Artigos da Federaçãooo

“Em Linha” com Daniel Pereira

Pai de uma das maiores esperanças do basquetebol em cadeira de rodas nacional, o internacional A e Sub22 Ângelo Pereira, Daniel Pereira viu o acesso privilegiado ao pavilhão despertar-lhe o interesse de se testar nos bancos, aguçado pelo convívio próximo com Jorge Almeida, que nomeia como referência. Na presente época, passou a conciliar o cargo de técnico-adjunto da APD Lisboa com iguais funções na Seleção Sub22. 

Ano de iniciação como treinador: 2015
Clubes/Seleções orientados: APD Lisboa e Seleção Nacional Sub22 (adjunto)
Palmarés: Um jovem atleta, recentemente, quando questionado sobre isso, respondeu “em construção, volte daqui a uns anos”. Sem dúvida, a melhor resposta.
Jogos da minha vida: GDD Alcoitão vs. APD Lisboa – 51.-49. Após uma entrada forte, o GDD Alcoitão passou para a frente, mas graças a 3 triplos da nossa parte mantivemos o jogo em aberto até ao fim. No último segundo, com uma falta a nosso favor, após tentativa de triplo, o atleta acusou pressão e falhou 3 lances livres. Assistiu-se à alegria de uns e tristeza de outros. Saliento o fair-play do GDD Alcoitão que, liderado pelo seu técnico Fernando Lemos, veio confortar os meus jovens atletas; APD Lisboa vs. APD Sintra – 53-45. Significou para os mais novos a primeira vitória desde que jogam BCR. Pela oportunidade de manifestarem alegria e prazer de celebrar uma vitória, este jogo merece destaque; Portugal vs. Grécia – 57-61 – Europeu C 2019. Causou-me um misto de sentimentos, mas foi com orgulho que representei o meu país. Não esqueço o que senti ao cantar “A Portuguesa”, o grupo incansável do CNBCR, o apoio da FPB, a equipa técnica, o grupo de atletas que deu tudo e um quarto: #420. Estará para sempre nos jogos da minha vida e eu era só o mecânico.
Atleta: ex-praticante de natação. Treinador: 2002-2012 – infantis, iniciados, juvenis e seniores femininos do ADB (Bobadela) – Futebol;
Primeiro contacto com o BCR em 2013, na APD Lisboa, por intermédio de Jorge Almeida, atual técnico do Sporting CP-APD Sintra, ex-APD Lisboa e Seleção Nacional A;
Classificador de BCR.
Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
Atreve-te, desafia-te e descobre-te como pessoa e treinador.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê?
Jorge Almeida – apresentou-me a modalidade e fez-me ficar fascinado por ela com o grande conhecimento que detém. Tive o privilégio de o ver jogar. Andou afastado por um tempo, mas ainda bem que voltou; Ricardo Vieira – aprendi a conhecer, depois a admirar e a considerar amigo. Um líder, com um conhecimento vasto, uma grande pessoa e um excelente treinador, sem tabus em partilhar o seu conhecimento.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR.
Menciono dois. Uma ida a Barcelona de autocarro para fazer 4 jogos, voltar de autocarro e no dia seguinte ir trabalhar. Nessa viagem, de 16 horas, cada vez que se parava, eram necessárias 4 pessoas só para tirar os atletas, mas o caricato disso é que, se fosse para ir amanhã com o mesmo grupo de atletas e staff, era o primeiro. E depois, num jogo para o Campeonato Nacional, agendado para as 15 horas, a funcionária do pavilhão andava a fazer tempo, porque pensava que bastava abrir o pavilhão 5 minutos antes.
Quais as competências que consideras essenciais para ser um treinador de sucesso?
Conheço alguém que diria “define sucesso”. Convencer alguém que se acha incapaz por ter uma deficiência e fazer com que volte a sonhar, porque descobriu que afinal pode ser atleta, é um pouco do teu sucesso. Se daqui a uns anos vir os meus atletas felizes e me reconhecerem como alguém importante no seu percurso, tive sucesso.
Em linha, a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar? 
Requer um leque de jogadores com boa capacidade física, excelente técnica de cadeira e capacidade de comunicação. Treinar exaustivamente estes parâmetros é a receita.

APD Sintra, a obreira do único “penta” do BCR português

A formação dona do palmarés mais recheado a nível nacional do basquetebol em cadeira de rodas, APD Sintra, conseguiu um feito inédito, entre as épocas 2003-04 e 2007-08, ao conquistar o pentacampeonato. Mafalda Santos, a autora do lançamento que selou o quinto título, e Victor Sousa, dirigente e ex-atleta, guiam-nos pelos alicerces ganhadores do histórico emblema. 

O trajeto da APD Sintra está longe de se cingir ao marco do pentacampeonato, embora este sobressaia. No pecúlio da instituição, agora associada ao Sporting CP, moram uns imponentes 11 troféus de campeão nacional, 11 Taças de Portugal e 14 Supertaças. Do primeiro título, obtido na época 1994-95, ao último, que data de 2014-15, distam exatamente 20 anos, indício de um trabalho sustentável, cujo ponto de partida Victor Sousa nos ajuda a situar. “A diferença residiu na formação dos jogadores, que passou por várias etapas, destacando-se o excelente trabalho realizado pelo Pedro Esteves, a deslocação a Espanha para assistir aos jogos de BCR dos Paralímpicos de Barcelona 92 e a formação em 1995 ministrada por um treinador jugoslavo”, enumera, sem esquecer a importância do material, em alusão à “aquisição de 12 cadeiras da RGK, feitas à medida de cada jogador”, fator de especial relevância na modalidade. O somatório destas ações em conjunto com “a vontade de ganhar de cada elemento do grupo de jovens que constituía a APD-Sintra foram o motor para se alcançar o êxito”, na opinião do emblemático dirigente. No livro dos recordes e das estreias, os sintrenses contribuíram para aumentar a visibilidade internacional do BCR português e impulsionar o nível de exigência do jogo dentro de portas ao se tornarem na primeira equipa nacional (e até agora em exclusivo) a disputar uma prova europeia de clubes. “Após atingir o patamar mais alto à escala nacional, pareceu-nos que o passo seguinte seria a participação nas provas oficias internacionais da IWBF-Europa”, conclui convicto, apesar do processo árduo que se supunha na angariação de apoios financeiros, que rotula de “trabalho ‘formiguinha’”. Seguiram-se outras seis participações, quatro na Taça Willi Brinkmann e duas na Andre Vergauwen.
No plano interno, o capítulo do pentacampeonato começou a erguer-se na época 2003-2004. Interlocutora ideal do apogeu sintrense, Mafalda Santos, ex-atleta de baixa pontuação, recorda o momento que a converteu em protagonista improvável do quinto título. “Estavam todos preocupados em bloquear os meus colegas e, basicamente, esqueceram-se de mim. O Rui Lourenço passou-me a bola e, na minha cabeça, pensei: “Tens de passar a alguém”. Não havia ninguém e lancei”, sumariza com simplicidade, ao evocar o lance capital da partida frente à APD Leiria, que se fez longo na perceção. “Deu a sensação de levar muito tempo a passar aqueles segundos e nem tive a noção de que tinha dado o penta a Sintra”. Então com 20 anos, e uma experiência de meros três no BCR, a extremo, uma das raras vozes no feminino no panorama nacional da modalidade (a nível de clubes, o BCR é misto), atribui ao bom acolhimento do grupo a rápida integração e a consequente assimilação do jogo. “Éramos uma equipa muito unida, da qual me orgulho ter pertencido, tínhamos uma ligação inexplicável. Todos me aceitaram bem”, sublinha a atleta retirada em 2014.
Atualmente, a APD Sintra procura retomar o rumo dos triunfos e enfrenta, em particular, a dura concorrência da tetracampeã nacional APD Braga, formação com um registo arrebatador nos últimos anos, que ameaça a exclusividade do pentacampeonato. Porém, na ótica de Victor Sousa, estão reunidas as premissas para ver a equipa escalar novamente ao topo. “Estamos no bom caminho para alcançar o sucesso de outras épocas; dotados de um conjunto de jogadores valiosos, alguns ainda bastante jovens, e orientados por um técnico muito sabedor e experiente”, afiança, apesar de lamentar a “falta de horários disponíveis no pavilhão para se treinar mais”. Tal obstáculo não o impede de corroborar a própria afirmação de que “aliando o conhecimento, a experiência, o trabalho árduo e a vontade de vencer, a APD-Sintra voltará a ganhar provas oficiais dentro de pouco tempo”.

Márcio Dias e Jorge Palmeira construíram a sua própria tabela

Márcio Dias e Jorge Palmeira construíram a sua própria tabela. Os internacionais A de basquetebol em cadeira de rodas (BCR), atletas da APD Braga, fintaram o desgaste do confinamento e, sem perspetivas de regresso aos pavilhões ou de utilizar os campos ao ar livre, puseram, literalmente, mãos à obra. Até lá, vão calibrando a pontaria, em casa. 

A interrupção das competições e treinos solicita à criatividade soluções rebuscadas para a manutenção da forma e do rendimento, mas longe do grau de investimento pessoal das encontradas por Márcio Dias e Jorge Palmeira. “Mal me deu o clique de fazer a tabela, lembrei-me logo que já tinha em casa um cesto e a parte da madeira onde prende o aro, que me tinham sido oferecidos por um amigo há uns anos. Também tínhamos alguns ferros cá em casa para fazer a estrutura da tabela”, narra o capitão da Seleção Nacional e da APD Braga, que viu ali meio caminho andado para fazer nascer a obra. Já Jorge Palmeira, quis capitalizar o “algum espaço disponível” e prontificou-se a adquirir o material necessário. “Comprei o aro e o ferro. O acrílico já tinha. Peguei na máquina de furar, aparelho de soldar e rebarbadora… um pneu velho, cimento e está no ar”, descreve.
No caso de Márcio Dias, o esforço improvisado de compensar a longa ausência dos campos de basquetebol contou com uma colaboração valiosa. “O meu pai sempre teve jeito para construir as próprias coisas, como alfaias agrícolas ou até jaulas para a criação de coelhos. Eu ajudei na medição e corte dos ferros, ele tratava de soldar todas as peças de forma a estrutura ficar mais sólida”, comenta o #4 da APD Braga e da Seleção Nacional, que enaltece o engenho do parceiro de construção. “Sou sincero, se fosse eu a soldar, certamente que a tabela não aguentava muito tempo em pé”, admite.
Colegas de equipa e de Seleção, tetracampeões nacionais pela APD Braga, mantêm-se, como suposto, à distância, mas coincidiram na vontade de não adiar mais o contacto com a essência do jogo. Por isso, afirma Jorge Palmeira, “sempre que o tempo permite, lança-se umas bolas”.

“Trago comigo uma vontade enorme de voltar a erguer todos os títulos nacionais com a APD Braga”

A APD Braga anunciou o regresso às suas fileiras do internacional português José Miguel Gonçalves, que viveu a sua primeira experiência no estrangeiro, ao lado dos colegas de seleção Luís Domingos e Pedro Bártolo, no Basketmi Ferrol, do 2.º escalão espanhol. 

Que balanço fazes da experiência em Espanha?
Foi, certamente, uma experiência enriquecedora a vários níveis. O Basketmi formou um grupo muito experiente, aliando a prata da “casa” a dois craques (o polaco Karol Szulc e o português Pedro Bártolo), que possuem um vasto currículo internacional. A fechar o elenco, entrei eu e o irreverente Luís Domingos, que fez uma época excecional. A qualidade do grupo refletiu-se nos resultados obtidos, onde apesar de a época ter sido cancelada, fomos capazes de vencer todas as equipas da nossa divisão e alcançar a subida à principal categoria do BCR espanhol. Pessoalmente, gostava de ter deixado uma marca mais impactante, mas isso não põe em causa um ano de enorme aprendizagem e que guardarei com carinho.
Que aprendizagens técnicas reténs?
O principal choque de realidade aconteceu ao sentir a diferença na intensidade, fosse em treino ou em jogo. O BCR espanhol é mais aguerrido e com mais contacto, mais duro e sem pausas, o que me alertou para a necessidade de dominar a cadeira e a forma como a uso. Aliado a isso, tive a oportunidade de absorver conselhos e métodos de treino de colegas com outra experiência e qualidade, fosse ao analisar a sua técnica de lançamento ou a forma como se posicionam nos vários momentos do jogo. Posso certamente dizer que trago alguns “truques” comigo!
O que te motivou a regressar?
Durante a temporada, finalizei a minha tese de Mestrado em Física Médica e recebi pouco depois uma proposta profissional na mesma área. É o início de uma aventura que quero explorar e, tendo a sorte da mesma se vir a concretizar no norte do país, só fazia sentido voltar a Braga.
Voltas a Braga, à tua casa. Coletivamente, a APD Braga propõe-se a ganhar tudo. Individualmente, o que traças como metas?
Trago comigo uma vontade enorme de voltar a erguer todos os títulos nacionais com a APD Braga, assim como de representar novamente a Seleção Nacional em Campeonatos da Europa. Com isso em mente, quero melhorar em vários aspetos, especialmente na capacidade de controlar os ritmos de jogo e deixar a minha marca nos dois lados do campo, o que a meu ver vai exigir muito trabalho nos “fundamentals” do BCR e na confiança de assumir a responsabilidade. Geralmente, sou tido como um jogador cerebral, mas tímido, pelo que preciso de desenvolver atributos físicos, psicológicos e técnicos que ainda não possuo, de modo a atingir o patamar que pretendo.
Quais os teus objetivos no BCR a médio/longo prazo?
São os mesmos de qualquer atleta, o de competir e vencer o máximo possível juntos dos meus, assim como o de representar de forma regular a Seleção Nacional, ajudando-a no que puder para superar os objetivos. Onde posso ser diferente, é no sonho confesso de me tornar uma referência da nossa modalidade.

“Não pares em casa”

Bruno Silva, adjunto da Seleção Nacional de BCR e do Basket Clube de Gaia, dedica o treino desta semana à aceleração e mudança de direção, com um pequeno bloco de potência aeróbia no final.
Segue-se o vídeo, sendo que em anexo podem ler todas as indicações.


Jogadores marcantes #6: Filipe Carneiro

Internacional português de basquetebol em cadeira de rodas (BCR), com três participações em Campeonatos da Europa, Filipe Carneiro conta com uma experiência na conceituada Liga Espanhola, ao serviço de AMFIV Vigo, e já ganhou tudo pelas cores da APD Braga, emblema que representa e onde se iniciou em 2008.

É o atleta mais veloz do campeonato, o que lhe granjeou a alcunha de “Rocket” entre os colegas na APD Braga, mas nunca viveu na sombra dessa caraterística. Refinou o seu jogo para se transformar num defensor lúcido e, da rapidez com que galga o campo, retirou a apetência pelo contra-ataque, a que soma a capacidade de finalizar como poucos sob pressão. A evolução contínua não surpreende dada a vivência da modalidade em todos os momentos, que lhe permitem listar vários exemplos internacionais. “As minhas referências são jogadores que considero os próximos níveis, a nível de técnica de cadeira, puxada e lançamento. Jason Nelms, em tempos, e mais atualmente, Alberto Esteche e Harry Brown”, discorre o famalicense, que faz uma menção especial a João Correia, nome de proa do atletismo em cadeira de rodas nacional, ex-atleta e dirigente da APD Braga. “Ensina constantemente aquilo que um atleta no estado puro deve ser”, explicita.
As primeiras braçadas, pujantes, a deixar vislumbrar o que aí vinha, remontam à época 2008/09, após ser interpelado pelo futuro colega Eduardo Gomes, que o encorajou a experimentar. “Estava com a minha família, numa praia fluvial, em Braga, quando o Dado me viu ao longe e chamou por mim. Disse que fazia parte da equipa e fiquei logo entusiasmado com a ideia, até porque nem sabia da existência deste desporto no nosso país”.
Nas fileiras do clube minhoto, levantou todos os troféus, e repetiu. Pelo meio, teve uma passagem pelo AMFIV Vigo, no máximo escalão espanhol, da qual guarda na memória a prestação honrosa na estreia, que culminou na derrota por 11 pontos frente a uma das melhores equipas, Amiab Albacete. No pódio dos jogos inesquecíveis, constam a estreia pela Seleção Nacional frente à Bósnia-Herzegovina, em 2015, e a primeira final do Campeonato Nacional pela turma minhota, em 2013. Há espaço ainda para a final do campeonato da época 2017-2018. “Teve um sabor especial. O Sporting CP-APD Sintra inscreveu três jogadores estrangeiros só para jogar o playoff e, no final, ganhámos por boa margem”, revive orgulhosamente.
Sem poder dar o seu contributo à Seleção por lesão, no Europeu C de 2019, Filipe partilha o desejo de “jogar os próximos”, enquanto ao nível de clubes confessa duas metas ousadas para cumprir com a camisola da APD Braga, “disputar uma competição europeia” e “chegar aos 10 títulos de campeão nacional”.
José Miguel Gonçalves, internacional português, atleta do Basketmi Ferrol e ex-APD Braga
“Iniciar um jogo com o Filipe do nosso lado é o mesmo que começar já com vantagem no marcador. O “Rocket”, alcunha que conquistou por ser o jogador mais rápido do país, é temido pelos seus contra-ataques e pela facilidade que tem em deixar adversários para trás, tendo provado em diversos palcos que consegue ser preponderante com e sem bola. No entanto, quem o conhece sabe que já passou por muito para poder competir em momentos cruciais e ajudar a equipa, por isso reitero que a sua melhor qualidade é o espírito de sacrifício, seja com “man outs” e bloqueios eficazes, ou a anular por completo as principais armas ofensivas da outra equipa. Quando diz que “fica” com um adversário, respiramos de alívio e temos pena de quem vai ter de sofrer com ele.
Sem medos, seja de cair ou de assumir o tiro exterior, de lutar por ressaltos no meio dos “grandes” ou de ir ao choque, o Filipe é uma referência do nosso BCR. Por tudo o que fez, faz e certamente fará, quase nos esquecemos que é um classe 2.0, por isso desfrutem, jogadores como ele não aparecem todos os dias”.

Entre as épocas 1999/00 e 2002/03, só deu APD Lisboa

No quarto “Momento Histórico” que recuperamos, falamos do tetracampeonato nacional de basquetebol em cadeira de rodas (BCR) da APD Lisboa, conquistado entre 1999 e 2003.
O ciclo laureado da APD Lisboa, histórica formação do BCR nacional, não se fez só de títulos. Graças a uma frequência de treino inaudita na modalidade, à época, a APD Lisboa ombreou com equipas estrangeiras em torneios internacionais e alcançou mesmo uma vitória num encontro de pré-época frente ao CP Mideba, episódio que não se apaga da memória de Jorge Almeida e Luís Oliveira, então treinador-jogador e jogador, respetivamente.
Aos tetracampeonatos de GDD Alcoitão e APD Sintra, a APD Lisboa respondeu imitando a façanha, com contornos que escaparam aos eternos rivais, pois à vitrine do conjunto da capital foram parar todos os troféus em disputa nessas quatro épocas. Na origem de tamanha hegemonia, Jorge Almeida, o treinador-jogador, indica uma mudança brusca na mentalidade dos atletas. Movido por “uma grande ambição de chegar ao título”, o grupo constatou que dois treinos de hora e meia por semana ficavam curtos para as metas definidas. “Aumentámos para três treinos semanais de duas horas e, na época seguinte, para quatro treinos de duas horas cada um. Os resultados apareceram. Este número de treinos e jogadores com uma qualidade extraordinária foram a base dos títulos que viríamos a alcançar”, assevera.
A convicção do quão determinante se revelou a intensidade de trabalho é partilhada por Luís Oliveira, que acrescenta um outro fator decisivo. “A equipa era equilibrada e competia, mas com a chegada do Hugo Lourenço, a partir daí, começámos a ganhar. Ele fazia a diferença”. De tal forma que, mais tarde, após um triunfo da APD Lisboa sobre o CP Mideba, que causou perplexidade em vencedores e vencidos, a formação de Badajoz não perdeu de vista o talento do futuro campeão da Europa C, contratado e convertido num dos pilares do clube durante uma década.
As prestações internacionais sonantes não se extinguiram neste encontro de pré-época frente ao adversário fronteiriço. “Nunca ganhámos nenhum dos torneios, mas em Israel tivemos uma boa participação. Salvo erro, conseguimos o terceiro lugar”, recorda o temível atirador, cuja corpulência e altura faziam adivinhar um poste. Do périplo europeu, Jorge Almeida salienta “a chegada às meias-finais numa competição em Chipre”, na qual os lisboetas saíram derrotados por dois pontos pela equipa que se sagraria vencedora. No balneário, os marcadores apertados trouxeram a assimilação plena de que, na verdade, o trabalho era a única via para diminuir distâncias face à elite. “Acreditávamos que podíamos jogar de igual para igual com qualquer equipa e, continuando a trabalhar arduamente, com a participação em mais torneios internacionais, contribuir para um maior reconhecimento do BCR nacional, juntamente com a APD Sintra”, afirma o estratega, no banco e no campo, pois desempenhava as funções de base.
Na ótica de Luís Oliveira, a saída de Hugo Lourenço determinaria o fim precoce do domínio da APD Lisboa. “Ainda conseguimos manter o equilíbrio, mas já não ganhámos títulos”. Em sintonia com o antigo pupilo, Jorge Almeida alude a nomes desta e outras eras do emblema lisboeta, transferidos para outras paragens, além do mencionado Hugo Lourenço, casos de Marco Gonçalves e Renato Pereira, ou que terminaram a carreira, referindo o abandono prematuro, por doença, de Paulo Matos. “A história dos títulos em Portugal teria sido muito diferente”, atesta. Do plantel brilhante que tudo conquistou, o técnico menciona ainda o impacto de Manuel Borges, António Vilarinho, Jacques Almeida, José Lima e também de Luís Oliveira, agora dirigente, que se mostra esperançoso num novo capítulo de êxito. “Estamos numa fase favorável, de renovação. Quem sabe se daqui a quatro anos não voltamos a vencer”.

“Em Linha” com Jorge Almeida

Ano de Inscrição – 1993
Clubes/Seleções orientados – APD Lisboa, Seleção Nacional, Sporting CP-APD Sintra (atual)
Palmarés: APD Lisboa – 4 Campeonatos Nacionais; 4 Taças de Portugal; 3 Supertaças. Total de 11 títulos. Seleção A BCR – 2.º Lugar Europeu C 2015 e consequente promoção à Divisão B
Jogos da minha vida: O jogo de consagração de campeão nacional pela primeira vez, porque era um título muito desejado por toda a equipa e porque senti que o trabalho projetado e desenvolvido tinha tido o desfecho desejado. Outro jogo bastante importante foi a vitória da APD Lisboa contra o CP Mideba, de Badajoz, em Espanha, pela projeção que deu ao BCR nacional. Mostrou que com condições de trabalho éramos iguais a todos os outros. Por último, a vitória num torneio em Santander, com uma seleção formada apenas com jogadores das várias equipas da APD (Associação Portuguesa de Deficientes).
Resumo do percurso no desporto: Comecei a jogar em 1977, na APD Lisboa, tendo feito um interregno de cinco anos para jogar no GDR “A Joanita”. Regressei em 1982 para Lisboa, onde permaneci até 2015 como treinador/jogador desde 1993. Fiz ainda atletismo, natação e ténis. (Jorge Almeida representou ainda a Seleção Nacional em 5 Campeonatos da Europa – inclusive no memorável Europeu C de 2007, conquistado por Portugal – e, sob a designação “Team Lisboa”, em 3 Taças Andre Vergauwen, prova continental de clubes).
Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
Que esta vertente do basquetebol é tão ou mais espetacular que o basquetebol em pé e que facilmente se tornaria fã da mesma.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê?
A nível nacional, a Professora Regina e Pedro Antunes, pelos conhecimentos que me transmitiram e por me ajudarem a criar o “bichinho” técnico dentro de mim. A nível internacional, Malik Abes, pois considero um grande comunicador e visionário do BCR.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR. 
Não consigo recordar exatamente onde foi. Mas uma vez fomos fazer uma demonstração e, quando entrámos no campo, um senhor olhou para nós e foi rapidamente buscar as tabelas de minibasquete.
Quais as competências que consideras essenciais para ser um treinador de sucesso? 
O sucesso é muito relativo, mas, se formos humildes, ambiciosos, privilegiarmos a comunicação e estivermos sempre disponíveis para aprender com os jogadores e outros treinadores (formação constante), podemos ter alguns momentos de sucesso.
Em linha, a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar? 
A defesa ideal seria aquela que conseguisse evitar a progressão da equipa contrária a 100%, mas, como todos sabemos, não existe, pelo que penso que a mais próxima será a defesa em banana (em linha). Se forem seguidos os fundamentos da mesma e a trabalharmos em todos os treinos, podemos conseguir retardar o ataque contrário por mais uns segundos preciosos. Quanto mais mecanizada, mais à frente pode/deve ser colocada.
A defesa em linha é a mais cobiçada pelos treinadores de BCR. Consiste em dispor os atletas ao longo da linha dos três pontos, limitando o raio de ação e tempo de ataque da equipa adversária.

“Não pares em casa”

Bruno Silva, adjunto da Seleção Nacional de BCR e do Basket Clube de Gaia, volta a dar um treino, agora com maior enfoque no trabalho de cadeira de rodas.
Seguem-se o vídeo e todas as indicações.

Bloco de Aquecimento com Técnica

Realizar os seguintes exercícios em séries individuais

Trata-se de um bloco de aquecimento focado na técnica de execução e por esse motivo os exercícios não devem ser realizados em velocidade máxima.
O repouso entre séries será sempre de 20s.
Exercicios
4 x 45s Bounce spin
4 x 6 rep One Push
4 x 6 rep Movimento em V
4 x 6 rep U-Turn
Bloco de Aceleração + Mudança de direção
O principal objetivo deste bloco será o trabalho de aceleração e mudança de direção
É esperado que se consiga fazer a transição do trabalho técnico do bloco anterior para este. No entanto, todos os movimentos devem ser realizados com intensidade MÁXIMA.
O repouso entre séries será sempre de 15s.
Exercícios
2 x 1 rep Movimento em 8 (ambos os lados)
4 x 20s Trevo
4 x 1 rep Rotação+Sprint 5m
Bloco de Força
Termina-se a sessão com algum trabalho de bases de força e controlo de tronco.
O trabalho deve ser feito na zona da hipertrofia mas não deve ser levado à falha.
É esperado que o atleta termine cada série sempre com 2 repetições de reserva.
O repouso entre séries será sempre de 45s a 1min.
Exercicios
2 x 5 rep Retoma da posição de jogo
3 x 12 rep DB Row
3 x 12 rep Tricep kickback
2 x 10 Bolas medicinais
Med Ball Circular Chop
Med Ball Lift
Med Ball Rotation

Team Lisboa, o embrião da segunda vida da Seleção Nacional de BCR

Aalsmeer, Holanda, é a terceira paragem obrigatória na resenha histórica do basquetebol em cadeira de rodas (BCR) português. 

Em 1994, sob a designação Team Lisboa, Portugal retomava os contactos internacionais, depois de uma interrupção de 21 anos, e participava na Taça Andre Vergauwen, a segunda prova europeia mais importante de clubes. Victor Sousa, dirigente do Sporting CP-APD Sintra, então a cargo da área motora na FPDD (Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência), chefe de missão da delegação lusa, e Jorge Almeida, atual técnico dos sintrenses, um dos jogadores dessa Seleção, relembram o impacto da competição.

A disputa dos Jogos de Stoke Mandeville, em 1973, marcara a derradeira aparição da Seleção portuguesa, antes de um longo interregno, traduzido num fosso galopante face aos restantes países europeus, nomeadamente à vizinha Espanha, que nunca cessou a entrada em certames internacionais desde 1969. Por isso, vislumbrada a oportunidade, Portugal não podia esperar mais. “Iniciados o 1.º Campeonato (1991), a 1.ª Taça e a 1.ª Supertaça, as primeiras ações de formação de árbitros e classificadores, tendo sido realizada anteriormente a primeira ação de formação para treinadores, seria lógico avançar para a constituição de uma Seleção Nacional”, comenta Victor Sousa, impulsionador das ações elencadas, na qualidade de vice-presidente para a área motora da FPDD.
Um hiato tão prolongado não se prestava a qualquer incúria ou excesso em termos organizativos, nem se apresentava como solução lógica a integração imediata em provas de seleções, pelo que, consultada a IWBF Europa, surgiu a sugestão do organismo de jogar uma competição de clubes com o nome “Team Lisboa”. Para Jorge Almeida, um dos atletas selecionados, o traquejo proporcionado trouxe dividendos à modalidade em Portugal. “Foi uma experiência deslumbrante, descobrimos um mundo de BCR  mais evoluído, que nos permitiu aprender imenso”, apesar do agora treinador do Sporting CP-APD Sintra creditar ao 1.º Europeu da Seleção, na Eslovénia, em 1996 – dois anos depois -, um potencial mobilizador mais significativo para a evolução lusa.
Victor Sousa reputa Aalsmeer como “fonte de aprendizagem” de um prisma organizativo, mas releva sobretudo o aprofundamento da  “certeza de que se tornava fundamental realizar ações de formação técnica massiva”, algo que viria a acontecer em 1994 e 1995, numa parceria FPDD/ IWBF-Europa. Outra das determinações que emanaram da estadia na cidade holandesa foi acelerar a redução da pontuação por equipa em campo, que se cifrava nos 18 pontos à escala nacional, quando as leis do jogo ditavam 14,5. “A conjugação dos dois aspetos alterou mentalidades, na medida em que criou oportunidades para os jogadores das classes baixas e passou a ser importante que os praticantes tivessem como objetivo chegar à seleção”, frisa o dirigente e ex-jogador da APD Sintra.
Encabeçava o corpo técnico Rui Calrão, treinador do GDD Alcoitão, “com quem se trabalhou muito bem para a altura”, enaltece Jorge Almeida, que constata um certo grau de ingenuidade das aspirações portuguesas prévias à partida. “Fomos bastante confiantes para a Holanda, desconhecendo o que nos esperava”. Na ótica do atleta, o antigo base da APD Lisboa salienta a familiarização com “novas técnicas e movimento de cadeira”, ganhos no “passe, visao periférica e aperfeiçoamento do lançamento”, mas acima de tudo, a consciência coletiva do jogo. A partir daí, Portugal entraria na dinâmica europeia e acumularia mais duas experiências na Taça Andre Vergauwen, em 1995 e 1996, para se estrear neste último ano, conforme mencionado acima, no Europeu B, em Liubliana, Eslovénia.

“Não pares em casa”

Bruno Silva, treinador-adjunto da Seleção Nacional de basquetebol em cadeira de rodas (BCR) e do Basket Clube de Gaia, e licenciado em Educação Física, preparou um treino de resistência muscular local dirigido a atletas de BCR.
Para ver aqui o vídeo com todas as indicações. Em anexo está o documento escrito com os vários pontos do treino.


“Em Linha” com Marco Galego

Treinador desde 1996, abraçou a vertente sobre rodas da modalidade em 2014, para orientar o colosso espanhol, Mideba Extremadura. Chegou ao cargo de selecionador nacional de BCR na época 2016-17, função que acumula com a de treinador na formação da ABA – Associação Basquetebol Albicastrense. O técnico elvense Marco Galego é o protagonista da segunda edição do “Em Linha”. 

Ano de iniciação como treinador (Basquetebol a pé e/ou BCR): Basquetebol a pé – 1996; BCR – 2014
Clubes/seleções orientados: Portugal – Clube Elvense de Natação, O Elvas CAD, Eléctrico Futebol Clube (na Liga Placard), Associação de Basquetebol Albicastrense, Seleções Regionais do Alentejo, Seleção Nacional de BCR; Espanha – Baloncesto Femenino Badajoz, Asociación Baloncesto Pacense, Guadalupe Baloncesto Pacense, Mideba Extremadura (BCR), Baloncesto Badajoz, Seleção Zonal da Extremadura
Palmarés: Campeão do Alentejo de juniores femininos; Campeão da Extremadura de juniores femininos; Subida à Liga feminina (Espanha); Subida à Liga feminina 2 (Espanha); Campeão da 1.ª Divisão feminina (Espanha).
Jogo(s) da tua vida (e porquê): o jogo de subida à Liga Feminina, em que levámos toda a noite a prepará-lo. De todos os rivais que havia, era o que tínhamos menos conhecimento; começa o jogo e aos 4 minutos estamos a perder 24-2. Sem descontos de tempo já, até ao fim foi um “step by step” até à vitória. O jogo da  Final Four da Taça do Rei em BCR, que começou com uma dura homenagem ao nosso falecido atleta, Luis Blancas. Claramente o jogo mais duro da minha vida.
Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
É a experiencia mais incrível que alguma vez vais poder experimentar, com atletas simplesmente incríveis e sem limites. Se no basquetebol a pé houvesse 20% do espírito de superação do BCR, teríamos atletas nas melhores ligas da europa.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê? 
José Pedrosa, pessoa com quem aprendi o bê-a-bá do basquetebol; Fernando Mendez, com ele aprendi a ser treinador; Norberto Alves, a minha referência em Portugal, desde que foi meu preletor do curso de grau 2; Jota Cuspinera, pela sua forma simples e direta na comunicação; Ricardo Vieira, pela pessoa que é e pelo muito, mas mesmo muito, que sabe de BCR.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR. 
Esse momento era com o jogador Paco, do Mideba, já que nunca jogava com cintos, logo, cada vez que havia um choque, lá ia ele voar.
Quais as competências que consideras essenciais para ser um treinador de sucesso?
Seguir sempre os nossos princípios, não treinar, não colocar a jogar um atleta só para agradar alguém. Ter sempre na mente que o mais importante é a equipa.
Em linha, a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar? 
Muita comunicação entre os atletas, forte domínio da cadeira e, obviamente, uma boa capacidade física.
Nota: A defesa em linha é a mais cobiçada pelos treinadores de BCR. Consiste em dispor os atletas ao longo da linha dos três pontos, limitando o raio de ação e tempo de ataque da equipa adversária.

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“Foi um jogo muito competitivo e o benfica levou a melhor”

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Miguel Maria

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