“Temos de estar muito orgulhosos do que conseguimos”
Capitão e Selecionador Nacional de BCR falam da prestação histórica no Campeonato da Europa da Divisão C
FPB | Seleções
25 SET 2023
A Seleção Nacional de BCR esteve em grande destaque na última semana ao conseguir a subida à divisão B do BCR europeu depois de se sagrar vice-campeã da Europa. No derradeiro jogo da competição, Portugal não conseguiu ultrapassar a Chéquia (65-42), mas o balanço da participação lusa no Campeonato da Europa não poderia ser mais positivo.
No rescaldo da prestação da equipa das Quinas, o capitão da Seleção Nacional, Hugo Maia, não podia estar mais orgulhoso da prestação do grupo de trabalho: “Penso que tivemos uma prestação brilhante. Conseguimos vencer todos os jogos na fase de grupos, todos os jogos de forma indiscutível, claramente fomos os mais fortes no nosso grupo. Na meia-final, apanhámos uma equipa muito evoluída desde o último Europeu. Claramente pode subir à divisão B nos próximos anos. Começámos mal a meia-final, mas soubemos sofrer. Acima de tudo, ao contrário do que aconteceu na final, conseguimos jogar com o coração e com a cabeça. Aceitámos o desafio de jogar contra uma equipa que é alta e muito eficaz. Fomos recuperando ponto a ponto uma desvantagem que foi de doze pontos. Recuperámos gradualmente e conquistámos merecidamente a meia-final e a tão desejada subida de divisão”, contou o experiente atleta português que fez o nono Europeu da carreira.
Relativamente à final, Hugo Maia sentiu que a Seleção não foi capaz de combater o poderio checo, pese embora acredite na evolução da Seleção, apontando já ao próximo Europeu: “Na final quebrámos, devido à efusividade da conquista da meia-final e também não entramos da melhor forma. A Chéquia é muito experiente. Uma Seleção que se preparou melhor, que fez jogos de treino com a Seleção lituana, a Seleção polaca… e chegaram aqui com uma dinâmica de jogo completamente diferente. A experiência e a postura de jogar uma final, faltou-nos traquejo, sangue-frio, confiar no sistema e no plano de jogo definido pela equipa técnica. Jogar com mais cabeça do que com coração. Jogamos demasiadamente com o coração e muito pouco com a cabeça. No entanto, acredito que com mais um ano de trabalho e com a experiência internacional que alguns jogadores vão acumular, vamos conseguir prepararmo-nos melhor para o próximo ano. Desta forma estaremos aptos para nos mantermos na Divisão B no próximo Campeonato da Europa”, explicou.
Ao leme da Seleção Nacional está Óscar Trigo, que não escondeu o orgulho nas prestações dos seus atletas, apesar do título de campeão não ser conquistado: “Uma final tem de se jogada, mas também temos de competir. Nós jogamos, mas não competimos. Fico menos satisfeito por isso. Por outro lado, temos de jogar finais para aprender e logicamente que olhando para os jogadores que jogaram a final, só o Pedro Bártolo já tinha passado por essa experiência. Temos de estar muito orgulhosos do que conseguimos, o objetivo principal foi conseguido”, afirmou.
Apesar da excelente campanha, o selecionador nacional reforça que este é o momento ideal para impulsionar o BCR em Portugal: “É preciso refletir para percebermos onde estamos e onde podemos chegar. Todo o BCR português tem de fazer essa reflexão, temos de crescer a nível de estrutura, desenvolvimento dos atletas e dar essas ferramentas para podermos competir na Divisão B. Caso contrário só vamos jogar na Divisão B e nós queremos competir. Temos de aprender a competir. Para isso é preciso um esforço do BCR português. Mais estrutura, mais gestão e desenvolvimento de atletas para evoluirmos nesse sentido”, concluiu o técnico espanhol.
A comitiva portuguesa já regressou da Bósnia e Herzegovina, local onde se disputou o Europeu, com o brilhante registo de quatro triunfos em cinco possíveis e com a subida de divisão assegurada.