Ricardo Vasconcelos: «Focados em ganhar jogos»
A Seleção Nacional feminina cumpre esta semana um estágio, em Rio Maior, que visa essencialmente “ativar algumas das jogadoras que já estão sem competição há mais de um mês”.
Seleções | Treinadores
26 MAI 2012
Ricardo Vasconcelos, o selecionador, conta com uma equipa onde prevalece um misto de juventude e veterania. Leia nos detalhes desta notícia a entrevista com o treinador.
Quais os objetivos para estes primeiros estágios?Nos primeiros estágios deparamo-nos sempre com um grupo de atletas em momentos físicos completamente diferentes. Assim, necessitamos de recuperar e ativar algumas das jogadoras que já estão sem competição há mais de um mês. São também estágios onde não conseguimos contar com todas as atletas selecionáveis, pois ainda se jogam finais nos seus clubes. Assim aproveitamos a oportunidade para trabalhar e observar atletas jovens com bons desempenhos na presente época. Por fim e visto que só temos um mês para preparar a equipa (primeiro jogo é a 13/6), obrigatoriamente temos de começar a introduzir conceitos e valores importantes na construção do coletivo. Desta primeira lista de convocadas notam-se alguns regressos e um misto de juventude e veterania. A ideia é que no grupo final fiquem as doze que mais garantias darão?Na nossa conceção de Seleção Nacional portuguesa o misto geracional é decisivo para a garantia de várias campanhas de sucesso, ou seja, com a ausência de equipas B ou esperanças é fundamental ir proporcionando às atletas de mais talento de cada geração o contacto internacional, pois recorrer a elas aos 26/27 anos depois da última vez que jogaram a este nível ter sido aos 20, é completamente impossível pensar ser competitivo. Assim a juventude marca o ritmo e a veterania a qualidade!Esta nova fórmula de competição tem tanto de aliciante como de perigosa?Sem dúvida! É lógico que para nós que estivemos de fora tanto tempo sem competir com as melhores seleções da Europa voltar a encontrá-las é tudo o que queremos, e claro está é super aliciante e motivador! Mas as equipas também são feitas de dinâmicas, e neste momento ainda não sabemos qual é o nosso lugar neste patamar, donde iniciar estas fases de apuramento com jogos de 3 em 3 ou 4 em 4 dias de forma negativa fica muito complicado dar a volta…Acha que iremos sentir muitas dificuldades no confronto com algumas das melhores seleções europeias. Ou se preferir, acha que vamos conseguir ser competitivos?Acredito que apesar de muito inexperientes seremos competitivos e uma equipa difícil de bater. Penso que Portugal em pouco tempo terá nível para voltar a ser uma das 20 melhores seleções europeias. Contudo nesta fase existem seleções que ainda não estão ao nosso alcance.O tempo de preparação irá ser suficiente para preparar a equipa para esta difícil tarefa?O tempo é o que temos. Pouco. Temos pouco tempo, poucos jogos de treino, lesões e umas quantas coisas mais contra nós, mas tenho a certeza que mesmo neste cenário iremos fazer uma excelente preparação. Temos atletas de grande caráter e que em momentos difíceis tem dados passos gigantes, desta feita não será diferente!A falta de contacto internacional continua a ser um problema?Um enorme problema… É muito complicado jogar com seleções de jogadoras que jogam Euroliga, com ritmos muito mais elevados que o nosso, contra equipas com jogadoras dominantes na área restritiva, biometricamente muito superiores à nossa, e muitas vezes com 10 e 12 jogos de preparação, quando nós fazemos 4…Definiram alguns objetivos para esta fase de apuramento?Estamos situados no último pote a cada sorteio, e de lá que queremos sair! Só é possível com vitórias! Temos provavelmente o grupo mais difícil, com muitos quilómetros para percorrer e viagens complicadíssimas para realizar, mas estamos focados em ganhar jogos.