Rick Cardoso chega ao CAB com a ajuda de Steve Rocha

Nasceu nos EUA mas a ascendência portuguesa fez com que já tivesse adquirido a nossa nacionalidade.

Atletas | Competições
21 OUT 2009

Nesta entrevista o jogador do CAB conta-nos o seu percurso, desde que recebeu um cesto como prenda da avó aos 8 anos, até à Universidade e à vinda para a Europa

Como obteve a nacionalidade portuguesa? Foi por intermédio do Consulado Português em São Francisco, na Califórnia. O meu pai, Carlos João de Castro Cardoso, nasceu nos Açores e emigrou para os Estados Unidos com apenas 10 anos, em 1960. Estabeleceu-se em Fresno, na Califórnia, onde conheceu e acabou por casar com a minha mãe, Tamara. Enquanto me criava, juntamente com o meu irmão, ele foi aprendendo a língua inglesa e serviu-se de nós para o ajudar nessa tarefa. Infelizmente não foi capaz de nos ensinar a língua portuguesa, mas já estou a tratar de tudo para que possa fazê-lo, agora que estou em Portugal. Você é muito amigo do Steve Rocha, não é verdade? Foi ele quem o ajudou a vir para Portugal? O Steve Rocha e eu falámos pela primeira vez no meu segundo ano de universidade, na California State University-Stanisluas. Ele era treinador-adjunto em Modesto Junior College, enquanto que eu jogava o meu penúltimo ano em Fresno City Junior College. Como estávamos na mesma Liga, ele teve a oportunidade de observar alguns dos meus jogos. Ele realmente admirava a minha forma de jogar e veio a descobrir que eu era português. Foi então que, após um dos meus jogos em Stanislaus State, decidiu apresentar-se. Tornámo-nos bons amigos e foi decisivo para que conseguisse a minha cidadania portuguesa e viesse jogar para Portugal. Ele é um homem que admiro muito e que tive a felicidade de conhecer. Que nos pode contar sobre a sua formação? Comecei a jogar basquetebol com 8 anos idade, quando a minha avó, Jo-Ann Wilfong, me ofereceu no aniversário um cesto. Naquela altura, o rancho onde vivíamos não tinha nenhuma superfície de cimento, o que fez com que tivesse de jogar durante os meus primeiros anos numa estrada de terra batida. Finalmente consegui aderir a um programa de basquetebol “Lil Grizzlies” dirigido pelo liceu onde provavelmente iria acabar por estudar. Foi ali que me ensinaram todos os fundamentos do jogo. Entrei em Central High School, onde joguei fiz toda a minha carreira de liceu (4 anos) com enorme sucesso. Um dos meus melhores amigos e colega de equipa, Jaetee Taylor, tristemente falecido num acidente de automóvel durante o meu último ano de liceu. Motivou-me realmente para que eu continuasse, em sua memória, com a minha carreira de basquetebol. O basquetebol era a sua paixão e os seus planos de futuro passavam por conseguir mudar-se para Fresno City Junior College. Depois passou à Universidade… Sim, depois de ter terminado o liceu aceitei uma bolsa para a Universidade de Humboldt State, da Divisão 2 da NCAA. Era uma casa temida, que estava em primeiro lugar do ranking nacional na altura em que me recrutaram. Depois de uma boa época em Humboldt State, decidi transferir-me para os campeões em título – California State Júnior College – e no ano seguinte para Fresno City Junior College. Tivemos um ano fantástico, em que terminamos com um recorde de 33-6. Acabámos por perder nas meias-finais com os invictos campeões de estado, Califórnia Junior College. Após todas estas mudanças, acabei por me formar em Marketing, na California State University-Stanislaus, onde terminei a minha carreira universitária de basquetebol. Depois de terminados os estudos, aceitei a oportunidade de poder treinar uma equipa da NCAA, nada mais que a minha alma gémea California State University-Stanislaus. Foi uma grande experiência, onde aprendi muito mais sobre o jogo, como treinador, o que depois se tornou extremamente útil como atleta novamente. Vir para a Europa era um dos seus objectivos? Jogar basquetebol como profissional sempre foi um sonho, desde que cresci a acompanhar os jogos da NBA. Agora que o sou aqui na Europa, apercebi-me que um dos meus sonhos se tornou realidade e que estou verdadeiramente a adorar cada momento desta grande experiência. Tenho de agradecer a Deus por me ter abençoado com esta oportunidade. Porquê Portugal? Que lhe parece o nível da competição? Portugal é um local fantástico para começar a minha carreira profissional, ao mesmo tempo que aprendo tanta coisa sobre os meus antepassados. Se a isto acrescentar que, simultaneamente, me preenche o sonho de ser profissional de basquetebol… A competição aqui é boa e já defrontámos alguns oponentes com qualidade. Confesso que estou muito entusiasmado com aquilo que a LPB terá para oferecer nos meses que se avizinham. Está a gostar de viver na Madeira? Esta é a minha primeira vez em Portugal e não conheço outro sítio melhor para viver no país que não seja a ilha da Madeira. É um dos locais mais bonitos que eu alguma vez visitei e as pessoas estão realmente a aceitar-me. A equipa do CAB foi uma escolha acertada para começar a minha carreira profissional porque o treinador João Freitas puxa por nós em todos os treinos, para que sejamos melhor jogadores e a melhor equipa possível. O Presidente Mendes é também uma pessoa amável, para quem eu também tenho prazer em jogar.

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21 OUT 2009

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