Pesic: «Expansão do Eurobasket é tardia»

Svetislav Pesic já assistiu a muitos jogos durante sua carreira. Toda a gente se lembra de o ver a ganhar o Campeonato do Mundo com a antiga Jugoslávia, em 2002, a maioria também se deve recordar quando, em 1993, a Alemanha, liderada pelo próprio Pesic, surpreendeu ao vencer o EuroBasket realizado no seu próprio país.

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17 SET 2010

Antes de ser considerado um dos melhores treinadores da Europa, treinou com sucesso equipas nacionais de cadetes e juniores.

O lendário treinador conversou com FIBA Europa para discutir sobre o desenvolvimento do basquete nos últimos anos e o seu futuro.FIBA Europa: Mr. Pesic, você esteve presente no Campeonato Mundial e, provavelmente, assistiu a vários jogos. Quais as suas impressões? Pesic: Foi um grande evento e o nível de jogo foi bastante alto. O basquetebol como desporto evoluiu imenso nos últimos anos. Especialmente na Europa, temos visto melhorias em quase todos os aspectos do jogo. A decisão de disputar anualmente os campeonatos mais jovens, por exemplo, foi um passo muito importante, a meu ver. No sistema actual, os jogadores novos começam a jogar pelo seu país ao mais alto nível a cada ano que passa. Isto dá-lhes a oportunidade de evoluir e entrar em competições seniores prontos para renderem. Mas não é só bom para os jogadores, os treinadores também beneficiam imensamente com esta oportunidade. Cada país precisa agora de ter, todos os anos, seis treinadores para conduzir as respectivas campanhas dos jovens, o que lhes dá a possibilidade de aprender e melhorar o mesmo que os jogadores.FIBA Europa: Por falar em treinadores, essa é uma área em que desempenha um papel activo como o mentor da FIBA Europa Coaching Certificate (FECC). Pesic: Sim, estou muito feliz por fazer parte deste projecto e, tanto eu, como as outras pessoas responsáveis estão satisfeitas com o desenvolvimento deste projecto único. Estamos agora no meio da segunda geração do FECC e devo dizer que temos um feedback extremamente positivo. Durante a acção deste ano, em Vilnius, que teve lugar paralelamente à realização do Campeonato Europeu Sub-18, foi realmente possível ver o que os treinadores jovens estão a ficar cada vez melhor. São tão activos e ansiosos de aprender e é uma alegria trabalhar com eles. Além disso, estamos a tentar ficar à frente no tempo na procura de novos docentes com novas abordagens, a fim de sustentar e melhorar o nível elevado de educação.FIBA Europa: Quando mencionou o desenvolvimento do basquetebol, o que acha que deve ser feito para que se mantenha o desenvolvimento, ou mesmo, que se estimule em áreas que possam não estar tão bem desenvolvidas comparativamente a outras? Pesic: Estou convencido de que aqueles que dão a direcção, ou seja, a FIBA e na Europa e FIBA Europe, têm que fazer mais do que apenas reagir às mudanças no mundo do basquetebol. Depois de analisar a situação, deveríamos fundamentalmente dirigir do que simplesmente reagir. A introdução acima mencionada nas competições jovens é um exemplo positivo. A expansão do EuroBasket para 24 equipas é um passo que vem muito tarde na minha opinião. Eu não acho que seja tarde demais, mas gostaria de ter visto chegar um pouco mais cedo.FIBA Europa: Porquê isso? Pesic: A FIBA Europa tem 51 federações membro, o que é muito comparativamente a outras federações desportivas. O outro aspecto muito importante é que, com a dissolução tanto da União Soviética e da ex-Jugoslávia, dois expoentes máximos do basquetebol, dividiu-se os seus conhecimentos e recursos em várias partes. É claro que houve um período de transição, mas agora quase todos os países ex-União Soviética e Jugoslávia fizeram o seu caminho e apresentam-se agora em força, o que realmente ampliou o nível de competição. Basta olhar para a Geórgia e Montenegro, dois países que asseguraram o ano passado a promoção da Divisão B: este ano surgiram e provaram estar entre as equipas mais fortes da fase de qualificação, sempre com grandes multidões e entusiastas. Também não acho que é mau que a qualificação já tenha sido jogada. A qualificação foi necessária para o escalonamento no sorteio para o EuroBasket e deu também às equipas competição de alta qualidade nos seus países de origem.FIBA Europa: A Lituânia é um dos países onde o basquetebol é muito popular, acha que é o lugar certo para se realizar o primeiro EuroBasket com 24 equipas? Pesic: Uma vez que foram realmente os lituanos aqueles que mais desejaram a expansão, julgo que não poderia existir um melhor anfitrião para acolher este projecto. Eles agora têm o prazo de um ano para se adaptarem às novas exigências, o que acho que será suficiente. A avaliar pelo que vi em Vilnius, durante o Campeonato Europeu Sub-18, estão preparados e vamos ter um grande torneio. Na verdade, penso que vamos assistir a um torneio ainda melhor do que aquele que vimos na Turquia este ano porque, com todas as equipas que querem qualificar-se para os Jogos Olímpicos, tenho certeza de que todas as estrelas que ficaram de fora este ano estarão de volta no próximo. Os Jogos Olímpicos são também uma oportunidade para os países menores obterem suporte adicional para as suas infra-estruturas e programas para a juventude com os Comités Olímpicos Nacionais a colocarem maior ênfase no basquetebol.

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17 SET 2010

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