“Participar nas provas europeias é um sonho da instituição, atletas e treinador”

Ricardo Vieira, técnico da APD Braga, falou à FPB sobre a mais recente conquista do clube minhoto, a vitória na Taça de Portugal diante do Sporting CP/APD Sintra.

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15 MAI 2018

O treinador da bicampeã nacional realça o quanto “todos se superaram” face às contrariedades, onde sobressaem as inúmeras lesões, aborda o desafio que representa enfrentar o Sporting CP/APD Sintra recentemente reforçado por vários atletas estrangeiros e vaticina uma eventual, e inédita, participação dos minhotos nas provas europeias, “sonho da instituição, atletas e treinador”.

 

Poucos previam o desfecho da Final Four da Taça de Portugal 2017/2018 com vitória minhota. Privada nos últimos tempos de jogadores-chave como Márcio Dias e Filipe Carneiro e com Jorge Palmeira e Gabriel Costa condicionados, a APD Braga enfrentava um Sporting CP/APD Sintra munido do espanhol Jose Manuel Vargas, poste imponente, pela altura e compleição física, com um rasto de sucessos na elite do BCR espanhol, ao serviço de CP Mideba e Clinicas Rincón Amivel, balneários que partilhou com o atual colega Pedro Gonçalves, Hugo Lourenço e Cláudio Batista. Perante o cenário adverso, Ricardo Vieira revela que a “mensagem passada ao grupo foi a de sempre”, relembrando outros desafios enfrentados pela equipa como a época em que Márcio Dias e Filipe Carneiro rumaram aos espanhóis Servigest Burgos e CD Amfiv Vigo, fator que não impediu os bracarenses de se sagrarem campeões nacionais. E são precisamente as vitórias que, no entendimento do também treinador-adjunto da Seleção Nacional, “acabam por tornar mais fácil que haja motivação”. Sem desvalorizar a importância de Márcio Dias, um dos jogadores em evidência na final e que estivera ausente nos últimos dois meses, o timoneiro da turma bracarense sublinha a união do grupo, que se refletiu na superação de todos, inclusive do camisola 4. “Nem sei como é que ele conseguiu jogar”, enfatiza.

Na final, o ascendente até pertenceu aos sintrenses durante a primeira parte, mas no reatar das operações um lançamento corajoso de Jorge Palmeira, cara a cara com Jose Manuel Vargas, foi o tónico de que a equipa precisava. “Foi uma explosão por parte de todos”, afirma Ricardo Vieira em alusão ao despertar do público presente em Lamaçães. Para o triunfo, o quarto consecutivo na Taça de Portugal, muito contribuiu a disciplina defensiva, sobretudo para parar o já mencionado reforço dos sportinguistas. “Tivemos de fazer uma coisa que não estamos habituados a fazer: pensar ofensivamente e defensivamente o jogo. Normalmente, são as outras equipas que pensam como é que vão parar A, B ou C. Desta vez, tocou-nos a nós. Começamos a fazer dois contra um com ajudas do lado oposto, do lado fraco, e as coisas começaram a resultar”, analisa em retrospectiva.

Entretanto, com o foco nas meias-finais do campeonato nacional, ao Sporting CP/APD Sintra juntaram-se Yañez (1.0) e Laslaa Kaddouri (2.0), espanhol e marroquino respetivamente, atletas que acentuam as dificuldades para a APD Braga continuar no trilho do sucesso, embora a sua adição acarrete desafios positivos. “Isso obriga-me a trabalhar mais situações de defesa e de ataque. O treino tem sido muito mais tático do que em qualquer outra altura do ano. É um tónico para podermos trabalhar mais ainda”, diz o técnico, que deixou ainda um lamento: “tenho pena que a contratação destes jogadores não tenha sido desde a fase regular porque nos ia ajudar não só a nós, Braga, mas igualmente equipas como o Paredes, que têm tido uma evolução fantástica e que ao jogarem com atletas com calibre europeu, podemos dizer se calhar mundial, evoluiriam ainda mais”. Na contenda do playoff, o Sporting CP/APD Sintra lidera por 1-0 após derrotar em casa a APD Braga por 59-48.

Sábado, em Ferreiros, às 15h, os minhotos irão procurar força a “negra”.

Independentemente do resultado do fim de semana, há muito que o nível bracarense reclama uma participação europeia (a última equipa a participar foi precisamente a então APD Sintra, em 2007), questão a que Ricardo Vieira não foge: “É um sonho, não só da própria instituição, dos atletas, como do treinador. Estive muitos anos na arbitragem internacional e sei como é que isso funciona e acho que eles eram merecedores disso”, atesta. Ainda que o técnico expresse a sua gratidão aos atuais patrocinadores, “que ajudam imenso”, a falta de verbas obsta a que o clube dê esse passo fundamental, não só para o seu progresso, como do BCR nacional.

 

 

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15 MAI 2018

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