Paulo Marques: “É uma das melhores temporadas da minha carreira”
Árbitro português em entrevista à FPB
Juízes
21 SET 2022
Concluído um verão de competição positivo para a arbitragem lusa, foram vários os juízes portugueses que marcaram presença nas grandes competições internacionais.
Após a presença no EuroBasket 2022, o árbitro FIBA, Paulo Marques, esteve à conversa com a FPB sobre a presença na maior competição de seleções masculinas da Europa, tal como Bruno Casinha, num ano em que somou presenças em jogos decisivos.
“A intensidade e a paixão que tem sido colocada em campo pelos jogadores é extrema. As capacidades físicas que os jogadores têm atualmente, faz com que o jogo se torne muito físico e jogado a uma grande velocidade. A juntar a estes fatores, temos a pressão inerente à dimensão deste Campeonato: do público, dos media, dos jogadores, dos treinadores e de quem nos dirige, pois, a margem de erro é mínima”, explica.
Paulo Marques iniciou a sua caminhada no europeu em Milão, sendo depois selecionado para o grupo de árbitros que presente na fase final da prova: “Tive a felicidade de ser um dos escolhidos e tive a oportunidade de arbitrar a equipa da casa, a Alemanha, contra o Montenegro, uma casa com cerca de 15.000 pessoas”. O juiz português analisa o desgaste de um torneio desta dimensão: “É uma competição longa que nos obriga a ser mentalmente e fisicamente fortes, mas que é muito prestigiante”, explica.
Este EuroBasket marca o fim de uma temporada extremamente positiva para Paulo Marques, que o próprio apelida como “uma das melhores da minha carreira, nacional e internacionalmente”.
“Em 2017 tinha sido uma excelente época, com presença no EuroBasket Feminino e na Final Masculina das Universíadas em Taipei. O ano passado, estive presente no meu primeiro Campeonato do Mundo (sub19 femininos). Este ano, o EuroBasket é sem dúvida o ponto alto, até pelo seu mediatismo. A Final da Euroliga Feminina foi também um marco excelente, até porque foi jogada num ambiente fantástico perante mais de 10.000 pessoas e com vencedor incerto até ao final”, relembra.
Num ano com a presença de vários juízes portugueses em competições de destaque da FIBA, o árbitro considera que a imagem da arbitragem lusa mantém o nível no plano internacional: “A imagem da arbitragem portuguesa sempre foi boa. Já não é de agora, que temos presenças constantes em eventos de grande dimensão europeia e mundial e em fases avançadas da competição. A diferença para alguns países, é que normalmente temos um árbitro, ao passo que outros têm 2 e 3. A FIBA sabe que trabalhamos muito para elevarmos o nosso nível de arbitragem, e quanto mais forte for a competição interna, mais preparados vamos para os jogos internacionais, seja de clubes ou de seleções”, assevera.
Quanto à presença de Bruno Casinha, que fora escolhido para o jogo de 3.º e 4.º lugar do EuroBasket, Paulo Marques elucida: “O Bruno também está presente e com excelentes nomeações. Eu acredito que é sempre um reconhecimento do trabalho desenvolvido durante a época e nesta competição em particular”.
“Temos dado passos para tentar melhorar a arbitragem no seu todo, mas tem sido um processo lento. Temos de trabalhar mais com aqueles que vão ser o futuro da arbitragem portuguesa para poderem estar preparados para responder às elevadas exigências com que se vão deparar num futuro próximo. Individualmente também tem de existir muito trabalho. Numa semana normal, eu treino pelo menos 2 a 3 vezes, com um jogo internacional a meio da semana e outro jogo da nossa competição nacional. Mais a análise que temos de fazer às nossas prestações e visualização de vídeos, é um elevado número de horas dedicadas à arbitragem, sendo que não sou profissional”, conclui.