O 3º Mosqueteiro

É um dos pilares da equipa de Juniores B do Lusitânia, que no último fim-de-semana revalidou o título regional e garantiu presença na Taça Nacional.

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18 MAI 2006

Depois de André e Chico, já era tempo de dar destaque a esta “geração de ouro”…

A maioria já passou por esta página e começou com cinco ou seis anos, pela mão do técnico Nuno Barroso, na altura na formação do Lusitânia. Há mesmo quem os chame “os meninos do Nuno” e destacam-se por serem, sobretudo, ganhadores… Cláudio Bettencourt é mais um exemplo de um grupo que tem mostrado qualidade e é, sem dúvida, uma das traves mestras do novo campeão regional de juniores. “Nunca esperamos um Regional fácil e acabou por não ser um Regional fácil. Os Vitorinos mostraram logo que seriam a equipa mais difícil desde a primeira fase e deram sempre dificuldades. Ganhamos o primeiro, perdemos o segundo, mas acho que depois, com a força e com a atitude do nosso grupo, ganhamos bem”, refere a nossa figura da semana. Sobre a sua prestação na prova, confessa quejá teve “regionais que correram melhor”, mas orgulha-se de ter feito o seu trabalho e ajudado “a equipa a atingir os objectivos”. Sobre o resto do basquetebol regional, tem uma opinião realista: “Estava à espera de mais competição…”.Agora, com a vitória assegurada e o passaporte para a Taça Nacional (que se disputa em Ponte de Lima), resta esperar para ver. Para Cláudio, “o nosso principal objectivo era o Regional. A partir daqui vamos tentar fazer o melhor que podermos. Se conseguirmos chegar à final já estamos a fazer mais do que no ano passado e isso já é um objectivo cumprido. Não sabemos nada sobre os adversários e não sabemos o que nos espera. Daí ser um pouco difícil falar em aspirações, mas gostava de pelo menos chegar à final e depois, ganhar a Taça…”. Ou seja, apesar das saídas do ano passado, “que foram importantes”, Cláudio considera que a equipa está mais madura (pela experiência na CNB1) e tem alguns cadetes que mostram qualidade (Freitas, Teixeira, Câmara…). Por isso, “talvez possamos surpreender, quem sabe”. FUTURO INCERTO O atleta do Lusitânia é um dos bons exemplos daquilo que é possível fazer em termos de formação nos Açores. Começou aos cinco anos e tem passado, sem falhas, por todos os escalões. Esta época já experimentou a incerteza em relação ao futuro. Chegou a integrar a equipa B do Lusitânia, mas acabou por estar a 100% nos Juniores… “Foi uma época complicada… Vi que na altura não tinha muito espaço para evoluir e achei melhor não ficar. Hoje acho que ficar somente nos juniores foi a minha melhor decisão… Acho que na Terceira é complicado para os clubes fazer planos a longo prazo. Muitos jogadores saem da ilha com 17 ou 18 anos e o basket fica sempre em segundo plano, ou fica mesmo por ali. Por outro lado, também podiam haver mais oportunidades para os jovens jogadores enquanto estão por cá… Para nós era óptimo que algumas coisas mudassem…”. Mesmo assim o tempo é de olhar o futuro com confiança. A qualidade técnica, está lá. A vontade de trabalhar, está lá. A ‘raça’ também está lá. Resta definir o que fazer a nível académico, para escolher o futuro como atleta. “Depende muito de que vou fazer. Ainda não sei se fico cá na ilha, por isso é cedo para falar nisso. De qualquer forma quero continuar a jogar e não penso noutra coisa que não seja continuar a jogar, seja na Terceira seja noutro lado qualquer, apesar de haver outras prioridades na minha vida”, refere Cláudio. “O futuro no basket é sempre complicado. Todos os jovens gostavam de jogar na Liga Profissional, mas a nossa Liga é de difícil acesso para os jovens portugueses. Por isso é muito complicado… Mas olha, quem sabe?… De qualquer forma o basket para mim continua ser um hobby e o meu objectivo é continuar a jogar como desporto e para me divertir”. A prioridade é estudar, para garantir um futuro ligado ao Desporto. João Rocha, antigo treinador e jogador do Lusitânia, é um exemplo, porque garantiu ‘o canudo’ e joga ao mais alto nível em Portugal. Este é o projecto de Cláudio Bettencourt… Até lá, continua no 11º ano, “muita internet, muita Playstation (Pro Evolution) e o resto é saír à noite e estar com os amigos”. “É um prazer ajudar” Mas o basquetebol não está ligado a Cláudio Bettencourt apenas pelo lado do atleta. Há cerca de um ano descobriu o seu lado de monitor/técnico de Minibasquete e, pelos vistos, encontrou uma nova paixão. “No ano passado conheci o prof. San Payo Araújo e tive a oportunidade de ir acompanhar os atletas que foram ao Jamboree. Na altura pensei duas vezes, por ser na altura das Sanjoaninas, mas como era basket, escolhi ir… Foi uma experiência única e fico muito triste por não poder ir este ano, por causa dos exames nacionais. Mas é espectacular”. Desde então a nossa figura da semana já reuniu outras vezes com o coordenador do Minibasquete nacional, a última das quais numa acção de formação ministrada pelo técnico em Angra do Heroísmo. Considera que valeu a pena, e está hoje bem preparado para assumir o papel de técnico… “A minha prioridade não é ser monitor, mas sim jogar basket e estudar. Mas sempre que tiver tempo livre, e nas férias, vou ajudar os miúdos. A Escola da Conceição caíu um bocado do céu. Eu ajudava o Daniel Caluico, nos treinos e nos Encontros e quando a época dos seniores acabou ele foi para o Porto e eu fiquei com os miúdos… “Tenho disponibilidade e tenho prazer em ajudar. Faço o que gosto de fazer, ensino o que sei e dou o meu máximo”. Segundo Cláudio, “temos de ter paciência, saber o que estamos a fazer, e fazê-lo com gosto. Se pensar que já passamos por aquilo, as coisas saem na boa… Temos umas equipas engraçadas e penso que é um trabalho importante”.

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18 MAI 2006

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