«Será uma final disputadíssima»
Em vésperas dos embates mais esperados da Liga Feminina, quisemos saber como está a equipa da AD Vagos a preparar os "jogos do ano" que começam já este fim-de-semana (sábado e domingo às 15h30) no pavilhão do Algés.
Atletas | Competições
3 MAI 2012
Para tal, nada melhor que falar com quem tem muitos anos de experiência – e títulos – e sabe o que é viver estes momentos. Lilian Gonçalves, extremo internacional brasileira, teve a gentileza de conceder uma entrevista onde nos abre páginas douradas do livro da sua vida, fala da sua experiência em Portugal e esmiúça o que será esta final.
A Lilian tem uma forma de estar muito “europeia”, mas o Vagos foi a sua primeira aventura fora do Brasil apesar de todo esse sucesso. Porque não apostou mais cedo no estrangeiro?Tive outras oportunidades de sair do Brasil mais cedo. Na primeira vez era muito jovem e achei que ainda não era o momento. Sentia que precisava aprender mais e afirmar-me como jogadora no meu país. Depois tive alguns convites, mas em momentos que eu estava muito bem e em grandes equipas. Foi uma opção. Mas sempre tive a vontade de jogar na europa. Esta é a segunda época no Vagos. Sente-se identificada com o basquetebol praticado em Portugal?Sim, sinto-me em casa. Ouvi várias vezes os técnicos brasileiros dizerem que o meu jogo era muito técnico e que me encaixaria bem na Europa. Acho que isso facilita muito. Não tive qualquer dificuldade com a adaptação aqui, seja dentro ou fora do recinto de jogo. No seu entender, quais são as grandes diferenças entre o basquetebol português e o brasileiro?Acho que a grande diferença é o profissionalismo. Lá, começa-se muito cedo com treinos bidiários, desenvolvendo assim um trabalho mais individualizado pela manhã, com aspetos técnicos, e à tarde um treino mais tático. O trabalho físico é realizado com muita ênfase desde os escalões jovens, deixando uma base muito sólida. Uma aposta forte, portanto, na formação?Sem dúvida. O último campeonato conquistado pelo Vagos foi um ano antes de chegar. Acha que o Vagos tem tudo para vencer a Liga este ano?Eu acredito muito nisso. E é pensando nessa nossa capacidade de conquistar o título que trabalho todos os dias. Notou-se que a Lilian esteve muitos furos abaixo do normal no início da época. A lesão intercostal foi a razão principal?Acho que isso atrapalhou, sim. Mas penso também que um atleta não se pode apresentar 100% física, tática e tecnicamente no início da época. É para isso que existe uma periodização, para que o atleta venha em ascendência durante a competição e consiga conciliar o melhor desempenho com a fase mais importante da competição. Mas desde Dezembro que o seu nível exibicional subiu bastante. Vamos ter a Lilian a jogar na sua melhor forma nesta final?O que espero é ver toda a equipa jogar na sua melhor forma. Temos jogadoras fantásticas no grupo e, jogando bem, tenho a certeza que alcançaremos o nosso objetivo. Eu quero poder contribuir com o que tenho de melhor. Vagos e Algés foram as equipas mais fortes na fase regular e são as finalistas mais esperadas. O que é preciso fazer para superar este adversário?Acho as duas equipas extremamente equilibradas. Além disso, são equipas que se conhecem muito bem. Creio que uma defesa que condicione determinadas jogadoras será importantíssima, aliada a um ataque dentro dos nossos padrões de aproveitamento. Mas não tenho dúvida que será uma final disputadíssima, como têm sido sempre as finais contra o Algés.