Resultado enganador
No primeiro de dois jogos de Portugal frente à formação germânica, a equipa nacional foi superada por 72-54, num jogo realizado em Rotenburg à porta fechada.
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25 AGO 2016
A diferença pontual não reflete a competitividade demonstrada pelo conjunto luso, bem como as fases muito positivas que a equipa teve nos dois lados do campo. A pouco mais de seis minutos do final, os comandados de Mário Palma perdiam por três pontos de diferença, mas há que dar mérito ao adversário e na forma como foi capaz de converter cestos que mataram o encontro. Portugal volta a defrontar a Alemanha esta sexta-feira, às 18h30, em Giessen, naquele que será o último jogo de controlo antes do inicio da fase de apuramento para o próximo Eurobasket.
Depois de dois dias de descanso, esta 4ª feira foi dia de viajar, com a equipa a chegar a Rotenburg depois das 20 horas, e com tempo ainda para um pequeno treino. No dia do jogo repetiu-se uma sessão curta, de 1 hora apenas, embora mais dedicada às questões do scouting.
Nada que impedisse Portugal de entrar de forma determinada e a discutir o comando do marcador. Cláudio Fonseca não foi opção para este encontro, mas a boa nova foi o regresso de Betinho Gomes à competição. No final do 1º período, a formação nacional perdia pela diferença mínima (14-15), num claro sinal que ao seu melhor nível consegue discutir o jogo frente à poderosa Alemanha. As três faltas de Miguel Queiroz condicionaram ainda mais o jogo interior de Portugal, assim como a batalha das tabelas. O 2º quarto foi o menos conseguido de Portugal (12-25), com a equipa a revelar alguns problemas ofensivos, ainda que por falta de pontaria de longa distância. Os turnovers não facilitaram o trabalho dos jogadores portugueses, pois complicaram ainda mais uma tarefa desafiante.
O intervalo fez bem à equipa liderada por Mário Palma, que regressou ao jogo de uma forma irrepreensível no capitulo defensivo, e no ataque momentos houve em que deu espetáculo. A bola circulou e juntamente com as mudanças de lado no ataque criavam desequilíbrios na defesa alemã, e sem surpresa Portugal reentrava na discussão do resultado (46-53).
O último período iniciou-se com Portugal novamente por cima no jogo, e com pouco mais de seis minutos para o final, o comando estava a três pontos de distância. Na parte final do encontro, a seleção de lançamentos continuou a ser muito positiva, a fluidez do ataque mantinha-se, faltando apenas caírem os triplos. Do lado contrário, a Alemanha foi à procura de vantagens de estatura nas áreas mais próximas do cesto, e aproveitaram bem duas situações de tiro criadas por uma novidade tática (dois triplos).
Portugal perdeu a luta das tabelas (26/37), embora tenha cedido apenas 8 ressaltos ofensivos, foi dominado no pintado (41 vs 10), e sofreu 16 pontos do lance-livre (89%). Nada de admirar tendo em conta a diferença de estatura das duas equipas. Naquilo que dependia mais de si, Portugal forçou os alemães a cometerem 20 turnovers, controlou melhor a posse de bola (14), e pena foi não ter repetido as percentagens de lançamentos dos últimos encontros (11/29 – 38% de 2pts e 9/31 – 29% de 3pts). Até porque a estratégia defensiva da Alemanha, sobretudo na defesa dos bloqueios diretos assumia o risco de proporcionar tiros exteriores.
O extremo José Silva, com 14 pontos (4/7 de 3pts) a que somou 4 ressaltos foi o melhor marcador, seguido depois por João Betinho Gomes (11 pontos e 3 roubos de bola) na casa das dezenas. Miguel Queiroz (9 pontos, 2 ressaltos e 2 roubos de bola) ficou muito próximo dos dois dígitos.