Taça Hugo dos Santos chega esta sexta-feira

A fase final da Taça Hugo dos Santos (bilhetes aqui) começa esta sexta-feira, no Multiusos de Gondomar, com a eliminatória que vai decidir quem se junta a UD Oliveirense e Sporting CP nas meias-finais da prova.

O FC Porto defronta a Ovarense GAVEX, numa partida agendada para as 18h30, seguindo-se (21h30) o SL Benfica vs. Imortal LUZiGÁS. De referir que ambas os jogos contam com transmissão em direto na FPBtv (acesso gratuito).

Num “clássico” do basquetebol português, o FC Porto, que terminou no segundo lugar do grupo B, mede forças face à Ovarense, terceira posicionada do grupo A.

Na antevisão do encontro, em declarações à FPB, o treinador dos “dragões”, Fernando Sá, analisa o adversário: “A Ovarense é uma equipa com muitos valores individuais. Forte nas transições ofensivas, quer através de penetrações, quer em situações de um contra um próximas ao cesto”, alerta.

O técnico dá a receita para os seus jogadores: “Teremos que tentar neutralizar os pontos fortes da Ovarense na nossa ação defensiva, algo que não fizemos bem no nosso último jogo. Em termos ofensivos temos que ser mais coletivos e tomar boas decisões que facilitem a nossa transição defensiva e aumentem as percentagens de lançamento”, avalia.

Apesar do FC Porto surgir neste ponto alto como líder da fase regular e detentor da Taça de Portugal Alfaloc, Fernando Sá nega favoritismo: “Neste tipo de competições não há favoritos, todas as equipas presentes têm mérito por estar nesta fase final e vão querer lutar pelo troféu. A equipa que se apresentar em melhores condições nos três jogos irá vencer a competição”, vaticina.

Do lado vareiro, o seu treinador, João Tiago Silva, aborda as maiores qualidades do adversário: “O FC Porto é uma equipa cheia de grandes talentos individuais, que procura constantemente criar situações onde esse talento possa fazer a diferença. Procura defender de forma intensa e sempre que possível aproveitar as transições para criar vantagens”, afirma.

João Tiago Silva apela à consistência: “Vamos ter que ser consistentes naquilo que preparámos para este jogo. Não permitir parciais ao FC Porto e ser muito organizados e coletivos a atacar e intensos a defender. A vitória serve para perceber que é possível disputar estes jogos e chegar ao fim em condições de os vencer. É uma competição diferente, a eliminar, mas a vontade de vencer é muito grande”, garante.

A Ovarense alcançou a final da Taça Hugo dos Santos 2022-23 e João Tiago Silva assegura que os seus atletas querem mais: “A Ovarense quer estar, de uma forma consistente, nos momentos altos. Só assim podemos estar mais perto de vencer. O ano passado estivemos na final. Este ano vamos fazer tudo para fazer melhor”, termina.

O segundo embate reúne Benfica, segundo classificado do grupo A, e Imortal, que terminou no terceiro posto do grupo B.

Norberto Alves, treinador das “águias”, deixou elogios ao emblema de Albufeira: “O Imortal tem o MVP da Liga. Fez uma boa fase regular, está apurado para os playoffs. Tem jogadores versáteis e atléticos no jogo interior”, refere.

Para o técnico, a pressão está do lado benfiquista: “O Imortal tem tudo a ganhar, é sempre uma equipa perigosa”, avisa.

O timoneiro da nau “encarnada” dá as chaves para o triunfo: “Defender bem, controlar o ressalto defensivo e executar bem ofensivamente”, diz.

Já Bernardo Pires, treinador do Imortal, mostra-se elogioso perante a formação da Luz: “O Benfica demonstra consistência e riqueza tática, fruto do trabalho de continuidade realizado, um plantel talentoso e um passado de sucesso no basquetebol português”, aponta.

Ainda sem ganhar ao Benfica esta época, Bernardo Pires refere que aspetos o Imortal deve corrigir: “Para o Imortal superar o Benfica deverá procurar ser consistente, aproveitando as suas oportunidades e demonstrando compostura nos momentos decisivos. É crucial melhorar alguns aspetos defensivos, especialmente na marcação dos jogadores-chave do Benfica, melhorar a eficácia de lançamento e tentar impor a nossa velocidade/irreverência. Num dia de inspiração, conscientes das limitações do grupo (em crescimento), as chaves para vencer o Benfica passam por uma execução eficaz do plano de jogo, trabalho de equipa e capacidade de superação de adversidades ao longo do jogo”, afirma.

Presença assídua nas grandes decisões do basquetebol nacional, nos últimos anos, o clube algarvio vê nestas provas uma grande oportunidade, segundo Bernardo Pires: “Para o Imortal, a presença na Taça Hugo dos Santos, a par da presença em todos os outros pontos altos do basquetebol nacional esta época, representa mais uma oportunidade para demonstrar o crescimento, potencial e entrega deste grupo, que passou por inúmeras peripécias ao longo da época desportiva. Com um grupo jovem, com altos e baixos naturais, é importante manter uma mentalidade ambiciosa (e consciente), esperando sempre que a Taça Hugo dos Santos possa coincidir com um momento de inspiração de todos os jogadores e nos façam “sonhar”. Prometemos lutar para dignificar o trabalho realizado pelo grupo, pelas condições criadas pelo clube/patrocinadores/Câmara Municipal de Albufeira e nunca esquecendo aqueles que todos os dias torcem por nós (na vitória e na derrota): os nossos familiares, amigos e adeptos, em particular a “Raça Vermelha”, enumera.

Das seis equipas presentes na prova, quatro já a conquistaram: Benfica, o recordista, em seis ocasiões, seguindo-se FC Porto (quatro) e Oliveira e Sporting com dois troféus.

Esta Taça homenageia o General Hugo dos Santos, figura incontornável do basquetebol português e da revolução de 25 de Abril de 1974.

Natural de Oliveira do Hospital, onde nasceu a 17 de julho de 1933, Hugo Manuel Rodrigues dos Santos destacou-se tanto na vida militar como no mundo do desporto. Um dos principais impulsionadores do Movimento dos Capitães que deu origem à Revolução dos Cravos, é recordado como um dos “Capitães de Abril”, mas também como Presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, cargo que ocupou de 1984 a 1992.

Um homem ligado ao basquetebol também como atleta, para além dos oito anos que liderou a FPB, nos quais foi determinante para o crescimento da modalidade em Portugal, foi também presidente do Comité Nacional do Minibasquete, integrou a Comissão Executiva da Organização do Mundial de Juniores de 1999, Presidente da mesa da Assembleia Geral da Associação de Basquetebol de Lisboa de 1999 até à sua morte, em 2010, e é membro honorário da FPB, estatuto que lhe foi atribuído postumamente.

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