Portugal discutiu o jogo durante 35 minutos

Ainda não foi desta que Portugal conseguiu inverter o ciclo negativo (42-55), mas quem esteve na tarde de ontem em Casal de Cambra pôde constatar que as comandadas de Ricardo Vasconcelos defenderam até à exaustão e mostraram que tinham a lição bem estudada.

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1 JUL 2012

A estratégia montada pela equipa técnica resultou durante muitos minutos, obrigando o seleccionador da Ucrânia, que vinha de uma vitória importante a meio da semana na Hungria, a utilizar duas jogadoras durante 30 minutos (as experientes Zherzherunova e Alyoshkina) e a jovem Iagupova pouco menos (25 minutos).

A partida deste sábado, que teve por palco o Pavilhão Municipal de Casal de Cambra, equipamento da autarquia de Sintra que apoiou a organização deste evento, tanto em termos financeiros como logísticos, a par da Junta de Freguesia local e do GDEMA Menéres (a todos os parceiros os nossos agradecimentos), foi muito disputada até ao final do 3º período (33-38 para as forasteiras), com a maior diferença até aí a ser de 12 pontos (10-22), quando Anna Pokoiova acertou o seu 2º triplo (terminou com 3 em 4 tentativas), no minuto 12.Antes disso, no 1º quarto, as nossas representantes até estiveram na frente (7-4), até ao minuto 6, com duas boas iniciativas (1 duplo e 1 triplo) de Maria João Correia, que entrara a substituir a nossa melhor marcadora (Carla Freitas) tocada por uma adversária em lance casual (minuto 3), tendo que ser assistida fora de campo. Sofia Carolina batia-se com denodo ante a veterana Alyoshkina (2,01m), mas as ucranianas com um parcial de 0-9 conseguido em 3 minutos, iniciado com uma bomba da base Kochubei e fechado com o 1º triplo de Pokoiova, no minuto 9, viraram o marcador e terminaram os 10 minutos iniciais já na frente (10-15). No 2º período (9-10) o seleccionado luso manteve a sua atitude de grande entrega e entreajuda, pressionando as adversárias na transição ofensiva com o intuito de evitar ataques rápidos por parte da Ucrânia, o que obrigava esta a cometer erros (10 turnovers para cada lado, ao intervalo). Mesmo com a tarde pouco inspirada nos lançamentos do perímetro (17% contra 44%), Portugal mantinha o jogo em aberto ao cabo dos primeiros 20 minutos (19-25), obrigando mesmo o seleccionador ucraniano (Vadim Czeczuro) a parar o cronómetro no minuto 17 (15-22), preocupado com as dificuldades sentidas pelas suas jogadoras em atacar a nossa tabela.As portuguesas reentraram muito bem na partida, com o 1º triplo de Carla Freitas (em branco na 1ª metade, ao falhar 4 tentativas) a cair no 1º ataque planeado e até ao minuto 25 assistiu-se a uma toada de parada e resposta, com Ana Oliveira primeiro a triplar (25-27) e depois a igualar (27-27), situação que se repetiu com igualdades aos 29-29 depois quando precisamente a meio do 3º período (14-13) a poste Sofia Carolina arrancou uma falta em acto de lançamento, não falhando os lances livres (31-31). A envergadura e experiência de Alyoshkina fazia estragos na nossa tabela defensiva, apesar da oposição tenaz da sua marcadora directa (Sofia Carolina), ao marcar 6 pontos neste parcial, quase metade dos alcançados pela sua equipa (13 neste período). No derradeiro quarto (9-17) foi a possante Alina Iagupova que desequilibrou a contenda, ao anotar 11 (uma jogada de 2+1, 2 triplos e 1 duplo) dos seus 17 pontos no encontro. À entrada do minuto 35, Carla Nascimento era travada em falta, reduzindo para 37-45, mas um parcial de 0-7 em pouco mais de 2 minutos sentenciou a partida. A perder por 15 (37-52) e com 2 minutos para jogar, as portuguesas por intermédio de Carla Freitas (o seu 2º triplo e 2 lances livres) conseguiam ultrapassar a barreira dos 40 pontos, sem contudo evitar que Iagupova tivesse anotado mais uma bomba (40-55). Resultado final: Portugal 42-55 UcrâniaNo final do encontro, o seleccionador nacional analisou a prestação da sua equipa: «Esta foi mais uma prova de que a equipa está a crescer. Discutimos o jogo até aos últimos minutos (37-45, à entrada do minuto 35) e acabou por ganhar a Ucrânia porque foi realmente melhor que nós. Neste momento já só pensamos nos próximos 3 jogos e na forma diferente como teremos de jogar em relação à 1ª volta.». Mais adiante Ricardo Vasconcelos referiu: «Acredito mesmo assim que podemos melhorar em relação aos turnovers porque alguns foram não forçados e hoje não contámos com a percentagem de 3 pontos que tem sido habitual. De qualquer forma estou bastante satisfeito com o desempenho das nossas atletas que mais uma vez provaram que estamos no caminho certo.».Nas vencedoras destaque para o duplo duplo da poste Lyubov Alyoshkina, MVP do jogo (21,0 de valorização), ao contabilizar 12 pontos, 11 ressaltos sendo 5 ofensivos, 2 desarmes de lançamento e duas faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres, seguida de perto por Alina Iagupova, melhor marcadora do encontro (17 pontos, 6/12 nos lançamentos de campo repartidos por 3/6 nos duplos e 3/6 nos triplos, 4 ressaltos defensivos, uma assistência, 2 roubos e 6 faltas provocadas, com 2/3 nos lances livres) e por Olena Zherzherunova (9 pontos, 6 ressaltos defensivos, duas assistências, 3 roubos e 4 faltas provocadas, com 3/5 nos lances livres). Importante foi também o contributo da atiradora Anna Pokoiova (9 pontos, 3/5 nos triplos e 4 ressaltos), com as suas bombas a caírem em alturas cruciais.No seleccionado luso que valeu pelo colectivo, tal o espírito de equipa e entreajuda reinantes, a mais valiosa foi a poste Sofia Carolina (12,0 de valorização) ao anotar 7 pontos, 7 ressaltos sendo 3 ofensivos, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e 5 faltas provocadas, com 5/6 nos lances livres). Foi bem acompanhada por Sara Filipe (8 pontos, 4/7 nos duplos, 3 ressaltos defensivos, uma assistência e 3 roubos), Ana Oliveira (8 pontos, 2/5 nos triplos, 3 ressaltos sendo 1 ofensivo, uma assistência e duas faltas provocadas), Carla Freitas (8 pontos, 2/8 nos triplos, 3 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências, 4 roubos e duas faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres) e Carla Nascimento (3 pontos, 4 ressaltos defensivos, 4 assistências, 1 roubo e 5 faltas provocadas, com 1/2 nos lances livres).Em termos globais o triunfo ucraniano assenta basicamente na maior eficácia nos lançamentos de campo (27%-36%), repartidos pelos duplos (29%-36%) e pelos triplos (24%-35%) pela ligeira supremacia nas tabelas (34-36 ressaltos), ainda que perdendo na tabela ofensiva (9-8 ressaltos), por ter sido mais colectivo (9-16 assistências) e por ter cometido menos erros (17-14 turnovers). Por seu turno Portugal roubou mais bolas (11-7 roubos) e foi mais certeiro da linha de lance livre (79%-71%), com a curiosidade de ambas as equipas terem usufruído de 14 tentativas (as portuguesas falharam 3, menos uma que as adversárias). Ficha de jogoPortugal (42) – Carla Nascimento (3), Carla Freitas (8), Ana Oliveira (8), Sara Filipe (8) e Sofia Carolina (7); Mª João Correia (5), Tamara Milovac, Joana Lopes, Débora Escórcio (2),Larisse Lima e Michelle Brandão (1)Ucrânia (55) – Inna Kochubei (3), Irina Tsekova , Oleksandra Kurasova (5), Lyubov Alyoshkina (12) e Olena Zherzherunova (9); Alina Iagupova (17), Tetiana Panchenko, Viktoria Mircheva, Anna Pokoiova (9), Kateryna Pilyashenko-Novohatna, Ganna Zarytska e Yevgeniya Sharovka Por períodos: 10-15, 9-10, 14-13, 9-17Árbitros: Gianluca Mattioli (Itália), Dariusz Szczerba (Polónia) e Eric Bertrand(Suiça) No outro jogo da Grupo A, a Hungria quebrou a invencibilidade da Bielorússia, ao vencer por 62-59. Folgou Israel. Bielorússia mantém a liderança, perseguida pela dupla Ucrânia e Hungria, ambas com 2 derrotas.A comitiva portuguesa viaja amanhã (2ª feira) para a Bielorússia, para cumprir o compromisso relativo à 7ª jornada da competição, na 4ª feira (4/7), em Minsk, a partir das 19H30. A partida será às 12H10 no voo LH1167 com chegada a Frankfurt às 16H10. Um compasso de espera de 4h15 naquele aeroporto germânico para o voo LH1488 que parte às 20H25, com chegada prevista à capital bielorussa às 23h40.

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1 JUL 2012

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