Rumo à Montanha Mágica

Na passada segunda-feira 24 equipas começaram a subida da Montanha Mágica para chegarem ao cume da competição da Euroliga, este ano designada Turkish Airlines Euroliga.

Competições | FPB
21 OUT 2010

A montanha de Montjuic, em Barcelona, fica a aguardar pelas quatro equipas que atinjam a final-four. Saiba quem são oito dos candidatos e como se reforçaram este ano.

Vinte e três equipas querem suceder o Regal FC Barcelona… Mas não será fácil. Montjuic, baptizada assim desde os dias dos Jogos Olímpicos, em 1992, como a “Magic Mountain”, será anfitriã, no Palau Sant Jordi, da final-four da Turkish Airlines Euroliga de 2011. Um lugar emblemático da cidade de Barcelona, que viverá a sua terceira final a quatro da máxima competição europeia. Sem dúvida um cenário memorável, que as 24 equipais que participam este ano na Euroliga, quer alcançar.O Regal FC Barcelona está em todas as casas de apostas como o favorito para revalidar o título que conquistou o ano passado em Paris. Fá-lo com a mesma equipa, um bloco compacto sem aparentes fissuras que dominou a última competição e que, perante as mudanças em alguns de seus rivais, talvez esteja ainda mais reforçado neste início da competição. Para além do estritamente desportivo, a equipa vai ter a motivação extra de ser a anfitriã da final-four e terá na memória que foi ali que venceu o seu primeiro título da Euroliga, no Sant Jordi, em 2003.O desafio está lançado. O FC Barcelona sabe que é o grande rival de todos e a sua coroa é objecto de desejo de grandes clubes europeus, mas para a arrancar vão ter de lutar muito, porque, até prova em contrário, o campeão continua vestido de “blaugrana”.A elite europeiaRegal FC BarcelonaSem grandes mudanças no plantel (Kosta Perovic reforça o seu poderoso jogo interior), a principal força dos “blaugrana” irá residir no perfeito conhecimento de todos os atletas e na química do balneário. Têm dois ou até três jogadores por posição e ninguém pode contestar a profundidade do banco. Além disso, Xavi Pascual superou o difícil desafio de jogar e contentar 12 estrelas que em muitas equipas seriam titulares indiscutíveis.Como sempre, o líder e a alma da equipa será Juan Carlos Navarro. O MVP da final-four de Paris não tem nos dias de hoje rival na sua posição. É o melhor base na Europa e decisivo na competição. Indefensável, “La Bomba” atingiu a maturidade e tem a consciência de que seu jogo é tão letal com a bola nas mãos ou sem ela. Juntamente com Navarro, Ricky Rubio dirige magistralmente o jogo, Pete Mickeal contribui com o gene de vencedor que brilha sempre nas grandes noites. No interior, Fran Vazquez, Boni Ndong e Kosta Perovic (assinado especificamente para tirar vantagem das novas regras), constituem um muro intransponível, enquanto Morris e Lorbek contribuem com pontos.Entradas: Kosta Perovic Saídas: Lubos BartonDesde que se criou o sistema de final-four, apenas a Jugoplastika (89-91) e o Maccabi Tel Aviv (2004-05) foram capazes de repetir o título em anos consecutivos. Será que o Regal FC Barcelona vai repetir o título em casa?OlympiacosDe todos os concorrentes no horizonte do campeão em título os gregos serão provavelmente a equipa mais temível. E conseguem-no, curiosamente, com o plantel mais modesto e “barato” dos últimos anos. Terminou a experiência de atribuir o comando da equipa a bases americanos, como foi o caso de Childress. Desta vez, os irmãos Angelopoulos optaram pela austeridade, a continuidade dos seus jogadores-chave e assinar com atletas de renome, mas mais sólidos.No topo de todas as contratações está a de Vassilis Spanoulis. O base atirador agitou o mercado de transferências com a sua mudança de camisola ao revolucionar Atenas por deixar o Panathinaikos para jogar para o arqui-rival do clube verde. Com Spanoulis e Marko Keselj (grande mundial do sérvio), a equipa grega reforça o seu jogo do perímetro, principal fraqueza da época passada. Ao lado deles, Nesterovic traz o glamour da NBA mas é Matt Nielsen aquele que realmente reforça o jogo interior. Honesto e trabalhador, o jogador australiano é daqueles que acrescenta e torna melhores os companheiros. Theo Papaloukas exerce papel semelhante. O seu melhor tempo já passou, mas como sempre, surgirá no momento certo, enquanto Milos Teodosic será o general absoluto das tropas gregas. Entradas: Mattew Nielsen, Scoonie Penn, Vassilis Spanoulis,Marko Keselj, Jamon Lucas e Radoslav Nesterovic Saídas:Scoonie Penn, Josh Childress, Nikola Vujcic, Linas Kleiza, Yotam Halperin, Patrick Beverly e Sofoklis SchortsianitisPanathinaikosA mesma ambição, mas com ajustes. O verão da família verde não foi como se esperava. Acostumado a grandes contratações, a crise económica deste ano tem deixado pouco espaço para resolver os problemas que vieram com a saída de Spanoulis e Nikola Pekovic. O conjunto de Zeljko Obradovic continua a apontar para a final-four, mas com uma diferente estrutura de equipa. O seu ponto forte não será tanto o perímetro com uma dupla de bases renovada e nacionalizadas com as contratações de dois jogadores, Kaimakoglu e Vougioukas, dois jogadores que se sobressaíram na Euroliga e na Eurocup, respectivamente, e que agora dão o passo final rumo a um clube maior.Aleks Maric completa um jogo interior muito poderoso, que contará com a ajuda de Antonis Fotsis e Romain Sato atletas versáteis que completam uma equipa com um potencial físico apenas comparável ao Regal FC Barcelona. Agora a bola está do lado de Obradovic e na capacidade de gerir uma equipa que carece de talento no exterior, onde os papéis devem ser mais bem mais definidos do que em temporadas anteriores.Entradas:Romain Sato, Ian Vougioukas e Aleks Maric Saídas:Vassilis Spanoulis, Nikola Pekovic, Sarunas Jasikevicius e Giorgi ShermadiniObradovic procurará este ano o seu quinto título da Euroliga com o Panathinaikos, algo que mais ninguém conseguiu. Até o momento, só ele e Pedro Ferrandiz no Real Madrid (1965, 67,68, 74) venceram quatro títulos com a mesma equipa. CSKA MoscovoNova época, novo treinador. Pelo segundo ano consecutivo a equipa muda de técnico e este ano a atracção principal em Moscovo será ver no banco Dusko Vujosevic. O homem dos milagres de Partizan, chega à Rússia com o objectivo de manter o nível da equipa e, se possível, batalhar pelo título.Fá-lo com uma equipa de veteranos e pontuais reforços da sua confiança. Jamont Gordon triunfou em Cibona e agora será responsável pela liderança da equipa e de fazer brilhar JR Holden. Sergey Bykov acrescentará versatilidade no perímetro e Boban Marjanovic a força e os pontos debaixo da tabela, que tanta falta fizeram à equipa moscovita na época passada. Com uma equipa voltada para a busca da excelência defensiva, Vujosevic tem em Andrey Vorontsevich um jogador capaz de fazer a diferença. Siskauskas, Langdon ou Khryapa são da velha guarda, mas é o jovem extremo/poste aquele que trará esse diferencial de qualidade que melhore a equipa relativamente à época anterior.Entradas:Sergey Bykov, Boban Marjanovic e Jamont Gordon Saídas:Pops Mensah-Bonsu, Anton Ponkrashov e Zoran PlaninO regresso de Matjaz Smodis. Chegou tocado ao Eurobasket de 2009, e no jogo contra a Espanha, confirmou a gravidade de uma lesão que o manteve praticamente afastado toda a época passada. Agora, totalmente recuperado Smodis volta ansioso para provar que continua a ser um dos jogadores europeus com mais classe.Caja LaboralEmbora se tenha tornado habitual em cada verão, a equipa basca perdeu novamente uma peça-chave. Depois de Scola, Nocioni e Calderón, este verão Tiago Splitter também foi para a NBA. E não obstante continuam a perseguir o velho sonho continental, porque o carácter que imprime Dusko Ivanovic e que se respira no clube não lhes permite pensar em outra coisa que não seja a vitória.Fazem-no com uma equipa renovada e com novos talentos, como Nemanja Bjelica ou Musli Dejan, e um claro relevo no peso da equipa. Fernando San Emeterio, Marcelinho Huertas e Mirza Teletović cresceram neste novo projecto e sobre eles irá recair o maior peso da responsabilidade. Eles podem sofrer com a falta de centímetros na zona pintada, mas o jogo exterior é mais temível, muito mais com David Logan, um jogador que dá sempre o melhor do seu jogo na Europa. A equipa ainda está à procura da peça que falta. O Caja Laboral é uma equipa que ainda não fechou o seu plantel e esta semana espera acrescentar um reforço interior para cobrir a saída de Splitter e ajudar Stanko Barac.Entradas:David Logan,Marcus Haislip, Nemanja Bjelica e Dejan MusliSaídas:Tiago Splitter, Lior Eliyahu, Carl English, Walter Herrman e Vladimir Golubovic Real MadridO segundo projecto de Ettore Messina no Real Madrid começou com a difícil tarefa de chegar à final-four, mas fá-lo com uma estrutura de equipa mais sólida e um ano de experiência. A equipa foi renovada com a chegada dos espanhóis Sergio Rodriguez e Carlos Suarez, os dois com Felipe Reyes e Sergio Llull dotaram a equipa com a garra e o caráter de tantas recuperações de anos passadosNo interior, D’or Fischer promete tapões, ressaltos e muita intimidação, os pontos serão uma coisa para Ante Tomic, Jorge Garbajosa e Novica Velickovic. Veremos o que será capaz de fazer Clay Tucker, um atirador fino numa equipa que poderá explorar o facto de a atenção estar dispersa em muitos jogadores, bem como tirar partido da sua chegada ao novo pavilhão Cajasol. Embora existam muitas caras novas, a equipa sabe o que é esperado dela e o treinador Messina tem um ano de experiência no clube. A combinação desses dois factores deve empurrar um conjunto que já roçou a final-four na temporada passada.Entradas:Sergio Rodríguez, Carlos Suárez e D’or Fischer Saídas:Louis Bullock, Travis Hansen, Darjus Lavrinovic, Clay Tuckere e Rimantas KaukenasApesar de ser uma das equipas com maior palmarés na Europa, o Real Madrid ganhou somente uma vez a Euroliga nos últimos 30 anos (95) e está, desde 1996, sem conseguir atingir a final-four. Este ano, quer reescrever a sua história.UnicajaNão existem dúvidas, que a última temporada do Unicaja na Europa foi uma decepção. A equipa começou muito bem a competição, mas foi perdendo força e acabou por ser eliminada antes de chegar ao Top16. Agora, volta à máxima competição a fim de ser competitiva e lutar para atingir os quartos-de-final.Para isso, a mantém a sua estrutura e volta a dar todo o poder a Aito Garcia Reneses. A principal novidade da equipa deste ano é a chegada de Terrell McIntyre, o genial base que construiu uma enorme reputação no Montepaschi Siena e está destinado a ser uma das estrelas da ACB. Se conseguir acabar com o problema que a equipa teve na posição de base, o Unicaja terá dado um grande passo. O outro virá com a saúde e a regularidade dos homens altos. Com Archibald recuperado, os fãs de Málaga podem voltar a desfrutar das grandes noites europeias.Entradas;Terrell McIntyre, Panchi Barrera e Uros Tripkovic Saídas:Omar Cook, Gary Neal, Jiry Welsch e Zabian DowdellAito é um clássico continental e quando decidir retirar-se será lembrado como um dos maiores treinadores de todos os tempos. O seu palmarés e trajecto são invejáveis e obteve conquistas tão importantes como a medalha de prata nas Olimpíadas. No entanto, ao técnico falta-lhe conseguir o grande título que lhe tem resistido: a Euroliga.Power Electronics ValenciaO clube logrou conseguir a sua segunda participação na Euroliga ao vencer brilhantemente a Eurocup 2010. Conseguiu-o mantendo-se fiel aos seus princípios de excelência defensiva e controlo de bola que foi imposto por Neven Spahija e agora tem de competir com as grandes equipas do continente, com estes mesmos princípios, mas com caras novas.Não está nem o treinador croata, nem o MVP da final da Eurocup, Matt Nielsen, mas isso não enfraqueceu a equipa. Em todo o caso, os reforços deram mais equilíbrio e profundidade ao banco do novo projecto liderado agora por Manolo Hussein. Cook e Javtokas dão experiência competitiva ao plantel e Dusko Savanovic o talento ofensivo e versatilidade no pintado. Apesar de ser um clube jovem, a ambição está lá. Vai ser difícil superar a primeira fase uma vez que seu grupo é o mais difícil, mas em Valência todos pensam no Top16.Entradas:Omar Cook, Jeremy Richardson, Robertas Javtokas, Dusko Savanovic e Marc FernándezSaídas:Kosta Perovic, orent Pietrus, Mathew Nielsen, Marko Iarinovice Thomas KelatiRafa Martínez e Víctor Claver e construiram uma grande reputação na ACB, porém os dois vão se estrear na Euroliga. Para estes dois jovens talentos é a oportunidade de continuar a crescer e tornar maior o seu palmarés.KhimkiEmbora proveniente da fase prévia, ninguém tem dúvida de que a equipa de Sergio Scariolo será um dos destaques da competição. Este ano ganhou peso dentro da prova, tem a experiência da última temporada, o espírito vencedor do seu treinador e uma equipa reforçada, capaz de lutar pelo título nacional com o CSKA Moscovo e de sonhar com a final-four.Scariolo poderia perfeitamente constituir uma equipa com as novas caras que contratou: Planinic, Kelati, Monya, Eze, Loncar Savrasenko, jogadores que dão consistência a uma equipa onde Langford ainda terá um papel importante. E teremos que acompanhar de perto o que possa ser capaz de fazer o jovem Vyacheslav Zaytsev. Raul Lopez, pois vai jogar sua segunda temporada na Rússia e voltará a ser o líder, o jogador que colocará a magia nos seus passes e o homem de confiança de um técnico que aspira a regressar ao final-four.Depois de quase uma vida inteira a jogar na equipa dos arredores de Moscovo, Kelly McCarty mudou esta temporada de uniforme e não vai participar na Euroliga. O extremo naturalizado russo, que foi um clássico desta equipa, decidiu este Verão optar pelo Unics Kazan e vai competir na Eurocup.EntradasThomas Kelati,Timofey Mozgov,ZoranPlaninic, Sergey Monya, Aleksey Savrasenko Kresimir Loncar, Benjamin EzeVadim PaninSaídas:Timofey Mozgov, Carlos Cabezas, Paulius Jankunas, Kelly McCarty, Robertas Javtokas e Sergey Toporov

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