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“Man Out” a Manuel Sousa

Carismático, cortês e um exemplo que atravessa gerações. A caminho dos 67 anos, Manuel Sousa ainda não perdeu o fulgor competitivo e continua a somar minutos na APD Leiria, “casa” a que se dedica incessantemente, dentro e fora do campo. No emblema do centro do país venceu três Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. Representou a Seleção Nacional no Campeonato da Europa C, em 2005, realizado em Lisboa. 

Data de nascimento: 17/11/1953
Ano de iniciação: 1980, na equipa de Alcoitão
Posição: Extremo
Clube: APD Leiria
Palmarés: 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 1 Supertaça
O jogo da tua vida: Sem dúvida nenhuma, quando ganhámos pela primeira vez o Campeonato Nacional (2008-2009)
Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas?
Em qualquer desporto, tens que gostar do que fazes. Diria que o BCR é um jogo colectivo e em que jogador e cadeira de rodas passam a ser um único elemento. Todos são de igual valor dentro da equipa. Requer muita preparação física, sacrifício, entrega e atitude. Uma equipa é uma família que deve compartilhar as suas preocupações e dificuldades, tal como respeitar todos os elementos envolventes.
Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?
O jogador que tenho como referência é um elemento da minha equipa. Chegou, quase não falava. Esteve muito tempo no banco sem contestação. Mais tarde, veio a revelar-se um jogador exemplar. Respeitador, humilde e educado. Tem um enorme potencial físico e visão de jogo. É o nosso Iderlindo, “Éder”.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR.
Tive alguns e assisti a outros. Depois de terminar a Meia-Maratona de Lisboa, fui trocar de cadeira de rodas e jogar BCR em Alcântara, no pavilhão da Academia de Polícia. Noutra situação, o árbitro parou o jogo, dirigiu-se a um jogador e mandou-o colocar uma maçã no caixote do lixo, que andava a comer durante o jogo.
Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito?
O movimento que mais me caracteriza: tentar bloquear o adversário e desbloquear os colegas de equipa.
Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”?
Gostaria de fazer “Man Out” a um jogador que gosto particularmente. Fomos colegas de seleção há alguns anos. Se conseguisse fazer isso, era sinal de que estaria muito bem fisicamente. O meu  amigo Hugo Lourenço.
O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

Jogadores marcantes #4: Henrique Sousa

Redefiniu o papel do jogador de pontuação baixa, ganhou todos os troféus nacionais e revelou-se imprescindível na conquista do Europeu C, em 2007. Da prática de motocross, Henrique Sousa trouxe a mentalidade competitiva insaciável que, aos 37 anos, o faz continuar a ambicionar novos títulos na APD Braga e um eventual regresso à seleção.

Há um antes e um depois de Henrique Sousa, na forma de encarar o atleta de pontuação 1.0 em Portugal. Se no BCR moderno a tendência caminha para um envolvimento de todos com a bola, independentemente da sua classe de pontuação, no início de século, a prerrogativa restringia-se em larga escala aos chamados “grandes”, designação que mescla a alusão à altura e maior funcionalidade. Logo após o batismo no BCR, a meta afigurava-se clara. “O meu objectivo foi sempre ser melhor do que todos os atletas da minha pontuação, então treinava como se de um jogo se tratasse, empenhando-me o máximo que conseguia”, afirma sem rodeios o atleta de Gondomar, “sem referências”, pois tem como tónico para a sua evolução tentar “ser igual ou melhor” do que os jogadores acima da sua pontuação, em particular 2.0 e 2.5.
Embora sem um compromisso imediato com a modalidade, o primeiro contacto durante a reabilitação no Instituto Guttmann, em Barcelona, permitiu-lhe recuperar “a parte da competição, algo perdido recentemente” e fazer amizade com Agustín, atleta de BCR que, de viagem ao Porto para participar num torneio internacional, persuadiu Henrique a assistir. A partir daí, começaria a treinar com a APD Porto.
Para trás ficava uma carreira auspiciosa no motocross, mas a herança do passado desportivo longe de se tornar estéril. “Costumo dizer aos meus alunos da 71 MX School que um bom piloto no motocross pode ser bom atleta em qualquer outra modalidade, porque somos habituados a treinar no limite; treinamos atletismo, natação, ciclismo, etc”, explica. Desavindo com as motas numa fase inicial após o acidente, retomou a paixão graças a um incentivo familiar. “Os meus pais decidiram comprar-me uma Moto4 e tudo começou novamente, o vício, a adrenalina dos motores, o barulho, e claro, a liberdade que me trouxe”, conta Henrique, cuja participação no Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno de 2006 só não ocorreu devido ao “travão” da Federação. “Ligaram-me a dizer que não me deixavam participar, porque tinha uma estrutura metálica na coluna e o médico não autorizava”. Com os irmãos, fundou uma equipa em 2009 e recentemente a 71 MX School, na qual ensina jovens pilotos, ocupações que conjuga com o trabalho e o basquetebol, ciclo ainda por terminar.
Na APD Braga venceu 5 Campeonatos Nacionais, 6 Taças de Portugal e 6 Supertaças, pela seleção disputou 6 campeonatos da Europa, com ênfase óbvio para a conquista da Divisão C em 2007, mas não tenciona ficar por aqui. “Quero ajudar a minha equipa ao máximo, gostava ainda de jogar fora de Portugal, dedicar-me a 100%, para perceber até onde chegariam as minhas capacidades, e poderei dar o meu contributo à seleção se o entenderem”. Assim fala um competidor nato.
Ricardo Vieira, técnico da APD Braga e Selecionador Nacional Sub22
“O Henrique é sinónimo de compromisso. Sendo de outro distrito e trabalhando todos os dias, não faltar um treino, mesmo com problemas de saúde, é algo realmente louvável. Personalidade introvertida, de poucas palavras, mas um verdadeiro atleta no sentido total da palavra. Basta confessar que fez praticamente toda a época passada com problemas de saúde e recordo-me do que disse nos jogos da final: ” Quero lá saber como vou ficar depois dos jogos, quero ajudar a equipa e ser campeão!” Isto depois de conversar com ele sobre não ir aos jogos. É para mim o melhor 1.0p com quem já convivi e treinei, e felizmente treino. Muito contente por estar em Braga.”

Descobrir o BCR nas redes

Ainda uma realidade minoritária, conhecer ou aprofundar o que sabemos sobre basquetebol em cadeira de rodas pode ser uma tarefa acrescida de dificuldade extra. Com isso em mente, elencamos em seguida uma lista de páginas nas redes sociais que vale a pena acompanhar, no papel de espectador curioso ou com o intuito de encontrar novos instrumentos de trabalho.

 

Em anexo podem consultar toda a lista de contactos.


GDD Alcoitão, o primeiro campeão nacional de BCR

Sob a égide da FPDD – Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência -, o primeiro Campeonato Nacional de BCR ocorreu na época 1991-92. Carlos Oliveira, Fernando Silva e Carlos Arrais militavam nos cascalenses do GDD Alcoitão, um tetracampeão em gestação.

Na atmosfera do pós-25 de abril, a instabilidade política e social gerada obrigou a uma estrita definição de prioridades, lote onde a promoção do desporto adaptado estava longe de encabeçar a lista.
Por esta razão, conforme relatado no momento histórico #1, cessaram as participações internacionais da seleção portuguesa a partir de 1973, num hiato que se prolongaria até 1994. Na competição interna, a toada registada foi a mesma, apesar de esta se ter tornado regular na década de 80. Com a criação da FPDD, em 1988, pressagiou-se a mudança, concretizada na dinamização do primeiro Campeonato Nacional de BCR, na época 1991-92, com a coordenação da vice-presidência da área motora, a cargo de Victor Sousa, “um grande impulsionador do basquetebol em Portugal”, palavras de Fernando Silva.
O GDD Alcoitão, berço do BCR português, demonstrou a sua categoria na edição inaugural, mas não só. Na verdade, a formação cascalense abria um ciclo de quatro títulos nacionais consecutivos, marca que só seria ultrapassada pela rival APD Sintra, na época 2007-08. Na origem do sucesso, Carlos Oliveira, Fernando Silva e Carlos Arrais convergem na importância do líder, o treinador Rui Calrão, futuro selecionador nacional em três Taças Andre Vergauwen e dois Campeonatos da Europa. “O segredo esteve, em primeiro lugar, no extraordinário treinador que tínhamos, o Professor Rui Calrão”, revela Carlos Oliveira, antes de salientar a “coesão e camaradagem entre os atletas”.
O espírito de entreajuda sentido é secundado por Carlos Arrais. “A nossa equipa  era como uma família, muito unidos e com um treinador excecional. A força advinha da boa convivência entre todos os jogadores e equipa técnica”, enfatiza o virtuoso poste.
Com uma bagagem de 25 anos de clube, enquanto jogador, quando convidado a revisitar o tetracampeonato, Carlos Oliveira não se detém numa memória específica e frisa, novamente, a mentalidade do grupo. “A nossa vontade era de sermos sempre a melhor equipa. Cada adversário era um obstáculo a ultrapassar, independentemente do seu valor”. À data, o jogo revestia-se de características peculiares, como a ausência de limite de pontuação, nuance que mudou rapidamente, sem que tal se refletisse na apetência ganhadora do GDD Alcoitão, dada a profundidade do plantel, que aos quatro campeonatos juntou três Taças de Portugal e duas Supertaças.
A evolução de outras equipas, que “começaram a ter mais jogadores e melhores metodologias de treino”, destronou o GDD Alcoitão, ferido também pelo falecimento prematuro do seu treinador. Contudo, o fim da hegemonia cascalense não belisca o orgulho de Carlos Oliveira, que se despede com uma mensagem de desportivismo. “Reinámos e depois fomos depostos por uma nova lufada de ar fresco que as outras equipas tiveram. Os meus parabéns a eles”.

Jogadores marcantes #3: Cláudio Batista

Um dos notáveis da conquista do Europeu C, em 2007, Cláudio Batista destacou-se ao serviço da APD Leiria, mas também além-fronteiras, no CP Mideba e no Amivel de Vélez-Málaga, emblema no qual exerce agora as funções de treinador-adjunto e treinador da “escola”.

Em sentido oposto à norma indesejada, justificada pela falta de informação ou receio, Cláudio Batista (4.5) iniciou-se no BCR com apenas 10 anos, incentivado pelo pai. “Ele não gostava muito de desporto, mas influenciou-me muito para praticar a modalidade. Comecei a treinar em 1988 e fiz a minha primeira época como jogador em 1992”, conta o ex-APD Leiria, a única formação que representou em Portugal.
A técnica ofensiva requintada transformou-o rapidamente na ameaça principal para as equipas adversárias no campeonato, apesar de ainda muito jovem, conforme atesta o ex-companheiro de equipa e de seleção, igualmente retirado, Valter Mendes. “Todo o jogo da equipa lhe passava pelas mãos devido à sua qualidade, muito acima da média e pela forma como entendia o jogo”, relata o antigo jogador da APD Leiria e do Lyon Basket (França), que estende o louvor ao nível de compromisso do colega. “O Basquetebol estava presente na sua vida quotidiana, treinando sozinho, sempre que podia, para melhor a sua performance, e procurando mais informação sobre a modalidade”, entrega que lhe iria render a chegada à seleção e um papel preponderante no auge internacional do BCR nacional.
Nesse ano, 2007, Cláudio perfilou-se como um dos jogadores centrais do primeiro (e único, se nos cingirmos aos troféus) grande êxito do país, vitorioso em Dublin, Irlanda, no Campeonato da Europa C, “um momento inesquecível, o melhor sem nenhuma comparação”, sublinha.
Com o selecionador José Maria Cristo, um dos que menciona em particular no rol de referências como treinador, a par de Paco Aguilar (Amivel – Málaga), voltaria a cruzar-se, no CP Mideba (Badajoz), na época 2008-2009. Por lá, coincidiu com outros dois dos pilares do feito acima narrado, Pedro Gonçalves (3.5) e Hugo Lourenço (4.0), que define “como uma das melhores pessoas e jogadores” que conheceu.
No entanto, na época 2007-2008, curiosamente a do primeiro título leiriense, arrancava a aventura na División de Honor, uma das ligas europeias de proa, no já mencionado Amivel, de Málaga, “casa” à qual regressa após a experiência em Badajoz e onde se radicaria até hoje. No conjunto do sul de Espanha, desempenha os cargos de treinador adjunto da equipa sénior e treinador principal da formação.
Valter Mendes, antigo internacional português, ex-APD Leiria e Lyon Basket
“Um grande companheiro de equipa, que partilhava todo o conhecimento com os colegas para que pudessem evoluir. É neste aspeto que aproveito para lhe agradecer todo o apoio e ensinamentos que serviram de base para o meu percurso. Agradeço eu, e certamente o BCR, em Portugal. Obrigado, Cláudio!”

FPB e CNBCR reuniram esta quarta-feira

Realizou-se esta quarta-feira, 15 de abril, uma reunião entre o Presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) e o seu Comité Nacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas – CNBCR.

Na abertura da reunião, reconheceu-se o facto dos jogadores de BCR ficarem ainda mais condicionados com a atual situação pandémica, e que por isso não há que apressar o regresso das competições, porque a saúde e a segurança de todos os intervenientes está em primeiro lugar.
Quanto ao Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de BCR, apesar de quase tudo apontar para a impossibilidade de haver mais jogos, deixou-se em aberto a hipótese de se regressar à competição caso os treinos voltem até final de maio. Se isso não suceder, torna-se inapropriado a mesma ser retomada. Foram lançadas propostas para que as jornadas que faltam, a ser disputadas, se realizem até durante os dias de semana, para depois decorrer uma eventual fase final concentrada.
Aliás, quanto à próxima época, Augusto Pinto, Presidente do CNBCR, destacou que irá propor ao clubes que a 1.ª Divisão deverá manter o habitual formato a duas voltas. mas terminar com uma fase final concentrada
Setembro é o mês-limite para chegar ao término da competição, até porque em 2021 haverá Europeu, e por isso é ideia do CNBCR abrir a próxima temporada em outubro. Ainda neste âmbito, foi abordada a possibilidade de, após este surto epidémico, se celebrar o dia do regresso aos jogos com a organização de um evento mobilizador que contasse com a participação e o envolvimento de todos os agentes do BCR, centrado num complexo desportivo ou repartido por dois locais.
Relativamente à 2.ª Divisão, concluiu-se que será praticamente impossível o seu término perante as dificuldades logísticas nas deslocações, particularmente com a Região Autónoma da Madeira
Augusto Pinto salientou que os clubes estão muito dependentes do apoio das Câmaras Municipais, deu ainda nota da dependência dos clubes face à abertura dos pavilhões e lembrou que fez um inquérito aos 12 clubes nacionais, tendo obtido a resposta de 10.
No domínio da atividade internacional, está planeado a realização de um estágio para as seleções até final da presente época. Se não existirem condições para a sua realização nesse período, será remarcado este estágio em data a definir, mas sempre antes do final do ano.
Augusto Pinto voltará a fazer um ponto de situação junto dos agentes da modalidade  até finais de abril, de modo a incluir as decisões relativas ao BCR no documento global a ser apresentado pela FPB.

“Para o bichinho do BCR morder, basta um jogo”

Gustavo Costa, árbitro internacional de BCR, abordou as especificidades da modalidade e o seu percurso de 20 anos, que contempla duas finais europeias de clubes e uma de seleções.

Como chegaste à arbitragem no BCR? 
Por mero acaso. Ligaram-me do CAD de Lisboa a dizer que precisavam de dois árbitros para fazer um jogo de BCR e respondi que conhecia muito pouco das regras específicas, mas o CAD referiu que não sabia menos do que qualquer um dos outros disponíveis. Estudei as regras e fui de boleia com os saudosos Carlos Cardoso e Ramos Marques, que iam ser os oficiais de mesa. Na viagem entre Campo de Ourique e Cascais, recebi um curso intensivo de BCR. Recordo-me que o meu colega foi o Rui Ribeiro, atual árbitro da LPB, também a fazer o seu primeiro jogo de BCR. Naquele dia, um “bichinho” mordeu-me e fiquei um absoluto fã.
Quais as diferenças fundamentais entre apitar basquetebol “a pé” e BCR?
Existem muitas, em especial na técnica de arbitragem (a procura do espaços entre os jogadores é totalmente diferente), nos ângulos de visão (em vez de olhar na horizontal e para cima, olhamos na horizontal e para baixo), na cobertura, porque o jogo é, em regra, muito mais espalhado, cada jogador ocupa muito mais espaço no solo, e não temos visão raio-x para ver através das cadeiras.
Foste, certamente, vítima de muitos “atropelamentos”. Algum particularmente aparatoso? 
Felizmente, não tive muitos, até porque são particularmente dolorosos. Mas recordo-me de um episódio giro num jogo internacional. Estava na linha de fundo, dois jogadores paralelos e a alta velocidade em direção a mim; eu estava onde devia, ou seja, a ver o pouco espaço que existia entre eles, e lembro-me de pensar “para onde vão virar quando chegarem à linha final?”. Decidi arriscar e ficar no mesmo sítio, com esperança de que ambos mudassem de trajetória. O que estava por fora mudou, mas o de dentro não. Saltei no último momento e aterrei praticamente no colo desse jogador.
Qual o jogo da tua vida?
Tenho que destacar três jogos, por motivos distintos: o primeiro (GDD Alcoitão vs. APD Lisboa), pela importância que o BCR teve na minha vida; o Croácia vs. Sérvia, no Europeu de 2005, pela carga emocional que teve, já que a guerra dos Balcãs ainda estava muito fresca na memória de todos e com alguns jogadores, em ambas as equipas, com lesões de guerra, mas felizmente correu sem problemas; finalmente, o último jogo da ronda preliminar da Euroleague 3, em Albacete (2015), entre a equipa local e os turcos Kardemir Karabük. Só se apurava uma equipa para a Final a 8 e tudo dependia da vitória naquele jogo, pavilhão cheio, a fazer dupla com o meu amigo José Cardoso. Terminou com diferença de um ponto. Foi um jogo eletrizante em que senti que tivemos um excelente desempenho.
O que tem de especial para ti o BCR? E o que dirias para persuadir jovens árbitros a enveredarem pela modalidade?
Para mim é paixão. Há muitos anos que digo uma coisa muito simples aos candidatos a árbitros de BCR: “Só quero que faças um jogo. Vais ficar viciado”. É claro que depois é necessário um percurso de dois ou 3 anos, no mínimo, para que seja possível dominar os fundamentos. Mas para o bichinho do BCR morder, basta um jogo.
Em anexo podem encontrar o palmarés de Gustavo Costa.

Jogadores marcantes #2: Helder da Silva

Analisamos o percurso de Helder da Silva, capitão do Servigest Burgos, do segundo escalão do basquetebol em cadeira de rodas (BCR) espanhol, cuja passagem, apesar de curta, deixou saudades na Seleção Nacional.

Sobram os dedos de uma mão para contar os casos de iniciação tão tardia, com sucesso ao mais alto nível, sem uma experiência desportiva prévia numa modalidade contígua, nos fundamentos e exigências.
Talvez seja até um palpite otimista. Helder da Silva (2.0) constitui um exemplo raro das premissas acima descritas, pois só em 1998, aos 30 anos, se sentiu tentado a experimentar jogar basquetebol. “A minha paixão vem de passar muito tempo no hospital a conviver com a modalidade, depois de sofrer um acidente de viação que me causou uma lesão medular”, conta o luso-espanhol, nascido em Valpaços.
No regresso a Burgos, a retoma da equipa local serviu de ensejo para consumar a vontade de testar os dotes num desporto profundamente arraigado no panorama paralímpico espanhol. Apenas seis anos antes, os Jogos de Barcelona acolheram uma final lotada, circunstância inaudita, entre Holanda e Estados Unidos.
Na formação de Castela e Leão, onde partilhou o balneário com Márcio Dias (APD Braga, capitão da Seleção Nacional) e Marco Gonçalves (GDD Alcoitão, internacional português), ostenta a marca admirável de 20 épocas ao seu serviço, testemunho invulgar de lealdade, o que não o impediu de “jogar com os melhores jogadores do mundo, fossem companheiros ou adversários”, já que a escalada do Servigest Burgos aconteceu num ápice, desde a 2.ª División, passando pela Primera, à División de Honor.
A também rápida evolução de Helder, consciente sem vaidade das suas virtudes, “boa visão de jogo”, capacidade de “gerir o tempo”, controlo de cadeira acima da média e “bom lançamento de três pontos”, iria conduzi-lo a um feito inesperado. “Uma das grandes alegrias foi ser chamado à Seleção portuguesa em 2010”, narra embevecido por um capítulo que guarda com carinho. “Agradeço muito a todos os jogadores, treinadores e dirigentes por toda a amabilidade”, faz questão de acrescentar.
Aos 52 anos, dono de uma longa bagagem competitiva num dos países que se coloca na vanguarda do BCR, Helder da Silva desafia os limites da longevidade e continua a jogar no Servigest Burgos, por quem se “compromete dentro e fora de campo”, mas expressa o desejo de terminar a carreira em Portugal. Na impossibilidade de o fazer como jogador, equaciona as funções de treinador para “ensinar aos mais jovens tudo o que aprendeu na que apelidam de “melhor liga da Europa”.
Nota: Em anexo podem consultar o palmarés de Helder da Silva e reações dalguns dos seus amigos

A estreia de Portugal nos Jogos Paralímpicos foi no BCR

Vamos recuperar Momentos Históricos do basquetebol em cadeira de rodas nacional, com a estreia em Jogos Paralímpicos, no ano de 1972, em destaque, com Fernando Neves como entrevistado.

Há 49 anos, num cenário implausível, com cadeiras quase sem adaptações e até sem se conhecer algumas das regras do jogo, descolava a epopeia portuguesa no BCR. Corria o ano de 1971, em Stoke Mandeville, onde, na década de 40, Sir Ludwig Guttmann ensaiara a primeira grande competição de desporto adaptado. “Foram 15 dias de intensa atividade, ao que penso, para preparar e afinar os Jogos Paralímpicos de Heidelberg 1972”, descreve Fernando Neves, o novato da comitiva, então com 15 anos, que enaltece “o movimento de voluntárias do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e a Força Aérea”, principais mecenas da deslocação.
Da estadia em solo inglês, Fernando estima na memória o recorde de diferença de pontos no certame, “momento de glória” alcançado frente a Hong-Kong, mercê da vitória por 70-7. Mas as repercussões transformadoras de Stoke Mandeville extravasaram o plano desportivo. “Para mim foi importante, apesar da idade, a questão da paraplegia, a questão social, o que por cá ainda lutamos… Tive a perceção que estavam muito à nossa frente. De tal forma que assumi “a minha vida vai passar por uma cadeira de rodas”’, reconhece com orgulho.
Na antecâmara da disputa inédita dos Jogos Paralímpicos, em Heidelberg, o treino, a cargo do aluno de Fisioterapia Ângelo Lucas, “grande entusiasta deste acontecimento”, e duas fisioterapeutas coadjuvantes, decorria em condições singulares. “Ministravam treino diário, sobretudo de resistência, no perímetro do CMR de Alcoitão e no recinto de jogo/treino, um piso em alcatrão”. No que toca às cadeiras, “da marca Everest Jennings”, igualmente cedidas pelos mecenas, tinham como única especificidade “o encosto mais baixo, amovível”, razão pela qual fosse comum a utilização das cadeiras pessoais. Dado o estado incipiente da modalidade no país, as competições internas resumiam-se aos torneios ocasionais que envolviam “os indivíduos que, após a alta, permaneciam no Centro de Trabalho Protegido, na Venda Nova, e no Lar Militar”.
Em Heidelberg, a conotação solene do nome “Paralímpicos”, enraizado aos poucos, gerava uma expectativa extra nos atletas, que se aprontavam com otimismo, mas a realidade revelou-se impiedosa. “Confirmámos que havia muito trabalho a fazer”, relata o ex-atleta. Inserida na II divisão do torneio, a seleção nacional constatou as suas fragilidades ao averbar derrotas pesadas frente a Espanha – 58-28 -, Bélgica – 18-71 – e Canadá – 56-26 -, mitigadas, na moral lusa, pelo triunfo frente à Suíça -25-27. Um ano depois, em 1973, Portugal rumaria novamente a Stoke Mandeville, antes de mergulhar num longo hiato até 1994.
Natural de Trás-os-Montes, Fernando Neves tem alta do CMR de Alcoitão em 1974 e mantém a ligação à modalidade de modo precário. “Batia umas bolas. Sozinho, porque não havia, nem tinha conhecimento de outros. Enfim, idiossincrasias do interior”, circunstância a somavam as viagens a eventos esporádicos e a jogos de divulgação com a equipa de Alcoitão. Por isso, porfiou na criação de um contexto favorável à prática do BCR na região. Foi sócio-fundador da Associação Sociocultural dos Deficientes de Trás-os-Montes, que integraria as provas nacionais em duas épocas, apoiou ativamente a Associação de Deficientes Motores de Trás-os-Montes e, mais tarde, ingressou na Associação Portuguesa de Deficientes de Chaves, “pela manutenção, necessidade, e sobretudo, pelo prazer”.
Em aneco podem encontrar os resultados da competição de BCR dos Jogos Paralímpicos de 72.

“Em Linha” com Ricardo Vieira

Ricardo Vieira, técnico da APD Braga e Selecionador Nacional de Sub22, é o primeiro entrevistado sob o escrutínio da nova rubrica dedicada aos treinadores de basquetebol em cadeira de rodas.

Jogos da minha vida: O da conquista do primeiro grande troféu nacional (época 2012 – 2013), em que, no Pavilhão Casal Vistoso, defrontámos na final a APD Sintra (equipa que dominava tudo). Ao intervalo, perdíamos por mais de 10 pontos, veio uma pessoa perguntar-me “E agora Ricardo?” e eu respondi “E agora o quê? Vamos ganhar!”. Vencemos por mais de 7 pontos penso. Ver no final a alegria dos atletas que tanto tinham trabalhado, desde 2009, valeu a pena. Foi o jogo que mudou a minha vida como treinador, no sentido em que tive de pensar como tal e encontrar em mim aquilo que sou hoje. O outro jogo mais difícil (e pela negativa) foi a meia final contra a Grécia, no Europeu da Bulgária [2019]. Quem me conhece sabe que detesto perder. Já vi o jogo vezes sem conta e, sempre que vejo, fico com a sensação que era possível… No entanto, #420!
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti?
São poucos, confesso. Aprendi a admirar alguns, isso sim. Tenho de referir Haj Bhania, pela persistência em acreditar num projeto de “Fundamental Skills” e levar a Grã-Bretanha ao trono mundial, Mike Frogley (Canadá), por ser enunciado por Pat Anderson como o melhor de todos e pelo projeto que elabora com os mais novos, o que me entusiasma a fazer o mesmo. Uma palavra de apreço também ao companheiro Marco Galego, pelo profissionalismo. Sem dúvida, os dois primeiros pelo trabalho e o último pelo prazer em querer alterar o nosso BCR.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido enquanto treinador.
Não sei se será o mais caricato, mas ainda falo sobre isso. A determinada altura, tinha dado ordem a um jogador substituir outro, pois sabia que isso ia “picá-lo” e surtiu efeito. O jogador que estava no campo ia ser substituído, percebeu (como eu esperava) e, além de defender bem, no ataque seguinte marcou 2 importantes pontos para a equipa. Obviamente, nessa altura, abdiquei da substituição.
Quais as competências que consideras essenciais para ser um treinador de sucesso?
Não me considero um treinador de sucesso. Considero-me um treinador em ascensão e com muito para aprender. Pelo modo como vejo o BCR, para sermos um treinador com “algum sucesso”, necessitamos conhecer o jogo. Não adianta ter anos de basquetebol “a pé” e achar que com esse conhecimento podemos singrar no BCR, é errado. Temos de conhecer o jogo, experimentar a modalidade e sermos muito bons em questões táticas. Perceber que nas pequenas coisas estão as grandes vitórias, ou seja, no fundamento básico (manuseamento de cadeira, drible, passe, lançamento, técnica individual de defesa e técnica individual de ataque). Além de tudo, perceber que do outro lado estão jovens ou adultos que precisam de sentir que estás com eles para tudo, precisas de saber ganhar o respeito e respeitá-los.
Em linha, a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar?
Se a soubesse, estaria no topo mundial e não nacional (risos). No entanto, é extremamente importante mover a equipa como um só, perceber que qualquer movimento em falso, isto é, que achemos que se o fizermos sozinhos seremos bem-sucedidos, resulta em erro! Tendo tudo em conta, do que já foi referenciado em cima (fundamentos básicos) e uma boa comunicação, é meio caminho andado para obtermos sucesso. Bons fundamentos para parar o adversário e excelente comunicação para, caso sejamos ultrapassados, saber passar a informação para a ajuda vir e resultar! A juntar a isto, obrigatoriamente, a componente física, caso contrário é só imaginar 40 minutos a andar de um lado para outro com uma cadeira e vemos o nível de exigência deste desporto.

“Não pares em casa”

Bruno Silva, treinador-adjunto da Seleção Nacional de BCR e do Basket Clube de Gaia, e licenciado em Educação Física, voltou a preparar um treino dedicado ao controlo de bola e cadeira de rodas e à força/potência.

Podem ver aqui o vídeo com todas as indicações. Em anexo encontra-se o documento escrito com os vários pontos do treino.

 


Jogadores marcantes de BCR: Hugo Maia

Inauguramos o segundo ciclo dedicado aos jogadores marcantes do basquetebol em cadeira de rodas português (BCR) com o perfil de Hugo Maia.

 

Guerreiro, mas conciliador, dentro e fora do campo, o capitão do GDD Alcoitão e sub-capitão da Seleção Nacional construiu uma carreira fértil em triunfos, alcançados, em especial, na sua alma mater, a APD Sintra.

 

Representou Portugal em 7 Campeonatos da Europa, leque onde se contempla a memorável campanha de 2007 que conduziria a Seleção Nacional ao seu único título, na Divisão C, elenco do qual é o único resistente nos atuais quadros. Porque o espírito intrépido não se confina aos contra-ataques sem freio, aos 41 anos, Hugo Maia, mercê da capacidade de entrega incessante e disciplina férrea, permanece no núcleo dos melhores intérpretes no país.

 

Anseia, como poucos, por nova glória paras as cores nacionais, na que poderá ser, em 2021, a sua oitava presença em competições oficiais.

 

A incerteza e a apreensão pontuam quase sempre a iniciação desportiva paralímpica, ou esta não implicasse trazer à superfície do pensamento a constatação de perda da capacidade atlética, que a pessoa com deficiência julga irreparável.

 

Porém, com Hugo Maia não foi assim. Atleta inveterado, praticara “ténis no Boavista FC na infância”, voleibol e natação na adolescência, por isso esta porta nunca se poderia fechar. “Após o acidente, tinha uma vontade imensa de voltar a fazer desporto, até estava inicialmente inclinado para o atletismo, mas felizmente a APD Sintra não tinha cadeira adequada a mim”, um pequeno infortúnio que facilitou a decisão de agarrar a oportunidade no BCR. “Percebi rapidamente que era BCR que queria jogar, depois de me sentar na cadeira e interagir com o pessoal”, narra.

 

A reconstituição deste momento suscita-lhe uma ponte imediata com o nome do obreiro da sua iniciação, Victor Sousa, atleta e dirigente com uma influência inquestionável na APD Sintra e no BCR nacional. “O Victor soube aproveitar a oportunidade e identificar um miúdo de 19 anos, que sempre fez desporto e poderia tornar-se num jogador válido”, recorda o internacional português, cuja dedicação lhe permitiu rapidamente escancarar esse rótulo modesto.

 

A escalada de conquista em conquista que se seguiria, cuja longevidade lhe confere o privilégio de decidir qual será o ponto final, deve-se, afirma, “sem esquecer os colegas de equipa” e os fisioterapeutas João Coelho e Bernardo Pinto, a muitos dos treinadores, a quem presta uma mensagem de agradecimento. “José Maria Cristo, pela visão e oportunidade, Luís Mendes, pela persistência, Inês Lopes e Nils, pela experiência e pela ligação aos atletas, Pedro Costa, pela criatividade e irreverência, Jorge Almeida, pelo vasto conhecimento, Ricardo Vieira e Marco Galego, pela ligação, reconhecimento, valorização, desafio e exigência, e Fernando Lemos, que com 2 anos de experiência de BCR, mas décadas de treinador de basquetebol, consegue reunir a maioria das qualidades dos anteriores, com potencial para se tornar num dos melhores treinadores de BCR português”.

 

A gratidão serve como remate perfeito na história de um atleta que, como se depreende dos testemunhos que seguem em anexo, sem esquecer o palmarés, soube arvorar um trajeto de êxito na virtude de proporcionar a alegria do jogo aos que o rodeavam.


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“Foi um jogo muito competitivo e o benfica levou a melhor”

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Miguel Maria

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