“Obrigado”

Um título simples, mas com um significado imenso… Através deste Jornal, a família do basquetebol agradece a um grupo de homens que criou e fez crescer a modalidade na Terceira e nos Açores.

Associações
29 OUT 2007

A homenagem segue no dia 31 de Outubro na Câmara de Angra.

Nasceu em Paço de Arcos (Oeiras), em 1924. Vinte e cinco anos depois formava-se em Educação Física, era atleta e treinador das modalidades do Sporting Clube de Portugal e em 1949 chegava à Terceira para leccionar no Liceu de Angra. Casou e ficou… O seu nome? Nuno Monteiro Paes, “o professor”, responsável pela criação da primeira equipa de basquetebol na Terceira… Em 1957, um ano depois da criação do Ginásio do Lawn Tennis, nascia a equipa de basquetebol do Ginásio, formada por António Frias, José Pato, Artur André, Gerardo Teles e José Carlos.Um momento marcante para a comunidade da altura e para todos os que hoje fazem parte do fenómeno do basquetebol na Terceira, liderado por um homem que promoveu, a partir desta data, o relacionamento com as equipas americanas da Base das Lajes; organizou durante mais de uma década vários torneios de basquetebol no pátio do Lawn Tennis; foi representante da FNAT, actual Inatel, na Terceira; fez parte da equipa técnica do futebol do Lusitânia, durante a chamada ‘época de ouro’; e que mais tarde fundou o CER (Centro de Educação e Reabilitação da Ilha Terceira)… Dedicou toda a sua vida ao ensino da Educação Física, da Reabilitação e do Desporto.Razões que fazem dele ‘cabeça de cartaz’, na homenagem de iniciativa do TAC, que decorre no próximo dia 31 de Outubro, ao fim da tarde, na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. Um reconhecimento que apenas peca por tardio, sete anos depois da sua morte… Uma homenagem a título póstumo, seguida por outras seis a pessoas que ainda hoje honram o basquetebol terceirense.Outros fundadoresOutra das figuras incontornáveis dos primórdios do basquetebol na Terceira é António Frias. Natural de Coimbra, onde nasceu em Dezembro de 1938, chegou à Terceira em 1955… Para trás ficavam já cinco anos da prática da modalidade no Sport Clube Coimbricense…Na Terceira conseguiu motivar para a prática do basquetebol alguns amigos, fez parte da primeira equipa do Ginásio e esteve nos primeiros jogos disputados em Angra do Heroísmo. O embrião para o arranque da modalidade a nível associativo, outra área em que se destacou… Foi presidente da Comissão Instaladora da Associação de Basquetebol da Ilha Terceira. Foi membro fundador da mesma e o primeiro presidente da ABIT. Passou depois pela presidência da Assembleia Geral, fazendo hoje parte do Conselho Jurisdicional da associação terceirense. Uma carreira de dirigente que passou também pela presidência do Lusitânia e pelo lugar de coordenador de basquetebol da Delegação da Direcção Geral dos Desportos.Um apêndice na vida de um homem que sempre gostou de estar dentro do campo. Na Ilha Terceira representou o Ginásio do Lawn Tennis, o Marítimo, o Belém, o Lusitânia, o TAC e o Boa Viagem. Disputou durante vários anos os Campeonatos de Basquetebol da Base das Lajes e chegou a ser o atleta mais antigo inscrito na Federação Portuguesa de Basquetebol… Jogou durante 40 anos basquetebol, tendo-se retirado aos 52 anos…Durante grande parte destes anos, António Frias teve a companhia de João Botelho. Dois anos mais velho, natural dos Fenais da Luz em Ponta Delgada, veio para a Terceira aos oito anos de idade e esteve ligado ao desporto como atleta, treinador e dirigente mais de 50 anos. Para além do basquetebol, praticou Andebol, Voleibol e Ginástica Desportiva, modalidade em que se notabilizou como técnico, sendo mesmo coordenador da Ginástica Desportiva na Delegação da Terceira da Direcção Geral dos Desportos.No basquetebol notabilizou-se não só como praticante, mas também por ter sido um dos responsáveis pela introdução do basquetebol feminino na ilha, como treinador da equipa feminina do Sport Clube Lusitânia, nos anos 60. Como dirigente foi diversas vezes director do Lusitânia e foi também presidente do Conselho Fiscal da ABIT em diversos mandatos.Uma acção importante como dirigente, que no entanto tem outro ícone… Luís Carlos Noronha Bretão… Passou pela presidência do Lusitânia, da Associação de Basquetebol da Ilha Terceira, da extinta Associação dos Desportos, cargos que lhe valeram o título de Comendador da Ordem de Mérito, atribuído pelo Presidente da República Jorge Sampaio a 10 de Junho de 2005, e a promessa de um “Pavilhão Luís Bretão”, no actual Multiusos de Angra do Heroísmo. Pelo seu papel interventivo diversas modalidades desportivas passaram a ser parte do quotidiano de muitos jovens. Promoveu muitas acções de formação na área do desporto, lutou pela aquisição e distribuição de material e infra-estruturas. Como praticante passou por várias modalidades, com destaque para o Hóquei em Patins. Aos 62 anos orgulha-se de ter sido jornalista, árbitro de basquetebol e por ser, hoje, presidente da Assembleia Geral da ABIT, um cargo que desempenha com o sentido de dever que muito enriquece o nome desta associação… A segunda vagaDepois de consolidada a modalidade, outros nomes se destacaram pelo empenho que tiveram no desenvolvimento da modalidade. Entre muitos, o TAC decidiu homenagear três: Josué Cardoso, Valdemar Belo e Fernando Pavão.Josué Gusmão de Sousa Cardoso, estudou na Secundária de Angra e foi aí que começou o amor pela modalidade. Como atleta, começou na equipa “Datsun”, treinado por João Botelho, passando depois pelo Boa Viagem, Lusitânia, TAC e Angrense (onde ganhou títulos locais e regionais, quer na formação quer como sénior). Um currículo de respeito, que ganha outra dimensão pelo papel que teve como monitor/técnico, nomeadamente pela criação da primeira escola de Minibasquete na Terceira, a “Oliva”, que permite a cerca de meia centena de atletas, entre os 10 e os 12 anos, a prática da modalidade. Destaca-se ainda por ter sido o primeiro secretário técnico da então Comissão Instaladora da Associação de Basquetebol da Ilha Terceira, para além de ter assumido o comando técnico de equipas do Boa Viagem, Lusitânia, TAC e Angrense.Uns anos antes, era Fernando Pavão que descobria o amor pela modalidade. Hoje com 55 anos, iniciou a prática do basquetebol aos dez anos, tendo representado o Lusitânia e o TAC… Depois de anos como atleta, salta para o cargo de treinador, onde marcou o trajecto de muitos jogadores de basquetebol da Terceira. Conseguiu títulos de campeão de Ilha e campeão Regional em todos os escalões, chegando também ao título regional de seniores. Uma carreira de destaque como treinador, que lhe valeram a passagem por várias selecções da Terceira e dos Açores. Como dirigente chegou a ser presidente da ABIT.Outra das personalidades alvo da homenagem do TAC é Valdemar Belo. Nascido nas Lajes, em 1951, tomou o gosto pelo basquetebol na antiga Escola Comercial e Industrial de Angra do Heroísmo, na representação das selecções escolares de basquetebol. Daí para o Angrense foi um pequeno salto, estreando-se aos 15 anos no clube que foi a sua casa durante vinte (!!!) épocas consecutivas, e onde conseguiu os títulos de campeão de ilha e regional… Títulos que conseguiu também ao serviço do Lusitânia, Boa Viagem e Carioca. Representou ainda o TAC, o AngraBasket e várias Selecções da Ilha Terceira, onde se destacam os jogos frente ao Benfica em 1976 e 1978. Como técnico o currículo de vitórias também é extenso, ao serviço de equipas femininas do Angrense, TAC, Lusitânia e CCD.“Reconhecer o trabalho”Esta é a ideia fundamental para a iniciativa do TAC. Segundo Cesário Relvas, responsável pelo departamento de Basquetebol do clube, a “razão de ser desta Gala é a vontade de homenagear pessoas que na nossa opinião tiveram um passado desportivo de prestígio relacionado com o basquetebol. Não estamos a homenagear pessoas que estão ainda no activo, porque aí tínhamos que destacar muita mais gente… A ideia é agradecer, reconhecer o papel destas pessoas”.A sessão solene realiza-se na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, com início marcado para as 21 horas, com a presença do Director Regional do Desporto, do Secretário Regional da Educação, do presidente da Câmara e da ABIT. Mais uma ocasião para “reunir fora do campo pessoas que tiveram um papel e um passado importante. Desta forma optamos por mais uma vez reunir a família do basquetebol, num encontro que eu espero que seja agradável para todos”, refere o técnico e dirigente do TAC.

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29 OUT 2007

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