Artigos da Federaçãooo

“Em Linha” com Martinho Santos

O nome de Martinho Santos não se pode dissociar das conquistas da APD Leiria, na qual acumulou as funções de jogador e treinador. Em 1984, residia em França, quando se iniciou no BCR, no Corbeil, clube que subsiste nos escalões inferiores gauleses. 

Ano de iniciação como treinador (Basquetebol a pé e/ou BCR): 1994
Clubes/seleções orientados (Basquetebol a pé e BCR):  APD Leiria
Palmarés: 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 1 Supertaça
Jogo da tua vida enquanto treinador de BCR (e porquê):
Houve diversos jogos que foram importantes, em várias competições. No entanto, houve um que me marcou de forma especial, quando ganhámos a Taça de Portugal, na cidade de Coimbra, no dia 11 de junho, na véspera do batizado do meu filho.
Resumo do percurso no desporto (enquanto atleta e treinador):
Comecei como jogador de BCR em França, país onde me encontrava a viver, em 1984, no clube Corbeil. Quando regessei a Portugal, integrei a equipa da APD Leiria, por volta de 1991, onde, passados 3 anos, passei a ser jogador e também treinador.
Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
O conselho que daria era para não hesitar, porque tem muito em comum com basquetebol dito normal, apenas tem que haver uma adaptação ao nível do manuseamento da cadeira e alguns movimentos. Tudo o resto é muito idêntico, basta ser criativo.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê? 
Não tenho treinadores que me fascinem muito. Para mim, um treinador tem que ser um homem ou mulher muito inteligente, porque liderar um balneário de 15 ou 20 atletas, sejam homens ou mulheres, todos com uma identidade distinta, dá muito trabalho, exige criatividade e capacidade de transmitir confiança de forma a poder aplicar as suas ideias e fazê-las cumprir. Depois, no momento do jogo, manter uma elevada concentração, sobretudo naqueles momentos em que os jogos são disputados, onde cada decisão tomada pode resultar numa vitória ou numa derrota.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR. 
Um momento caricato e terrível foi quando estávamos num playoff, empatados 2-2 no jogo final, e os atletas estavam concentradíssimos. Fizemos o aquecimento e, no momento do jogo, o pavilhão não tinha eletricidade. Apesar de todos os esforços feitos para que esta fosse reposta, não foi possível. As equipas tiveram de mudar para outro pavilhão, com todo o stress que isso gera. Efetuou-se o jogo, sempre bastante equilibrado, e a nossa equipa perdeu no ultimo minuto por 2 pontos! Foi terrivel!
Quais as competências que considera essenciais para ser um treinador de sucesso?
Muita criatividade, firmeza, confiança e capacidade de transmitir essa confiança. E muito trabalho.
Em linha (ou em banana), a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar?
Requer muito treino, muito trabalho, e atletas concentrados e empenhados. É necessário haver trocas certeiras entre os atletas, porque não pode haver falhas. Aqui o papel do treinador é muito importante, porque tem de aplicar todos os seus conhecimentos, de forma a levar os atletas a conseguirem atingir esta forma de defesa o mais corretamente possível. Pessoalmente, sou um admirador desta defesa, mas reconheço que muitas vezes não é fácil aplicar na prática.

“Man Out” a Paulo Araújo

O trajeto no BCR arrancou, oficialmente, “perto” de casa, para Paulo Araújo, o extremo natural de Mirandela, na AD Aguiarense. A extinção da equipa motivou a ida para a APD Paredes, o que supõe colecionar quilómetros, sacrifício que lhe tem rendido a presença nos quadros da Seleção e um papel de destaque na formação nortenha. 
Data de nascimento: 21 de outubro de 1989
Ano de iniciação: 2004
Posição: Base/Extremo
Clube: APD Paredes
Palmarés:
Jogo da tua vida (e porquê): GDD Alcoitão vs. APD Paredes – Jogo às 20h30, precisávamos de ganhar para ir ao playoff e, após uma longa viagem, com apenas seis jogadores e alguns lesionados, mostrámos garra e união, acabando por ganhar o jogo.
Chamam ao basquetebol em cadeira de rodas a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o BCR?
A melhor forma de “vender” esta modalidade é levar a pessoa a experimentar ou a ver um jogo, no qual irá assistir a muita intensidade, rapidez e muito contacto físico.
Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti? 
Sem dúvida alguma, Hugo Lourenço, o meu ídolo a nível nacional. Em segundo, o Pedro Goncalves, pela visão fantástica de jogo que tem, sem esquecer o Pedro Bártolo, por tudo que faz pelo basquetebol e pelo colega excelente que é.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR.
Já passei demasiados ao longo destes anos todos, desde uma longa viagem de Sintra até Mirandela e um javali me aparecer à frente, em plena autoestrada, e passar-lhe por cima, até um determinado jogador marcar no próprio cesto num jogo oficial.
Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito? 
Sem dúvida alguma, fazer aquela assistência perfeita para o colega (poste) que está, com o braço no ar, rodeado de adversários, sem esquecer o mais importante dos movimentos do basquetebol, os bloqueios.
Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? 
Não me vou prolongar muito nesta resposta, pois pode ser qualquer adversário que no momento esteja mais vulnerável para essa ação, mas nesta próxima época gostaria de o fazer ao meu ex-colega de equipa e grande amigo, Hélder Freitas (Vareta) (recém-transferido para a APD Braga).
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O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

Entrevista a Regina Costa, responsável máxima da classificação a nível mundial

Regina Costa, responsável máxima da classificação a nível mundial, abordou a controvérsia atual com o IPC – Comité Paralímpico Internacional -, que ameaça excluir o basquetebol em cadeira de rodas (BCR) dos Jogos de Tóquio 2021 e dos Jogos de Paris 2024.

O choque anunciado, entre IWBF (Federação Internacional de BCR) e IPC, consumou-se este ano. A entidade máxima do desporto paralímpico comunicou à IWBF a possibilidade de exclusão do BCR dos Jogos de Tóquio 2021 e, com efeito imediato, a sua retirada do programa de Paris 2024, caso o organismo não ajuste o seu processo de classificação de atletas às normas do IPC. Entre os danos colaterais com maior repercussão está a declaração de inelegibilidade de David Eng, lenda do BCR canadiano, cuja lesão, à luz dos códigos do IPC, se entende como insuficiente. Reacende-se, assim, a discussão da introdução do classe 5 (cada atleta é pontuado entre 1 a 4.5 face à sua funcionalidade e lesão, perfazendo o total do cinco 14.0) para atletas com limitações mínimas ou até sem qualquer lesão, como acontece em Inglaterra, outrora em Itália ou precisamente no Canadá. Regina Costa, Presidente da Comissão de Classificação do Conselho Executivo da IWBF, esclarece a polémica instalada.
Para os leigos na matéria, consegues explicar sucintamente a controvérsia atual em torno da classificação? 
No final de janeiro de 2020, o IPC exigiu que a IWBF fizesse uma reavaliação de todos os jogadores com Classificação Internacional para confirmar a sua elegibilidade de acordo com o Código de Classificação do IPC. Esta reavaliação faz parte do processo que a IWBF tem de fazer para continuar a fazer parte do programa dos Jogos Paralímpicos.
O mérito do BCR é a introdução de critérios funcionais e, à conta disso, abarcar uma multiplicidade de lesões. Constitui um retrocesso a adoção do código do IPC? 
A revisão que estamos a fazer tem sido uma vantagem, porque havia imensas coisas que precisavam de ser atualizadas e melhoradas. O Código de Classificação do IPC veio ajudar imensas modalidades onde o sistema de classificação era mais débil. No BCR, temos um bom sistema e esse vai continuar. O que estamos neste momento a rever é a questão da elegibilidade dos jogadores. Estar em conformidade com o Código do IPC é a única forma de mantermos a modalidade nos Jogos Paralímpicos. Como tal, é difícil de considerar isso como um retrocesso.
Já tivemos as primeiras baixas à conta das imposições do IPC, com a falta de elegibilidade do David Eng a ser o caso mais mediático. Que soluções se estão a encontrar para atletas como ele, inapto para o basquetebol convencional e BCR? 
A IWBF criou um documento que foi distribuído aos diversos países com as várias possibilidades de continuação na modalidade para qualquer jogador que deixe de jogar, devido a este processo ou não. Poderá haver a hipótese de continuar a participar nas ligas nacionais e, eventualmente, a participação em competições internacionais de clubes.
Quais os maiores desafios da classificação funcional do BCR no momento atual? 
O maior desafio é o processo de reavaliação que está a decorrer. A logística por trás de todo este processo é enorme, porque estão envolvidos cerca de 4500 jogadores! A pandemia não veio ajudar, uma vez que estamos a pedir aos jogadores para nos enviarem informações médicas. Este desafio é enorme para nós, IWBF, mas também para todos os países e jogadores envolvidos, não só devido à informação que é pedida, pelo stress psicológico a que todos ficam sujeitos. O objetivo é acabar todo este processo e ter o “carimbo” do IPC para que possamos continuar em frente e desfrutar da modalidade que tantos gostamos!

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“Em Linha” com Teresa Xavier

Recém-chegada ao BCR, Teresa Xavier faz parelha com Daniel Pereira no comando da APD Lisboa e denota já um envolvimento ao nível dos técnicos mais experimentados. A vontade de aprender, que emana de todo o seu discurso, colocam-na com justiça no lote dos treinadores em ascensão na modalidade. 

Em anexo podem encontrar todos os dados sobre o percurso de Teresa Xavier.

Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
Aceita, porque pode ser o maior desafio desportivo da tua vida. Mais do que os capítulos técnico-táticos, é o poder treinar com pessoas diferentes, que tinham tudo para desistir, mas que são entusiasmantes, que te ensinam mais pessoalmente do que tu jamais pensaste aprender. É cativante perceber os esforços que todos os participantes neste desporto fazem e é reconfortante entender o que o grupo e a modalidade fazem aos participantes de BCR. Quando tu tens oportunidade de viver isto, já ganhaste um grande desafio na tua vida.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê?
No basquetebol a pé tenho duas grandes referências com quem tive o privilégio de privar, o professor José Tavares da Silva, meu professor na faculdade e tutor de curso, pela sua forma de estar na modalidade, pelo treinador que foi e pelo que alcançou; o San Payo Araújo pelo que representa para o minibasquete em Portugal e por todos os ensinamentos que partilhou comigo em treinos, formações, torneios e outros eventos. No BCR, o Ricardo Vieira, não só pelo que tem construído e conquistado com a APD Braga, mas também pela partilha e vários ensinamentos ao longo dos últimos anos.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR.
Com frequência, os meus atletas de Mini 10 vão assistir aos jogos da APD Lisboa. Um momento caricato que se tornou um ritual é, no final, os meus atletas de Mini 10 juntarem-se aos meus atletas de BCR e, nas cadeiras, lançarem ao cesto. A confraternização e o gosto fazem com que os meus Mini 10 me perguntem regularmente quando tenho jogo e os meus atletas de BCR, sempre que veem os meus Mini 10 na bancada, não abandonam o recinto sem fazerem uns lançamentos em conjunto.
Quais as competências que considera essenciais para ser uma treinadora de sucesso?
Para além do conhecimento técnico-tático e saber intervir no jogo, a componente emocional/psicológica é para mim cada vez mais importante. A forma como conseguimos mobilizar os jogadores, encorajá-los a ser melhores em cada treino, a gestão do feedback corretivo, assertivo e positivo, mas fundamentalmente fazer com que acreditem que, apesar de todas as limitações ou adversidades, é possível atingir a excelência individual e coletiva. Somos treinadores de sucesso quando conseguimos que as partes e o todo na nossa equipa atinjam a excelência.
Em linha (ou em banana), a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar?
É um modelo de defesa em que acredito, mas obedece a um conjunto de requisitos nem sempre fáceis de conciliar: comunicação exímia entre todos, excelente técnica de cadeira e disponibilidade física. Quando bem executado, cria muitas dificuldades à equipa adversária, mas se não o conseguirmos implementar de forma eficiente, vamos ser permeáveis. Por outras palavras, usa-o se o sabes fazer bem, se não sabes, treina-o melhor antes de o usares.

“Man Out” a Hélder Moreira

Um dos novatos na APD Braga, turma tetracampeã nacional, Hélder Moreira distingue-se pela dedicação digna dos melhores, a que acrescenta uma forma de estar conciliadora com colegas e adversários. Detém um registo raro e peculiar: o jogo de estreia significou a conquista do seu primeiro título. 

Data de nascimento:28/04/1989
Ano de iniciação:2018
Posição: extremo/poste
Clube: APD Braga
Palmarés: Supertaça 2019/20
Jogo da tua vida (e porquê): Supertaça 2019/20, porque foi o primeiro jogo oficial e o primeiro titulo!
Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas? 
Para vir experimentar, que de certeza de que vai adorar e querer ficar/praticar. Foi o que aconteceu comigo!
Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti? 
O Márcio Dias, o nosso mágico!
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR. 
O corte de barba que o os meus colegas me fizeram no Torneio Internacional de Lisboa, no começo desta época!
Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito? 
Quando consigo ganhar o espaço para entrar na área restritiva.
Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? 
Márcio Dias!
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O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

2019 viu a estreia da 1ª seleção portuguesa de BCR sub23

Em Janeiro de 2018, o Comité Nacional de BCR lançou as bases para a constituição de uma seleção nacional sub23. Apenas um ano depois, na Finlândia, Portugal fazia a sua estreia oficial nos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude. Ricardo Vieira, na altura técnico adjunto, agora selecionador principal, analisa o impacto da experiência.

 

Há muito se cogitava a criação de uma seleção jovem no BCR português, mas o passo decisivo para mitigar o fosso em relação aos melhores, surgiria apenas em Janeiro de 2018. Daí à participação nos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude (EPYG), na Finlândia, decorreu cerca de um ano e cinco meses, tempo que seria sempre curto para abordar uma das etapas mais transformadoras na vida dos 10 convocados. “Foi o “abrir de olhos” necessário para entenderem que, sem trabalho, empenho e consistência não se consegue atingir patamares altos.

 

Perceberam que o que desenvolvem nos clubes não os levará a pódios europeus e que, por enquanto, a única forma é trabalhar individualmente, esperando que os clubes possam vir a dispor de mais horas de treino, melhores condições e de técnicos qualificados”, adverte Ricardo Vieira, rendido, contudo, ao “espírito de grupo” fomentado no certame.

 

Na véspera do terceiro encontro, contra a favoritíssima – vencedora da prova – França, o selecionador vaticinou um resultado extremamente desnivelado, algo que causou perplexidade no grupo, cuja modesta perceção do jogo à escala internacional não pressagiava tão mau cenário. “Disse-lhes: “se não perdermos por mais de 100 pontos, considerem uma vitória”. Responderam, por outras palavras, que eu estava maluco. Resultado final: 106-17”, remata, para discorrer sobre “a ilusão que é criada ao jogador de BCR em Portugal, em que basta pegar numa bola e lançar duas vezes por semana”. Menosprezados ficam os “fundamentos, o trabalho físico, psicológico, o cuidado com a alimentação, o descanso, a recuperação física pós-treino e jogo”, componentes onde, embora condicionados pela ação dos clubes, os atletas “devem fazer a sua parte”.

 

A lição repercutiu-se em mudanças tangíveis, mesmo em tempo de pandemia, com “pelo menos 8 dos atletas” a treinarem de forma “muito profissional”, numa base diária, e em alguns casos com retoma progressiva do treino em pavilhão. Mesmo que a contragosto, Ricardo Vieira responde à questão e mostra-se convicto na capacidade dos seus pupilos dificultarem as escolhas a Marco Galego, selecionador nacional A, para o próximo Europeu C, em 2021. “Sou muito suspeito, ainda assim, parece-me que estão reunidas as possibilidades de marcarem presença 3 a 4, com alguma “facilidade”. Os 5 não sei se será possível, até porque o grupo, em relação ao último europeu, tem os regressos de Filipe Carneiro e Marco Gonçalves, dois atletas de classe europeia”.

 

Ciente do potencial existente, mas sem deslumbramentos, Ricardo Vieira espera não ver dissipar-se a boa dinâmica na melhoria estrutural da modalidade e desafia “entidades públicas e privadas a aumentarem o apoio aos clubes”. Se a nível federativo, o técnico bracarense não coloca Portugal “atrás de ninguém na Europa”, na realidade do clube o panorama está aquém do exigido para que a seleção sub22 (sub23 somente no contexto dos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude e Campeonatos do Mundo) integre um europeu da categoria.

 

“Treina-se, no máximo, 2x por semana, com treinos de 1h30min, e isso é algo inaceitável para que possamos almejar estar presentes num Europeu a um nível razoável”, afirma. Não obstante as adversidades, o primeiro passo está dado. Da viagem aos EPYG 2019 subsiste o legado da mentalidade de verdadeiro atleta, ponto de partida para qualquer conquista vindoura.


Entrevista a Hélder Freitas, reforço da APD Braga

Aos 35 anos, Hélder Freitas deixa a APD Paredes, clube onde se iniciou na modalidade e que representou durante oito épocas, para rumar à APD Braga, tetracampeã e vencedora dos últimos 16 troféus disputados. 
Nesta nova etapa, encarada com pragmatismo e ambição, Hélder Freitas (3.5), natural de Guimarães, espera dificuldades para conquistar o seu espaço no plantel bracarense, repleto de soluções e internacionais (7), mas expressa sem rodeios a vontade de ser determinante. O poste renova também o desejo de continuar nas escolhas da Seleção Nacional e participar no seu terceiro Campeonato da Europa, em 2021. 
Quais as razões para a mudança de equipa?
A principal razão que me levou a trocar a APD Paredes pela APD Braga foi, sem dúvida, conseguir mais tempo para mim e para a família. Claro que a vontade de querer ser mais e melhor no BCR tornou esta decisão ainda mais positiva.
O que esperas poder alcançar a nível individual e coletivo com a camisola da APD Braga?
Espero poder melhorar o meu lançamento, a postura a nível defensivo e aperfeiçoar o desempenho ofensivo. Tenciono também ser um dos pilares da equipa, que é atualmente a melhor do BCR português. Para isso, tenho perfeita noção de que irei ter muito trabalho pela frente, o que me dá imenso prazer.
Dos primeiros contactos com esta nova realidade, o que reténs em particular?
Tem sido tudo muito estranho e novo para mim. Sem dúvida, um novo caminho a seguir, muita organização, treinos bastante produtivos e diferentes, bastante comunicação e trocas de ideias para futuro do projeto em si. Admiro e agradeço toda a receção e apoio que me tem sido dado por toda esta nova família. Espero ser tão ou mais feliz quanto fui em Paredes, com os colegas que tanto me custaram deixar.
Terás uma competição por minutos muito superior a partir de agora. Como estás a lidar com essa mudança de realidade?
Como já referi acima, tenciono ser um dos pilares da equipa, esse é mesmo um dos meus focos neste momento. Se fosse uma tarefa fácil, não era para mim. Sinto-me pronto para começar e levar este desafio para a frente.
Já somas duas participações em Europeus. Acreditas que 2021 será o ano do título europeu e promoção à Divisão B?
Acredito. Não há duas sem três. Vou tentar manter a camisola #9 da Seleção comigo neste Europeu. Seria um gosto enorme participar em mais um Europeu, principalmente com uma subida de divisão. Seja eu a estar lá ou outro colega, vamos para honrar a nossa bandeira. Há muito talento cá em Portugal e desta vez vamos alcançar a subida.

“Em Linha” com Domingos Marinho

Domingos Marinho, um dos treinadores há mais anos em atividade, os seus pares e atletas reconhecem-lhe paixão e carisma, características palpáveis na forma acalorada com que vive os encontros. A caminho da 11.ª época como treinador da APD Paredes, Domingos Marinho aceitou o desafio de treinar BCR em 1997, quando convidado para orientar a APD Porto, onde permaneceu 13 anos.  

Ano de iniciação como treinador (basquetebol a pé e/ou BCR): 1978-1997
Clubes/seleções orientados (basquetebol a pé e BCR): FC Gaia, GD Bolacesto, APD Porto, APD Paredes
Jogo da sua vida: (Como jogador) Último jogo, devido a uma lesão no joelho, contra o Sporting, onde fomos vice-campeões nacionais.
Resumo do percurso no desporto: Joguei 17 anos no FC Gaia, onde dei os meus primeiros passos como treinador. Foi em 1997 que um membro da família (Domingos) me convidou para assumir a APD Porto, um desafio que aceitei ainda que relutante, porque não sabia o que iria encontrar. Passados uns anos (6 ou 7, não tenho a certeza) um amigo convidou-me para assumir o comando (juntamente com ele) do basquetebol feminino no GD Bolacesto. Durante 5 anos assumi ambas as equipas. Depois de muita insistência por parte do Adão Barbosa (presidente da APD Paredes), lá resolvi aceitar o desafio de ir para a APD Paredes.
Que mensagem dirigia a um treinador hesitante em treinar BCR? 
É um projeto desafiante, que nos obriga a pensar fora da caixa e a testar limites, tanto nossos como dos atletas.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre si e porquê? 
Casimiro Silva, que foi meu treinador durante muitos anos, e o falecido Fernando Rema, com quem fui vice-campeão nacional.
Recorde-nos um momento caricato que tenha vivido por treinar BCR. 
Enquanto treinador da APD Porto, numa jornada em Lisboa, ficámos instalados numa residencial e num dos quartos ficou o Abel, um jogador bi-amputado que deixou as próteses à janela com um chapéu em cima. Na manhã seguinte, o funcionário da receção, muito preocupado, reportou-me que o atleta daquele quarto passou toda a noite à janela, sem dormir.
Quais as competências que considera essenciais para ser um treinador de sucesso?
É necessário gostar e, de forma quase irracional, fazer uma escolha entre o desporto e a família. Sim, porque esta última fica sempre prejudicada. É amor! Claro que isto tem que estar lado a lado com uma aprendizagem constante, um querer saber mais.
Em linha (ou em banana), a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar?
Cada treinador tem que olhar para a equipa que tem e perceber as limitações da mesma. No entanto, com jogadores com uma boa agilidade e capacidade de leitura de jogo é uma defesa fácil de aplicar e com muitos bons resultados. É necessário frisar que necessita que os cinco elementos estejam completamente entrosados, unidos e concentrados, porque à mínima falha é também fácil de ultrapassar.

Entrevista a Rui Dias, presidente do Basket Clube de Gaia

Rui Dias, presidente do Basket Clube de Gaia (BCG), aborda com ambição a época de estreia do clube na 1.ª Divisão do basquetebol em cadeira de rodas (BCR) nacional e transmite a vontade de promover um paradigma mais competitivo na modalidade. Recorde-se que o emblema gaiense foi o único candidato ao Playoff de subida à 1.ª Divisão.  

Quais as expectativas do BCG no seu ano de estreia na 1.ª Divisão?
As expectativas são de ficar entre os quatro primeiros lugares da competição. Para além disso, pretendemos alargar o número de jogadores e começar a formar novos atletas. A nossa maior presença em atividades de sensibilização e demonstração nas escolas e no Centro de Reabilitação do Norte, na época passada, reflete esse mesmo desejo.
Quais são os fatores diferenciadores deste projeto? 
Somos o único clube da região do Grande Porto e contamos com atletas das Seleções Nacionais A e Sub22. Estamos a falar de uma população de 1,5 milhões de habitantes, onde só existe o nosso clube neste desporto adaptado!
Como surgiu a ideia de criar uma equipa de BCR (em resumo, o que te motivou a fazê-lo e a abordar-me)?
Sendo o Pedro Bártolo de tão perto de onde o clube nasceu e desenvolve a atividade, não poderíamos esperar outra coisa! O facto de o conhecer e ver o gosto que ele tem pela modalidade, em particular pelo desporto adaptado, foi uma questão de tempo para desenvolvermos este projeto. É uma paixão mútua pelo basquetebol nas diferentes variantes.
Que pretensões tem o BCG a longo prazo no BCR (pode falar do BCR e da ambição global no clube)?
Queremos, em geral, que o basquetebol cresça em Portugal. Pretendemos que os mais jovens atletas, e principalmente os pais, não vejam este desporto apenas como um “hobby”, ou algo para passar o tempo, mas como uma forma de vida, tal como se passa em muitos dos países por esse mundo fora, principalmente nos mais desenvolvidos. Este desporto em Portugal, infelizmente, por forças maiores, não é publicitado, pelo que é muito complicado que surjam muitos atletas com qualidade para que se possa competir ao mais alto nível europeu, e desta forma, atrair um maior interesse em todas as vertentes.
Quais os principais entraves à concretização do projeto do BCR?
O maior entrave é, sem dúvida, o equipamento, por forma a que os atletas estejam preparados para a alta competição. As cadeiras são bastante dispendiosas e sem isso a performance competitiva baixa consideravelmente.

“Em Linha” com Bruno Silva

Um convite para integrar o Basket Clube de Gaia colocou Bruno Silva na rota do BCR, em 2017. O entusiasmo e o profissionalismo, evidentes na “pequena” revolução operada no treino de condicionamento físico na modalidade, despertaram o interesse do Comité Nacional de BCR, e Bruno Silva acumula agora as funções de treinador-adjunto na formação gaiense e na Seleção A.  

Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
Foi difícil entrar no clube e sentir que os atletas conheciam melhor a modalidade do que eu, mas havia condições para crescer, e por isso a hesitação passou. Nunca iremos estar totalmente preparados para um desafio, caso contrário não seria um desafio. Faz sentido que ponderem bem os vossos passos, mas terão sempre de aceitar correr alguns riscos.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê? 
Mike Frogley (Canadá), por todo o contributo na evolução do BCR. Os DVDs criados pela Universidade de Illinois foram uma enorme referência para mim. Obviamente que tenho de mencionar o Marco Galego e o Ricardo Vieira, com quem tenho aprendido bastante. Fora do BCR, o Phil Jackson. Existem treinadores que conseguem “criar algo mais” dentro dos grupos. Um verdadeiro espírito de união, confiança e entrega. Acredito numa abordagem holística do treino, e o Phil Jackson tinha-a. Não existem muitos treinadores que usem a meditação por exemplo, e esse crédito já foi dado ao Phill Jackson. Claramente um treinador que não percebe “apenas de basquetebol”, e valorizo muito isso.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR. 
Um atleta caiu após um contacto normal. Não havia risco, mas o árbitro interrompeu o jogo, parando assim o ataque da equipa adversária. O treinador reclamou e isso não foi bem aceite pelo público que começou a protestar, o que demonstra que ainda há muito desconhecimento da modalidade em Portugal. Noutra modalidade, ninguém ficaria chocado com o protesto do treinador. Revela que existe ainda um sentimento demasiado “protetor”, apenas porque se trata de desporto adaptado.
Quais as competências que consideras essenciais para ser um treinador de sucesso?
Difícil responder, porque não estou nesse patamar. Diria que é preciso ter bom conhecimento, capacidade de comunicação, de organização, de gestão (do treino e atletas) e de transmissão de conhecimentos. Não saltar etapas se estivermos na formação e saber definir objetivos! Também é muito importante saber ouvir e compreender os atletas, porque não os podemos obrigar a nada.
Em linha, a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar?
O BCR é muito exigente do ponto de vista coletivo e físico. Para se alcançar essa defesa é preciso ter níveis de comunicação e uma capacidade física muito acima da média. Basta um segundo de atraso no aviso de um bloqueio ou no impulso da cadeira que já poderá ser demasiado tarde para realizar as compensações/ajudas necessárias.
Em anexo podem consultar dados e curiosidades sobre Bruno Silva.

APD Braga, o primeiro (e único) campeão a norte

Os minhotos despertaram para as conquistas na época 2012/13, quando ergueram os troféus de campeão nacional e de vencedor da Taça de Portugal. Manuel Vieira, jogador e presidente da APD Braga, e Ricardo Vieira, treinador, narram as bases do êxito, antecâmara de um ciclo dominador, que perdura, no BCR nacional.

Após um ano atípico, sem competições de BCR em Portugal, a APD Braga surgia em força, uma vez maturado o processo cujo fito passava por vencer títulos. Em primeiro lugar, rumou a Braga a Taça de Portugal, e a jogar em “casa”, empurrada por uma das maiores enchentes da modalidade no país, a equipa festejou o campeonato. “Foram pelo menos 4 épocas a trabalhar para conseguir esse título, com um aperfeiçoamento de várias situações: passámos a 2 treinos semanais e a dispor de ginásio grátis”, descreve o treinador Ricardo Vieira, que salienta também o investimento pessoal e a aquisição de cadeiras. “Fiz inúmeros cursos internacionais, alguns quilómetros sozinho e sem dormir, para perceber mais e melhor. Além disso, tivemos cadeiras novas ao abrigo de um apoio importante, que veio demonstrar que tínhamos mão de obra, faltavam material e verbas para apoio aos atletas”.
Manuel Vieira, presidente e jogador da APD Braga, subscreve as premissas de sucesso elencadas pelo técnico, seu irmão, e frisa o impulso dado pelo pai, Carlos Vieira, na “criação de condições para a prática desportiva das pessoas com deficiência”, numa primeira fase voltada para “a integração”. Angariados novos parceiros, a APD Braga começaria “a marcar pontos no panorama desportivo nacional”, dinâmica na qual reconhece o papel de João Correia, atleta paralímpico e figura incansável nos bastidores, a quem presta um “reconhecimento especial”.
Do desejo à realidade distaram 20 anos, pois fora na época 1992/93 que a APD Braga, fundada em 1982, constituiria as secções de atletismo e BCR. A transição do pendor recreativo para uma orientação mais competitiva custaria momentos de tensão e exigiu firmeza. “Numa saída, uma dirigente pediu aos atletas dinheiro para ajudar a pagar o almoço e o meu pai disse que se assim fosse tirava as cadeiras todas da sua carrinha, deixava-as na estrada e trazia todos os atletas que pudesse. Foi para mim o ponto de viragem e perceção de que o atleta não pode pagar algo em que vai fazer o nome da instituição crescer”, sublinha Ricardo Vieira.
Atualmente, embora saliente o “muito trabalho a fazer”, o técnico considera que “a cidade e concelho estão mais atentos” ao desporto paralímpico, consequência indesmentível das múltiplas ações de sensibilização e demonstração de BCR realizadas pela APD Braga, com um impacto que ultrapassa até o território continental. “Um dos pontos altos foi a ida aos açores. Receberam-nos como verdadeiros atletas; outdoors luminosos a anunciar a nossa presença, nas escolas havia entusiasmo, pediram-nos autógrafos, fotos, queriam saber mais de nós. Para culminar, houve um jogo entre os atletas com direito a pavilhão cheio e entrevistas, assim como invasão do campo, onde as pessoas nos pediram camisolas, calções e até meias”.
Se uma longa espera antecedeu os primeiros títulos, desde então a APD Braga inaugurou uma verdadeira dinastia no BCR nacional, ao arrecadar todos as provas em disputa a partir da temporada 2015/16. E a motivação não se esfuma. “Todos os anos desportivos fazemos um reset, pois o passado já era”, explica Manuel Vieira, filosofia a que se juntam as ambições expressas por Ricardo Vieira em “colocar o máximo de atletas na Seleção Nacional” ou a “dar o salto” para o estrangeiro “e ser a melhor equipa de sempre do BCR em Portugal (com formação feita no clube)”.

“Man Out” a Miguel Reis

Miguel Reis iniciou-se há três anos no BCR, pelo Basket de Clube de Gaia, mas rapidamente despertou a cobiça de outras equipas e envergou a camisola da APD Paredes esta época. Versátil e com um reportório técnico interessante, ameaça distinguir-se como um dos principais jogadores de pontuação 4.0 em Portugal.  

Data de nascimento: 19/01/2000
Ano de iniciação: 2017
Posição: Poste
Clube: BCG
Palmarés: Participação nos EPYG – Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude – de 2019
Jogo da tua vida (e porquê): Sem dúvida alguma, nos Jogos da Juventude na Finlândia, contra a Irlanda. Fez-me crescer a nível pessoal e como jogador. Foi também o jogo que me fez perceber que o nível lá de fora não era inalcançável.
Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas? Primeiramente, expressava a minha paixão pelo jogo e explicava no que consiste; em seguida só lhe diria que só jogando se percebe o porquê de ser a modalidade paralímpica rainha.
Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti? 
Neste momento, há três jogadores em Portugal que exercem fascínio em mim. O primeiro, o Pedro Bártolo, pela sua riquíssima experiência e maneira de jogo; também não só por ser meu treinador, como mentor, que me aponta sempre para a direção certa; depois o Márcio Dias, uma grande fonte de inspiração, pois é aquele nível que quero alcançar e superar; por último, mas não menos importante, Hugo Lourenço, não só por ser um poste formidável, como também um dos jogadores mais criativos que já vi a jogar e isso é algo que eu gostava de ter no meu jogo.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR. 
Mais uma vez na Finlândia, nos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude, como praxe por ser a nossa primeira competição internacional, tivemos os nosso cabelos cortados com cortes engraçados e isso deu uma luz e uma união enorme ao grupo.
Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito? 
Seria o U-turn. Sendo bastante útil, é para mim um dos movimentos bases que todos os jogadores deveriam ter; gesto seria o lançamento, aquela sensação de a bola a deslizar pelos dedos e a entrar no cesto não há igual; e por último, o momento seria logo o início do jogo, onde ambas as equipas batalham para saber quem vai sair na frente na primeira parte do jogo e tudo está ainda em equilíbrio.
Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? 
Sem dúvida alguma, seria ao Pedro Bártolo. No dia que o conseguir, terei superado o meu (eu) jogador atual.
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O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

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“Foi um jogo muito competitivo e o benfica levou a melhor”

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Miguel Maria

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