Portugal “cai de pé” diante da Bósnia e Herzegovina
Seleção Nacional bateu-se de igual com a formação dos Balcãs (75-84); Portugal joga esta segunda-feira com a Hungria (16h30)
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13 AGO 2023
A Seleção Nacional de seniores masculinos estreou-se na Pré-qualificação do Torneio Olímpico com uma derrota diante da Bósnia e Herzegovina (75-84). Apesar da vitória ter sorrido à equipa dos Balcãs, Portugal foi para o intervalo na liderança do marcador, numa partida que foi marcada pelo carácter e resiliência do conjunto português.
A Seleção Nacional entrou melhor em campo e logo nos primeiros dez minutos conseguiu adiantar-se no marcador (24-17). A eficácia portuguesa da linha dos três pontos fazia-se sentir (sete triplos convertidos em 14 tentados), com Portugal a ir para o descanso a vencer por três pontos (40-37). As boas sensações da equipa portuguesa eram reflexo da intensidade e concentração da Seleção Nacional que conseguiu igualar a intensidade defensiva e terminar a partida com mais roubos de bola do que a Bósnia (11 contra sete).
No reatar do jogo, Portugal teve de lidar com a maior agressividade defensiva do conjunto balcânico, que aproveitou o aumento da eficácia para se colocar em vantagem no jogo. Mesmo atrás do marcador, Portugal nunca permitiu à Bósnia ter uma vantagem segura, tendo disputado a partida até aos últimos segundos. No soar final da buzina, mesmo com a derrota por 75-84, a equipa das Quinas deixou uma boa imagem do trabalho que tem desenvolvido. Na Seleção Nacional, importa realçar as exibições inspiradas de Rafael Lisboa (22pts, 4ast), Travante Williams (19pts, 3res, 2rb) e Ricardo Monteiro (10pts, 4res).
No final do jogo, o selecionador nacional, Mário Gomes, mostrou o seu desagrado com a arbitragem do encontro: “Antes de comentar algo sobre o jogo, quero protestar com veemência sobre as condições em que estamos alojados. A FIBA exige muito, mas estas condições, particularmente alguns quartos, são uma vergonha. Tenho pena que as pessoas não tenham visto este jogo na televisão pública, de uma seleção constituída por atletas portugueses, a jogarem ao nível a que Portugal jogou hoje. É frustrante perder assim. A Bósnia não foi melhor do que nós. O que sentimos durante o jogo é que não nos iam deixar ganhar. Num jogo como este, em que competimos a este nível, em que estivemos de igual para igual dentro de campo e acabámos quase com o dobro das faltas e com quarenta lances livres para eles, aquilo que sentimos é que por muito que equilibremos os jogos, em determinadas circunstâncias, não nos vão deixar ganhar”, explicou o técnico português.
Apesar do resultado negativo, Mário Gomes, não deixou de expressar a satisfação pela resiliência e capacidade demonstrada pelo grupo de trabalho: “Estou muito satisfeito com os jogadores, com a equipa. Do ponto de vista do jogo jogado fomos tão bons, ou até melhores, que a Bósnia. Os jogadores conseguiram resistir à frustração que o jogou nos foi trazendo. Foi particularmente notório que os critérios de arbitragem não foram iguais consoante os jogadores que eram alvo das decisões. Como transmiti aos árbitros, à mesa e aos encarregados da FIBA, tivemos em campo jogadores normais e alguns jogadores VIP. Os jogadores VIP tiveram um tratamento diferenciado. Estou mesmo muito orgulhoso da equipa e dos meus atletas, mas a pensar seriamente se vale a pena continuar, quando não nos deixam sair do lugar em que estamos. Não nos deixam ganhar os jogos que temos capacidade para ganhar”, concluiu.
Já o MVP da partida do lado português, Rafael Lisboa, mostrou-se orgulhoso da exibição da Seleção Nacional: “Foi um jogo que mostrou o nosso caráter. É um orgulho fazer parte desta equipa, mas fica um amargo de boca quando sentimos que podíamos ter ganho. Fomos muito competentes, mostramos que temos qualidade para estar neste nível. Não encaramos esta competição como um prémio, viemos para ganhar jogos. Sabemos da qualidade das outras seleções, mas também sabemos o que conseguimos mostrar dentro de campo. Já disse várias vezes que temos muita mais qualidade do que aquela que nos é atribuída”, salientou o jovem base.
Na análise ao encontro, o jogador de 23 anos destacou a boa entrada em campo e apontou baterias ao jogo desta segunda-feira com a Hungria: “Entrámos muito bem, fomos intensos para enfrentar uma Bósnia mais alta e mais atlética. Nos detalhes conseguiram vencer o jogo. Entraram mais fortes na segunda parte, mas não desistimos. Algo positivo de salientar. Estou mesmo muito orgulhoso do trabalho que fizemos. Amanhã temos outro jogo e a mentalidade é a mesma: vencer!”, terminou.
Portugal regressa à competição já amanhã, pelas 16h30 (hora portuguesa), diante da Hungria. A partida conta com transmissão na plataforma Courtside 1891 e na TVP Sport.