“O fundamental é desenvolver as crianças e que daí beneficie o minibasquete”

António San Payo Araújo, voz mais do que consagrada na área do minibásquete, deu uma ação de formação sobre a modalidade na Alemanha que mereceu os mais variados elogios.

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29 SET 2017

Estivemos à conversa com um nossos senadores em matéria basquetebolística, que canalizou muito do seu discurso para os mais jovens.

Como decorreu a ação de formação sobre o minibasquete na Alemanha? Sentiu grande interesse em solo germânico relativamente a esta variante da modalidade?

Ser juiz em causa própria deixa-me numa posição que eu não gosto, prefiro que seja quem esteve presente a pronunciar-se sobre as minhas intervenções. Contudo, não deixo de ter a perceção que correu bem, ideia reforçada pelo “feedback” de mais de metade dos alunos e do Tim Brentjes, responsável pelo convite, depois de me terem vindo dar os parabéns e dizerem que tinham gostado muito das minhas intervenções. Outro sinal de que as intervenções agradaram os presentes, consiste no facto de ter sido convidado para fazer parte do grupo de preletores do programa de formação de treinadores de minibasquete. Sim, a Federação alemã está a realizar um grande esforço e enorme investimento para aumentar a importância do minibasquete no país. A ação de formação em que estive presente insere-se num programa promovido pela Federação para formar especificamente treinadores de minibasquete. Todos os anos desde 2015, estão a ser selecionados 16 adultos, não necessariamente treinadores, mas obrigatoriamente pessoas com experiência no trabalho com crianças e com perfil adequado ao ensino do minibasquete. A minha intervenção ficou inserida na parte final deste programa anual, em que a Federação alemã junta numa terceira ação durante quatro dias todos os candidatos. Para além disso, é enorme o esforço e empenho da Federação em publicar manuais e livros sobre o ensino do jogo que são distribuídos gratuitamente por todas as federações regionais e clubes e escolas.

 

Até pelo convite que lhe foi endereçado, pensa que o minibasquete em Portugal se encontra num bom momento? Em que aspetos há que trabalhar mais?

Este convite surge na sequência do momento em que por iniciativa de Manuel Fernandes, atual presidente da Federação, Portugal começou a participar no FIBA Europe Get Together. Quanto ao minibasquete em Portugal está inserido na Federação, e bem, na captação e fomento da modalidade. Por um conjunto diversificado de motivos, esta é seguramente a tarefa mais difícil e importante do minibasquete. Não é difícil treinarmos um conjunto de crianças, que já estão fidelizadas à modalidade, não é difícil compreender e treinar aquelas que são as melhores neste momento, o difícil é atraí-las e fidelizá-las. Essa deve ser no minibasquete a preocupação central da federação e é com alguma apreensão, mesmo preocupação, que nesta perspetiva olho para o que está, ou melhor dito, o que não está a ser feito. Contudo, penso que a nível de vários clubes está a ser feito um bom trabalho, com este objetivo: atrair e fidelizar mais crianças.

 

Sente-se um pouco como o nosso embaixador do minibasquete?

No minibasquete, o mais importante são as crianças, todas as crianças. Elas é que são com o seu entusiasmo e alegria pela modalidade os embaixadores do minibasquete. Eu apenas tento interpretar as suas necessidades e interesses, pois sei que assim teremos mais hipóteses de as fidelizar à modalidade. Contudo, sempre na perspetiva que no centro da questão está a criança. O fundamental é desenvolver as crianças e que daí beneficie a modalidade, e não desenvolver a modalidade e que daí beneficiem as crianças. Esta é, na minha convicção, a melhor forma de conseguirmos captar e fidelizar mais crianças. Quanto a mim, apenas sinto que sou alguém que tem imenso gozo em ensinar crianças e prazer em poder transmitir, a quem está interessado, um pouco da minha longa experiência.

 

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29 SET 2017

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