Oats inaugura amanhã o seu sexto campo de 3×3 BasketArt

"É um projeto muito bom não só para os artistas, mas também porque tem um impacto sério na comunidade"

3x3 BasketArt
23 SET 2024

Para estrear Vila Franca de Xira: Oats. O artista vai voltar ao projeto 3×3 BasketArt, totalizando seis campos à mercê das suas tintas. Quatro campos com Cascais, sua terra natal, um em Grândola e agora com Vila Franca de Xira, mais precisamente no Sobralinho, marcando o concelho como o segundo do distrito de Lisboa a acolher um ringue renovado para a prática desportiva.

Aos 30 anos e com um longo currículo, o artista voltou a sentar-se à mesa com a FPB, numa conversa sobre esta longa parceria que tem com a comunidade, a arte e o Basquetebol.

És o artista que mais campos assinou com o projeto 3×3 BasketArt. Depois de Cascais e Grândola, como chegaste até ao Sobralinho?

Oats: Este campo de Vila Franca de Xira surgiu a convite da Câmara Municipal. Depois de consultarem com a FPB os artistas que já trabalharam com eles, gostaram do que eu já tinha feito no projeto [3×3 BasketArt] e convidaram-me.

De facto, és um “regular” aqui no plantel de artistas do 3×3 BasketArt. É um desafio artístico para ti?

Oats: Eu gosto muito deste projeto, [mas] não é só a parte artística. A mim agrada-me bastante pintar o chão, é um desafio que aceito sempre de braços aberto, acho bastante enriquecedor em termos de crescimento como artista – porque há desafios diferentes e nenhum campo é igual ao outro e há sempre problemas para resolver, e por acaso gosto dessa parte. Mas é um projeto muito bom não só para os artistas, porque dá essa oportunidade, mas também porque tem um impacto sério na comunidade.

Já te sentes parte da comunidade do Basquetebol ou falas da comunidade local?

Oats: Em todos os campos que estou a pintar, as pessoas vêm falar comigo. Ainda agora, em Vila Franco de Xira, todos os dias passa lá alguém a perguntar “Vão abrir o campo outra vez? Vamos poder jogar aqui? Vai estar renovado? Vai ter pinturas?”. E as pessoas ficam entusiasmadas, porque é um espaço que fica realmente apto para a prática desportiva de um desporto que, apesar de ser muito grande cá em Portugal, devia ser ainda maior, e a FPB faz por isso, como é lógico.

Achas que este projeto pode levar as pessoas a ver de outra maneira o Basquetebol?

Oats: [A] ter outro olhar, porque somos um país muito dedicado ao futebol. Que é um desporto que também gosto muito. Mas acho que não há só futebol e nem toda a gente é obrigada a gostar de futebol e o Basquete é um desporto muito interessante.

Sei que nunca jogaste Basquetebol, és apenas um espetador. No entanto, sentes agora que já fazes parte desta comunidade que é o Basquetebol?

Oats: Tenho-me vindo a afeiçoar ao desporto pelo contacto que temos tido através das inaugurações e de ver a malta a jogar e de ver o gosto que as pessoas depois têm em ver o espaço arranjado, um espaço para o qual eu também contribuo. Estou um bocadinho mais ligado ao Basquetebol do que o que estava e acho que à comunidade principalmente.

Tens exemplos dessa envolvência?

Oats: As mensagens que muitas vezes recebo nas redes sociais, de pessoas de visitam os campos e gostam, e dão os parabéns e dizem que “Tens de fizer mais, ficou espetacular” … Porque realmente um campo branco ou cinzento ou verde é uma coisa, um campo com alma é outra e as pessoas que utilizam o espaço ficam mais entusiasmadas. Se calhar em vez de irem jogar a um campo num polidesportivo que tem só as tabelas e as linhas preferem ir jogar a um campo que está pintado, nem que seja só pela piada e pelo espírito que fica montado à volta do espaço. Porque depois cada espaço tem um significado, no caso, quando pintei o Neemias, quem gosta muito dele prefere ir jogar ao campo dele, da Ticha, do Kobe, igual.

Por falar nos outros campos, e como cada um é um desafio diferente, consegues falar-nos um bocadinho dessa parte técnica aqui no Sobralinho?

Oats: Este campo foi dos mais fáceis. Em termos do estado da superfície, a Câmara Municipal adiantou-se a reparar tudo o que era preciso; o piso estava em ótimas condições, as rachas foram reparadas. Houve outras situações com outras especificidades, campos diferentes têm especificidades diferentes, mas este em específico está ótimo e foi um trabalho fácil.

Quais então as especificidades deste campo em particular?

Oats: Este trabalho foi um bocadinho diferente dos campos de Cascais, em que já havia uma ideia muito definida do que havia para fazer e aqui foi mais na lógica de criar várias propostas. [Mostrei] algumas que já tinha feito e que gostava de fazer, outras criadas de propósito com o feedback que eles me deram. No fim escolheram uma e é um caminho mais livre de criação.

Satisfeito com o resultado? O que pintaste?

Oats: A bola de basquete num estilo muito gráfico, como se fosse uma espécie de explosão, como se estivesse a cair no chão. E depois tem umas linguagens mais gráficas, mais estilizadas, vetoriais, até, que é uma coisa que também me agrada muito fazer.

Para fechar, voltamos aqui ao facto de já seres quase um “artista residente”, porque segue-se o campo 3×3 BasketArte em Santo Tirso. Entusiasmado?

Oats: É a primeira vez que vou pintar um campo complementado com um muro, e acho que é importante, porque torna ali o espaço uniforme. Muitas vezes fica o campo pintado e os muros têm outras coisas pintadas que não se enquadram tanto com o espaço, e ali vou ter a oportunidade de pintar o chão e o muro e acho que vai ficar muito interessante. É para começar no fim de setembro, início de outubro, portanto havemos de falar outra vez em breve.

 

Localização: Estrada do Miradouro, Sobralinho (38°55’09.3″N 9°01’11.8″W)


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Fotografia | Oats
3x3 BasketArt
23 SET 2024

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