Taça Vítor Hugo aos olhos de duas campeãs
A poucas horas do arranque da Taça Vítor Hugo, competição que marca o início do ano desportivo para as equipas da Liga Feminina, a FPB falou com duas campeãs que aproveitaram para antever a 13.ª edição da prova.
Competições
26 SET 2019
Inês Viana e Filipa Bernardeco refletiram sobre o primeiro troféu da temporada, destacando a importância que representa na preparação das equipas, na exigência que coloca nas jogadoras e nas boas sensações que podem ficar para o resto da época.
Inês Viana
É a tua primeira experiência no basquetebol estrangeiro, mas certamente que ainda acompanhas as incidências do que se passa cá em Portugal.
A época está a começar e o primeiro teste é a Taça Vítor Hugo. Que importância atribuis a esta prova?
A Taça Vítor Hugo é o que eu costumo chamar de Taça da pré-época. É um ótimo teste para avaliar o trabalho até agora realizado pelas equipas, corrigir e melhorar os aspetos menos positivos e ainda perceber como se estão a integrar as novas atletas.
É o ideal para as equipas se conhecerem umas às outras. Normalmente, as formações que estão melhor preparadas neste momento da época têm vantagem nesta prova.
Tendo em conta todas as transferências e chegada de novos reforços, que equipas achas que se vão destacar nesta 13.ª edição da Taça Vítor Hugo?
Confesso que não conheço muitas das estrangeiras que vieram este ano para a liga. Há três equipas que me saltam logo à vista: Olivais, Benfica e GDESSA.
O Olivais reforçou-se muito bem, tem um plantel longo e recheado de qualidade.
Já o Benfica apostou forte no feminino este ano e, na minha opinião, vai ter uma palavra a dizer em todos os momentos altos da temporada.
O GDESSA manteve o núcleo forte da equipa e talvez por isso seja a equipa mais organizada neste momento da época.
Filipa Bernardeco
A Taça Vítor Hugo é o primeiro troféu da temporada, competição que já conquistaste por três ocasiões. Quão importante é, para o resto da época, começar o ano a vencer?
Considero a Taça Vítor Hugo uma competição que define, para qualquer equipa, o nível de confiança no arranque do campeonato. E não mais do que isso.
Neste sentido, não é uma competição que vá definir quem são as equipas favoritas ao título, nem tão pouco o trabalho que irá ser apresentado ao longo da época.
Mas tem um carácter mais psicológico, em que as equipas melhor preparadas nesta fase inicial levam uma segurança mais marcada e poderão usufruir com isso no arranque do campeonato.
Além de ser a primeira prova do ano, a Taça Vítor Hugo apresenta características específicas e bastante exigentes, já que em apenas três dias se realizam um total de 24 jogos.
Pela experiência que tens, que conselhos deixas a quem está dentro de campo?
Sim, não é um formato favorável, confesso. Daí justificar a resposta à primeira pergunta. Não é um formato real e por isso não define a qualidade de cada equipa.
É preciso jogar com estratégia e nesta fase de campeonato nem todas as equipas pretendem mostrar os seus trunfos.
Pela minha experiência como jogadora, há que encarar a competição como uma fase de aprendizagem. É necessário definir quais os objetivos a médio e longo prazo da equipa e jogar em conformidade com isso.
A partir daí, é tornar os pontos fortes cada vez mais consistentes e saber como corrigir os fracos, tendo a consciência tranquila de que há tempo para isso.