“Só o voluntarismo não basta para dar passos significativos no desenvolvimento da modalidade”

Em entrevista à FPB, o Presidente do Comité Nacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CNBCR), Augusto Pinto, debruça-se sobre o momento da modalidade, com particular enfoque nos temas da 2.ª Divisão, Seleção Nacional A e Sub22, competitividade do campeonato e estratégias de captação.    

Atletas | Competições | Formação | Juízes | Seleções | Treinadores
21 NOV 2018

Uma das grandes novidades na presente época desportiva é a recuperação da 2.ª Divisão. Quantas equipas irão participar e quais as expectativas do CNBCR?

Irão participar seis equipas neste campeonato da 2.ª Divisão, no entanto, porque decidimos adiar o inicio deste campeonato para janeiro de 2019, é natural que outras equipas, já em fase de treinos, venham a integrar a competição. A 2.ª Divisão era importante para possibilitar o início competitivo a equipas que estão numa etapa preliminar de preparação e, também no sentido de facilitar essa iniciação, introduzimos alterações regulamentares que possibilitam a inclusão de atletas sem deficiência de forma a fazer emergir novas equipas em locais com menos divulgação desta modalidade.

 

A Seleção Nacional tem vindo a gozar de cada vez mais condições de trabalho, com um aumento significativo de estágios e provas amigáveis. Que ambições traça para o Europeu C de 2019 e a longo prazo para a equipa nacional?

Não só aumentámos o número de estágios e oferecemos melhores condições, como demos os primeiros impulsos na criação da Seleção de Sub22, fonte para a renovação necessária da equipa principal. O objetivo no próximo Europeu é a subida à Divisão B. Sabemos que há por vezes imponderáveis, como seja o aparecimento de seleções na disputa desta Divisão que por um motivo fortuito baixaram da Divisão A para a C e nos torna mais difícil concretizar esse objetivo. No entanto, consideramos que temos valia técnica capaz de discutir essa subida e mais ainda a manutenção na mesma, posteriormente. Claro que o nosso objetivo a longo prazo será criar condições para chegar à Divisão A, mas isso passa muito por uma estratégia global de desenvolvimento do BCR em Portugal, com mais praticantes e clubes e maior competitividade dos mesmos.

 

Falando dos maiores entraves do progresso do BCR português, a dificuldade em captar atletas jovens encabeça a lista. Chega-se ao desporto paralímpico tarde em Portugal. Que estratégias pretende o CNBCR pôr em prática com o objetivo de aumentar a população praticante, em particular jovem?

Os primeiros passos estão a ser dados com a nova filosofia que se está a implementar. O BCR é uma atividade competitiva, como outro qualquer desporto de competição, e por isso deve ser integrado por atletas, dirigentes e técnicos que tenham esta visão. Não podemos querer uma seleção competitiva quando os nossos clubes não têm capacidade para dar essas condições aos seus atletas. A fase do BCR ser um encontro de amigos ao fim de semana já passou à historia. Temos que aumentar o campo de recrutamento de atletas para a modalidade e o universo escolar é importantíssimo. Aqui há parceiros relevantes nesta dinâmica: as Câmaras Municipais, com melhor conhecimento do terreno e levantamento de atletas capacitados para a prática da modalidade, centros hospitalares e de recuperação, bem como a estrutura associativa da FPB. A maior parte das vezes o primeiro passo é sermos capazes de mostrar às pessoas que existe esta modalidade e isso passa também por levar o jogo aos mais diversos locais e eventos, como pontos altos do basquetebol a pé, demostrações em espaços com maior visibilidade pública, etc. Há muito trabalho a desenvolver, seja no grupo etário mais jovem, seja no caso do género, pois temos muito poucas atletas do sexo feminino.

 

 

Atletas | Competições | Formação | Juízes | Seleções | Treinadores
21 NOV 2018

Mais Notícias