Uma aventura em Munique

Em julho do ano passado Emanuel Guerreiro emigrou para a Alemanha, onde foi viver com a namorada.

Competições | Treinadores
6 ABR 2016

Mas a paixão pelo basquetebol – jogou até aos 18 anos no Farense, tendo depois realizado um percurso como treinador, sempre no Algarve – falou mais alto e o técnico (tem o nível 3 em Portugal) acabou por bater à porta do Bayern Munique. Acreditou que tinha qualidade… e foi aceite!

 

A mentalidade dos alemães, conta à Lusa, foi determinante para tivesse conseguido o cargo da equipa de sub-16 do Bayern de Munique. “Aqui é completamente diferente. Para eles pouco importa onde nascemos ou de onde vimos. Faz-se um treino e pouco se interessam de onde vimos, onde nascemos. Quem tem qualidade fica”, explica o treinador, de 36 anos.

 

Com um treino à experiência e uma entrevista, num ápice passou da “categoria de emigrante normal” à de “emigrante trabalhador e treinador”. Em Munique, Emanuel tem uma espécie de “estatuto informal de trabalhador-treinador”, uma vez que durante o dia trabalha num hotel, gerido por “fanáticos do Bayern Munique”, de onde sai para os treinos ao final da tarde.

 

“Faço uma vida de trabalho normal e ao fim da tarde dou treinos, sou treinador-adjunto dos cadetes, não sou profissional do Bayern Munique”, conta, destacando o facto de, ao contrário de Portugal, na Alemanha haver treinadores profissionais nos escalões jovens. Emanuel já tem participado em formações da federação alemã, sobretudo como ajudante do treinador principal dos cadetes do Bayern Munique. “O treinador da minha equipa é formador da federação alemã de basquetebol e já o tenho ajudado em algumas formações, sobretudo ao nível prático”, explica, destacando, mais uma vez, as diferenças entre a modalidade em Portugal e na Alemanha: “Em Portugal há um conjunto de amigos, há quase sempre lóbis, mas no panorama amador”.

 

Com a equipa a preparar-se para disputar o playoff da Bundesliga de cadetes (sub-16), o algarvio não tem planos a médio prazo. “Depende de muita coisa, vim para aqui para viver como um emigrante normal, não sou um Mourinho contratado”, afirma, contando, com ironia, que há dias ter recebeu um telefonema de uma empresa alemã a saber se queria trabalhar em Lisboa.

 

No entanto, Emanuel Guerreiro, que define a Alemanha como “um país onde tudo é incrivelmente fácil”, não esconde a possibilidade de continuar a investir no basquetebol: “Aqui há treinador de formações que são profissionais, quem sabe um dia…”, refere à Agência Lusa.

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6 ABR 2016

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