Rui Alves em entrevista

Este é por muitos considerado o momento crítico na preparação dos jovens de maior talento no nosso país.

Formação | Seleções | Treinadores
4 JUL 2011

Por um lado, o início da fase final da preparação das selecções jovens para competirem nos europeus deste verão. Por outro, o recrutamento para os Centros Nacionais de Treino 2011/12, cujo processo já se encontra em marcha. Um bom pretexto para ouvirmos Rui Alves, coordenador do sector masculino.

Que balanço faz até ao momento da implantação do Processo de Formação Desportiva na FPB?O PFD é um projecto de médio-longo prazo mas, ainda assim, já conseguimos algumas coisas ao nível do Gabinete Técnico que considero bastante positivas. Destaco desde logo o enorme trabalho colectivo e solidário entre todos os seleccionadores. Melhoramos a comunicação, uniformizamos a análise, falamos cada vez mais a mesma linguagem, penso que isso são passos muito importantes. Permitam-me ainda que acrescente que conseguimos também uma enorme aproximação entre os sectores masculino e feminino, o que está a trazer lucros para todos. E do ponto de vista da formação dos jogadores, nas selecções, o que mudou mais?Bem, de facto o nosso lema é «melhores jogadores» e é sobre eles que recaíram todas as nossas atenções no terreno. Primeiro de tudo, acho que alargamos a nossa visão sobre as selecções e centros de treino. Estamos a tentar erradicar coisas tipo «este jogador é da geração do seleccionador A» ou «este jogador tem idade para o CNT tal»… os jogadores são dos Clubes e depois representam Portugal. O Gabinete Técnico da FPB obriga-se a desenhar um percurso de formação para esses jovens, principalmente os que têm o privilégio de se prepararem regularmente num CNT. Pode ser com companheiros de gerações acima ou abaixo, isso não é o mais importante. Mas atenção, há muito mais por fazer do que aquilo que já foi feito, nomeadamente quanto aos jogadores de especial talento (JET). Tendo em conta o que se conhece quanto aos resultados em europeus anteriores, quais são as expectativas das nossas selecções jovens para este verão?As expectativas são as de conseguirmos representar o nosso país de forma digna. Jogar intenso, de forma empenhada e lutadora em cada posse de bola, mantendo uma atitude exemplar dentro e fora do campo e com muita ambição de ganhar jogos. Procurar sempre explorar as nossas vantagens e esconder as nossas fraquezas. As expectativas são também as de prepararmos os nossos Sub-16 para quando forem Sub-18 e os Sub-18 para quando forem Sub-20, pois os europeus acabam por ser quase o único momento de preparação internacional. Mas se expectativas significa classificação, o que pessoalmente considero redutor, então ambicionamos estar na metade superior da tabela (12 primeiros lugares), o que nalguns casos pode ser muito complicado. E quanto ao recrutamento para o CAR Jamor e CNT Paulo Pinto, tudo pronto?Para o CAR Jamor, fizemos um estágio de observação há duas semanas e estamos em fase de contactos com jogadores, famílias e clubes, estando praticamente o grupo definido. Quanto ao CNT Paulo Pinto, o estágio de observação vai acontecer no próximo fim-de-semana, na Lousã, e aproveito desde já para agradecer à AB Coimbra, à CM da Lousã e ao CD Lousanense todo o apoio que já deram para esta acção, que seguramente vai ser um sucesso. Mas é um processo que nesta fase inicial tem recebido algumas críticas… É normal… seleccionar é escolher e quem não é escolhido gostava de o ser… mas desengane-se quem pense que é um processo individual. Por exemplo para o próximo estágio, foram consultados todos os DTR’s e muitos outros elementos da nossa Rede Nacional de Detecção de Talentos. A grande maioria dos jogadores foram identificados na Festa do Basquetebol (alguns já o ano passado). Mas o que se discute não são os jogadores que são de selecção já ou que têm potencial para vir a ser no futuro, esses são poucos e 95% dos treinadores, mesmo sem experiência internacional, os identificam… as críticas mais comuns são sobre os 16ºs das listas…E aproveitava esta oportunidade para esclarecer mais duas questões. A primeira é dizer que num clima de contenção financeira decidimos não convocar os jogadores que já conhecemos e cujo talento não nos merece dúvida. A segunda é esclarecer que as convocatórias realizadas em pontos altos da actividade dos clubes acontecem para protecção dos próprios clubes e não por desorganização da FPB ou observações de última hora. De facto, os jogadores são previamente escolhidos mas só são notificados no final da competição, evitando entusiasmos e desilusões desnecessárias nas vésperas desses eventos.

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4 JUL 2011

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