O favoritismo dos EUA
Quando um país ganha o ouro nos Jogos Olímpicos e aparece num Campeonato Mundial de Basquetebol, dois anos depois, com uma equipa completamente diferente, trata-se de mais um motivo para se pensar que os Estados Unidos participam nesta competição dispostos a surpreender.
Competições | FPB
28 AGO 2010
Afinal, as selecções mais bem sucedidas são aquelas cujos jogadores, verão após verão, competiram e cresceram juntos nas camadas jovens e depois se afirmaram nas selecções seniores.
Embora, os Estados Unidos tenham conquistado o título nos Jogos de Pequim, há dois anos, a verdade é que a equipa viajou para o Campeonato Mundial FIBA na Turquia, com 12 novos jogadores.”Acho que estamos realmente com desejo e animados para ter a oportunidade de jogar pelos EUA e queremos trazer para casa o ouro” afirmou Andre Iguodala.No caminho dos Estados Unidos, no Grupo B, estão a Eslovénia, Brasil e Croácia, selecções que não são estranhas a estas grandes competições e que prometem causar alguns problemas aos norte-americanos.Neste grupo também consta o Irão, duas vezes campeão da FIBA Ásia, e a Tunísia, que no ano passado foi medalha de bronze do Campeonato da FIBA África.O que os EUA têm é uma grande equipa técnica e isso pode ser seu maior motivo de optimismo. O treinador Mike Krzyzewski sublinhou a importância de ter uma boa defesa e os jogadores têm dado ouvidos. “A defesa ganha campeonatos. O ataque ganha jogos “, disse o base Derrick Rose.”Queremos construir o nosso ataque com base na nossa defesa” acrescentou o poste Tyson Chandler.O primeiro adversário dos Estados Unidos é a Croácia, uma equipa formada por rostos familiares, mas um novo treinador Josip Vranković – antigo jogador da Croácia que venceu a medalha de bronze no Campeonato Mundial FIBA 1994, em Toronto, durante um grande período de basquetebol croata. “Era uma época diferente, pois tivemos quatro jogadores da NBA, em que fizeram parte dessa equipa”, afirmou Vrankovic. “É óbvio apontarmos os EUA como uma das melhores equipas, candidata a vencer o campeonato, mas as restantes do nosso grupo não estão muito distantes. O meu objectivo é que joguemos duro, independentemente do adversário. Terá que provar tudo dentro de campo. ” Todos os olhares estarão no atleta croata Ante Tomic, que brilhou no Real Madrid depois de se mudar para a Espanha, em meados da temporada após ter estado vários anos no clube de Zagreb. “Ele passou de um clube pequeno para Madrid, acostumando-se a jogar a um nível elevado e isso é muito bom para nós”, disse Vranković. “Deixou de ser talvez o 13ª jogador da Croácia e tornou-se num dos quatro melhores.” O Irão, que enfrenta este sábado o Brasil, perdeu a máquina de fazer pontos e fonte de inspiração, o capitão Samad Nikkah Bahrami, por lesão, a menos de uma semana do início do Campeonato do Mundo. A equipa ainda tem Hamed Haddadi, um poste que vem de uma boa temporada ao serviço dos Memphis Grizzlies, e o veterano 1º base Mehdi Kamrani. Haddadi pode ser capaz de tirar proveito da ausência esperada no Brasil do poste Anderson Varejão, que ainda não recuperou totalmente de uma lesão no tornozelo.Mas o Brasil tem mais soluções para o jogo interior e o talentoso Tiago Splitter será uma força nas áreas próximas do cesto neste torneio. A Eslovénia também não deve ser menosprezada. O novo treinador Memi Becirovic, cujo primeiro jogo será contra a Tunísia, mostrou-se muito optimista. “A minha esperança é que vamos jogar bem e fazer um grande Campeonato do Mundo. Não estivemos bem na pré-temporada, mas isto é algo diferente. E também teremos um grande número de adeptos que estão a chegar a apoiar-nos. Estamos à espera de 3.000 apoiantes, que nos darão muita confiança. ” A Tunísia classificou-se para o Turquia’2010 ao bater os Camarões no jogo da medalha de bronze no Campeonato de África. O extremo e melhor marcador da equipa, o veterano Amine Rzig, elogiou os eslovenos: “A Eslovénia é uma boa equipa. Tem bons jogadores no interior, razão pela qual vamos ter que nos concentrar, jogar duro e tentar ganhar o primeiro jogo. “