Seleccionador Moncho López: “Objectivo Europeu de 2011”

O treinador nacional conta, sem revelar nomes, que no próximo Verão vai haver uma cara nova na Selecção Nacional, fruto das observações que tem realizado.

Seleções | Treinadores
6 JAN 2010

O técnico, que se congratula com o regresso de muitos dos jogadores que na época transacta actuavam em campeonatos estrangeiros – pois pode agora acompanhá-los mais de perto –, afiança, por outro lado, que o grupo vai fazer de tudo para recolocar Portugal na fase final de um Campeonato da Europa, à semelhança do que sucedeu em 2007.

Está feliz pelo reconhecimento por parte da FPB no trabalho à frente da Selecção, que culminou com um novo convite para comandar a principal equipa nacional? Quando recebi a primeira chamada do Mário Saldanha, em 2008, não duvidei das suas palavras de confiança num projecto a longo prazo. O nosso acordo ficou selado com um simples aperto de mão e durante dois anos temos partilhado muitas experiências, que nos convenceram do interesse em trabalhar juntos. Por isso, este Verão, quando presidente mostrou desejo na minha continuidade, não demorei nem um segundo a decidir que sim. Estou muito orgulhoso por poder trabalhar com este presidente e para esta Federação. Depois da desilusão do não apuramento para o Europeu, que balanço fez da participação da equipa portuguesa na fase de apuramento? A ausência do Europeu não esconde a sensação de que fizemos um trabalho com muita qualidade, superando muitas adversidades e fazendo que a equipa competisse ao nível que é exigido no primeiro escalão europeu. Em 2008 garantimos a presença na Divisão A, por um período de mais 3 anos, e em 2009 a equipa aumentou a sua qualidade competitiva, ficando muito próxima de alcançar vitórias em pavilhões tão complicadas como a Bósnia e a Bélgica. Juntamente com a procura de resultados, existia o objectivo de incorporar novos atletas no grupo, avançando para uma progressiva renovação do conjunto. Também, devido às ausências por retirada ou lesão, era necessário afiançar um novo “status” de jogadores que anteriormente tinham um papel secundário na Selecção. É evidente que estes objectivos foram alcançados com enorme satisfação. Da análise do comportamento da equipa durante os jogos disputados, identificou algo que tem de ser melhorado ou alterado? Entre 2008 e 2009 a equipa cresceu na sua capacidade para manter o nível competitivo, este foi o grande passo em frente, tanto do ponto de vista psicológico, como nas estratégias futuras. Também é verdade que todos os aspectos técnicos e tácticos podem ser melhorados, mas é algo que Portugal tem de fazer em todas as Selecções. Uma equipa é um organismo vivo, em constante evolução. O regresso dos principais jogadores nacionais ao campeonato português é, em seu entender, um factor positivo para a Selecção? É bom para a modalidade, diria mesmo muito bom. Mas devem ser os próprios jogadores a responder a essa questão, para nos dizerem se sentem mais preparados e com mais motivação para representar o seu País. Eu pessoalmente estou muito contente de poder observá-los em confrontos directos entre eles, constatando em alguns casos, não todos, que jogam mais minutos do que quando estavam numa competição no estrangeiro. Acumula o cargo com o de treinador de um clube, o que lhe permite ter um conhecimento muito mais aprofundado do nível da competição em Portugal. Acha que o ritmo e a intensidade com que se joga no campeonato português ainda fica muito aquém da realidade internacional, reflectindo-se isso depois na Selecção? Os nossos melhores jogadores jogam aqui, em Portugal, como em qualquer outro país. Destacam-se pela sua intensidade no jogo, pelo seu esforço e pelo seu compromisso. Posso dar um exemplo, Miguel Miranda jogaria tão forte na Liga ACB, ou na NBA como o faz aqui, isto porque, a sua adaptação ao nível de exigência das melhores selecções europeias é óptimo. Creio que esta resposta requereria uma extensão muito maior que uma entrevista. Da mesma forma que acredito que só quem vive por dentro a preparação de um Campeonato da Europa poderia concordar com aquilo que eu dissesse… Tem observado o aparecimento de novos valores que poderão vir a ser úteis à Selecção? Sim, nestes dois anos vi muitos jogadores com potencialidade para integrara a curto, médio e longo prazo a Selecção sénior. A verdade é que isso agora vai depender de muitos factores, pessoais e aleatórios, como a sua capacidade de trabalho, interesse em uma perspectiva “profissional” do basquetebol, ou que tenham a oportunidade de trabalhar nas melhores condições, partindo do princípio que terão oportunidades de jogar muitos minutos de forma a garantirem a sua progressão. Não vou nomear nomes para não criar pressões nem falsas expectativas, mas estou em condições de afirmar que no próximo Verão veremos alguma cara nova na equipa sénior. Aproveito a oportunidade para dizer que gostaria de ver o regresso de algum jogador que nas últimas épocas não tem vestido a camisola de Portugal diferentes circunstâncias. Acha possível que Portugal, num futuro próximo, possa a vir a estar presente num grande evento de basquetebol? O núcleo duro da actual Selecção, que já conseguiu estar presente no Euro 2007, mantém o seu compromisso de fazer tudo o que for possível para alcançar o apuramento para o Europeu de 2011. Neste momento, sendo realistas, esta é a melhor oportunidade, mas estamos conscientes da grande dificuldade que isso supõe, sobretudo pelo crescimento competitivo de equipas que no passado recente não optavam por um lugar entre os melhores, passando agora a ser quase indiscutíveis, casos da Grã-Bretanha, Polónia, Letónia…E não apenas estas, por exemplo, a aparição de Montenegro no panorama europeu supõe um mais rival, de muita qualidade, para nós.

Seleções | Treinadores
6 JAN 2010

Mais Notícias