“Todos nós temos que estar sempre num processo de evolução contínua”

A FPB esteve à conversa com o Professor Dimas Pinto, nome cimeiro do basquetebol nacional, ligado de há imensos anos a esta parte ao ensino da modalidade.

Atletas | Formação | Treinadores
24 JUL 2017

O experiente formador expressou de uma forma bem clara a satisfação que ainda tem em cada curso.

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Com a modalidade em constante evolução, torna-se difícil a tarefa de formar?

É evidente que hoje, a tarefa de treinador é uma atividade muito exigente, carregada de complexidade e a necessitar permanentemente de atualização. Todos nós temos que estar sempre num processo de melhoria contínua. A ENB tem feito um trabalho muito meritório na implementação do Plano Nacional de Formação de Treinadores procurando garantir uma formação de grande qualidade nos vários graus desse programa.

Olhando para trás e para o presente, vê diferenças nos formandos, de uma forma geral? Alguma evolução? Características diferentes?

Hoje, os candidatos a treinadores, principalmente ao grau I, são cada vez mais jovens e aparecem sem vivências de trabalho na perspetiva do papel de treinador. No entanto, são jovens com acesso à informação e estão disponíveis para a inovação, sendo que nomeadamente se apresentam com outra capacidade para recorrer às novas tecnologias. Só não são melhores porque o nosso basquetebol não está melhor e não proporciona experiências que os aproxime e os motive mais para a procura da excelência.  

Quais os aspetos mais difíceis do ponto de vista de um formador, na sua atividade?

É sempre difícil conseguir que os conteúdos cheguem aos vários formandos de forma ajustada à capacidade que cada um tem instalada quando chega ao curso e perceber a profundidade e a extensão da abordagem para conseguir o que é efetivamente significativo para o seu crescimento como treinador. Noutra perspetiva diria que para a melhoria da formação dos treinadores é decisivo que a formação em contexto de prática melhore. Os nossos estágios têm que ser concretizados com mais rigor e contando com a presença de tutores que enquadrem o jovem treinador nas diferentes tarefas associadas ao treino. Talvez, porque são cada vez mais jovens e inexperientes, porque as experiências desportivas que o basquetebol deste país e o desporto em geral lhes proporcionam não estão enquadradas numa estratégia clara de desenvolvimento, chegam com pouca preparação e um entendimento pouco claro de que estão a abraçar uma profissão com uma importância tão grande para a sociedade em que vivemos. Por outro lado, devo dizer que dado o panorama da modalidade a nível nacional, com quase nula oferta de oportunidades para se poder exercer a profissão de treinador, me surpreende a motivação que demonstram e o empenho que colocam na sua formação, atingindo muitos deles níveis de conhecimento apreciáveis.

Como caracterizaria o nível médio dos formandos que vão surgindo nos cursos iniciais?

Talvez porque são cada vez mais jovens e inexperientes, porque as experiências desportivas que o basquetebol deste país e o desporto em geral lhes proporcionam não estão enquadradas numa estratégia clara de desenvolvimento, chegam com pouca preparação e um entendimento pouco claro de que estão a abraçar uma profissão com uma importância tão grande para a sociedade em que vivemos. Por outro lado, devo dizer que dado o panorama da modalidade a nível nacional, com quase nula oferta de oportunidades para se poder exercer a profissão de treinador, me surpreende a motivação que demonstram e o empenho que colocam na sua formação, atingindo muitos deles níveis de conhecimento apreciáveis.

 

 

Atletas | Formação | Treinadores
24 JUL 2017

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