“Nunca imaginei que esta época pudesse acabar assim”

Eugénio Rodrigues foi um dos grandes vencedores da temporada 2018-2019, conquistando Liga Feminina e Taça de Portugal enquanto treinador do Olivais Coimbra.

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9 MAI 2019

 

Entrevistámos o técnico campeão nacional, que se confessou surpreendido com uma época de tanto sucesso.

O Olivais acaba de ser campeão, 10 anos depois, conquistando assim a dobradinha. Idealizavas uma temporada tão boa, voltando agora atrás?

Confesso que nunca imaginei que esta época pudesse acabar assim. Creio que ninguém o imaginava. A ideia era estar nos momentos altos e chegar longe nos Playoffs. Depois do Olivais ter tido uma época tão complicada no ano transato, este passo seria o mais lógico e todo o trabalho planeado e desenvolvido foi no sentido de não queimar etapas e construir bases mais sólidas para o futuro.

 

Quais as principais razões que explicam a conquista deste campeonato? Algum momento-chave?

É difícil isolar um ou dois momentos. Creio que o planeamento atempado da época, com as atletas a virem antes dos jogos do primeiro torneio, nos permitiu fazer uma boa pré-temporada. Nessa altura construímos alguns dos alicerces que depois nos foram úteis no trabalho e na evolução diária. Penso que a derrota em casa na meia-final da Taça Federação foi um momento de autocrítica muito importante e que nos fez crescer bastante. E claro que a conquista da Taça de Portugal marcou muito, porque nos motivou e nos fez acreditar, talvez pela primeira vez, que podíamos ganhar o campeonato.

 

Pensas que foi o triunfo do cinco-base mais forte frente a um Lombos descrito por muitos como tendo mais profundidade?

Discordo quando se diz que o nosso cinco era o mais forte, nem por sombras. Tínhamos alguns pontos fortes no nosso cinco e tentámos rentabilizar esse facto. Tinha duas jogadoras que conhecia bem, como a Marcy Gonçalves e a Inês Viana, e isso ajudou bastante a disseminar a minha filosofia pela equipa. E depois tratou-se de preparar a equipa para saber viver com este facto, fazendo crescer as mais novas para nos ajudarem gradualmente. Ter um plantel mais curto em detrimento de um mais profundo nunca será melhor. Ter um banco que traz 36 pontos à equipa contra um que traz apenas 3, como foi o caso do Lombos no primeiro jogo da final, nunca poderá ser uma opção melhor.

 

Como viveram este título? Sentiam a pressão após 10 anos sem se ganhar um campeonato num histórico como o Olivais?

Da minha parte, zero pressão. Estive sempre bastante tranquilo ao longo da época, mesmo quando tivemos momentos menos bons como algumas derrotas ou lesões. Porque não vivi por dentro o passado do Olivais e porque todos foram sempre muito pacientes e compreensivos com a equipa, a pressão foi praticamente nula.

 

Em jeito de rescaldo, e falando em termos gerais, qual é a tua opinião sobre esta edição da Liga Feminina?

Tratou-se de uma Liga muito competitiva. O equilíbrio foi notório quer durante a Fase Regular, onde uma distração ou relaxamento se pagava caro, quer nos Playoffs, onde tivemos várias eliminatórias com resultados muito nivelados e a obrigar ao terceiro jogo. Sinceramente gostava que houvesse mais visibilidade neste campeonato e que o retorno disso mesmo fosse no sentido de trazer mais atletas e espectadores à modalidade.

 

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9 MAI 2019

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