são fundamentais», frisou dirigindo-se a Jardim. Rematou dizendo que «nós não nos iludimos e sabemos que sem esse apoio não conseguimos ser competitivos, nem podemos lutar por troféus como este. Não posso prometer que para o ano estaremos cá (na Quinta Vigia) de novo, mas posso prometer que vamos trabalhar ainda com mais afinco e com mais garra para dignificar a Madeira».Seguiu-se a intervenção do presidente do Executivo madeirense que lembrou que o CAB «nasceu de um punhado de boas vontades e de voluntarismo para com a modalidade de Basquetebol» e também «pela convicção do papel cívico que tem o Desporto». Para Alberto João Jardim, «hoje tudo isso culmina, não apenas nos sucessos que o Clube se pode orgulhar, e que a Madeira também se orgulha, com a conquista da Taça de Portugal». Dirigindo-se ao presidente do CAB, Jardim disse que «o Governo não está fazer um favor seja a quem for, nem está à espera de gratidão». «Quando se cumpre o dever não se está à espera de gratidões. Cumpre-se porque se entende que a causa do Desporto é fundamental na preparação das gerações», avançou o governante, «numa escola de valores, da lealdade, de competição e para vencer na vida, em que só se pode fazer através das regras do jogo». A seu ver, «numa altura em que o sistema de ensino português «falhou completamente, se não tivessemos reforçado esta componente desportiva, teríamos posto em causa os valores em que acreditamos». Em nome do povo madeirense, Jardim mencionou que tem de «estar grato a todos aqueles contribuíram para esta honra e para esta alegria que o CAB nos dá». A finalizar, o líder do Executivo garantiu que «se Deus me der vida e saúde, e se o povo madeirense continuar com o juízo que tem tido, para o ano estarei aqui para receber a Taça…».Oferta de camisola com o n.º 1 autografadaNa presença do secretário regional de Educação, Francisco Fernandes, a deslocação da direcção, jogadores e equipa técnica do CAB à Quinta Vigia decorreu sempre em ambiente descontraído, informal e animado. Jardim fez questão de cumprimentar um a um todos os elementos da comitiva “Amiga”, saudando e dando os parabéns pela conquista da Taça de Portugal. No final dos discursos, o presidente do Governo Regional recebeu uma camisola (com o n.º 1) autografada por todos os elementos do plantel e personalizada (inscrição com o seu nome nas costas), que Jardim fez questão de a vestir. Depois de várias fotos de família, os presentes foram obsequiados com sumos, vinho Madeira e bolo de mel, com Jardim a interagir com toda a comitiva. Sempre com boa disposição, trocou palavras com técnicos, dirigentes e jogadores, como foi caso dos atletas norte-americanos, gracejando pelo facto de dois deles não falarem português. Teve tempo ainda para dizer que, na próxima semana, espera poder fazer um lançamento de três pontos (triplo), «pondo três pessoas na rua, sendo a primeira delas o ministro das Finanças».